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domingo, 19 de maio de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (99)

James Joyce
Não são poucos os escritores que têm vício; um vício qualquer. Uns bebem, bebem… Outros se drogam.

James Joyce, autor do clássico Ulysses, apreciava os puns da mulher, mostrando assim ser um ser normal como outro qualquer. Ele: “É maravilhoso comer uma mulher peidorreira, quando cada estocada arranca um peido de dentro dela. Acho que eu reconheceria um peido da Nora em qualquer lugar. Eu acho que eu saberia qual é o dela numa sala cheia de mulheres peidando. É um barulhinho bem feminino, nem um pouco parecido com o peidão molhado que eu espero das esposas gordas. É súbito e seco e sujo como o que uma garota ousada soltaria por diversão, de noite, no dormitório de uma escola. Eu espero que Nora não se prive de peidar na minha cara, para que eu também possa conhecê-los pelo cheiro”. E ainda foi mais longe na mesma carta: “Nora, minha doce putinha, eu fiz como você mandou, sua garotinha safada, e bati duas punhetas enquanto lia a sua carta”.

A Nora aí citada era a futura esposa do escritor e pra ela, noutra carta, ele mandou ver: “... Nora, minha querida e adorada, minha colegial de doces olhos e boca suja, seja minha puta, minha senhora, tanto quanto você quiser (minha pequena e fodida senhora! Minha maldita putinha!) você é sempre minha, minha bela flor selvagem das sebes, minha flor azul escura, encharcada de chuva”.

Será demais dizer que o amor tem segredos claros?

Ao contrário de James Joyce, Ernest Hemingway (1899-1961) teve uma vida pessoal um tanto

atribulada. Pra começar a mãe, Grace, o criou como gêmea da irmã Marcelline até os seis ou sete anos de idade. Cresceu traumatizado, mas publicamente exibia um perfil másculo. Teve quatro esposas e com elas dois meninos e uma menina.

A menina, Glória, era trans.

Num dos seus livros, O Jardim do Éden (1986), romance que deixou inacabado, Ernest cria um personagem identificado por muitos como seu alter ego: David. Numa noite de amor pede à mulher que corte seu cabelo a moda feminina e o sodomize sem dó nem piedade.

Ernest Hemingway era, no fundo, uma pessoa melancólica, depressiva.

Detalhe lamentável: o pai de Ernest se suicidou, o irmão e a irmã também se suicidaram; e suicidou-se também a neta de Ernest, depois de ele mesmo tirar a própria vida com um tiro no peito. Isso depois de receber alta de um manicômio. 


Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora

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