
À época procurei em vão, em mim, algum resquício de talento como pintor na Divisão de Extensão Artística da Universidade Federal da Paraíba, sob a batuta dos esforçadíssimos e talentosos, esses sim, João Câmara Filho e Raul Córdula, entre outros que perderam tempo na tarefa inglória de me orientar.
Miguel dos Santos, integrante de reduzida e rica galeria de excepcionais seres que nascem um aqui e outro ali, a cada milhar de anos, dia a dia vem construindo uma obra magnífica e sem par no País, e que todos devem conhecer e naturalmente aplaudir.
Sorte que ele é brasileiro, como o poeta Dos Anjos, os escritores Machado e Rosa, o pintor das mulatas Di Cavalcanti, o maestro Eleazar de Carvalho, Carlos Gomes, o mais representativo compositor operístico das Américas; o sanfoneiro Luiz Gonzaga, o descobridor sonoro das riquezas do Nordeste; e os estudiosos ímpares das coisas do povo, Sylvio Romero, Câmara Cascudo e Gilberto Freyre, que uma vez me negou entrevista pelo fato de ainda eu não conhecer de traz pra frente a sua substanciosa obra, ao contrário de Cascudo, ser especial que Deus nos deu e que me presenteou com sua amizade.
Há quatro décadas, Miguel trocou a terra natal Caruaru, PE, pela capital da Paraíba, onde dia e noite feito um titã, dá lustros à imaginação e cria uma obra monumental sem dúvida, permeada de uma simbologia que nos remete a todos os passados e nos faz refletir sobre o presente.
A obra migueliana se insere perfeitamente no contexto dos grandes mestres.
É isso.
Ah!
No próximo dia 3, Miguel dos Santos inaugura uma de suas hoje raríssimas exposições. A mostra ocupará todo o espaço da Galeria Gamela, em Pessoa.
Vamos lá?
FLIPORTINHO/FLICORDEL
Estarei à tarde em Porto de Galinhas, como eu disse lá em cima. Participarei da festa da literatura de cordel intitulada Fliportinho/Flicordel, que começa amanhã e vai até domingo 28, com a presença de grandes autores e patrimônios vivos de Pernambuco, como os três Josés: Soares da Silva, Costa Leite e Borges.