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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

JORGE ARAÚJO, MESTRE DA FOTOGRAFIA

O telefone toca:
— Seu Assis! 
— Fala, Zeca.
— O sinhô viu o Jornal Hoje?
— Zeca, eu não vi. Ouvi. Terminou agora, às 15 horas. Neste momento.
— Desculpe, às vezes esqueço que o sinhô é cego. Eu quero saber se o sinhô ouviu a notícia sobre as grandes personalidades do mundo na revista Time, que acaba de ser publicada. 
— Sim, Zeca. O presidente aparece como uma das grandes personalidades do mundo, estranho não é?
— Sim, seu Assis. Mas o bacana, o bacana mesmo, foi a inclusão do Felipe Neto. O Felipe aparece como o mais importante influenciador do mundo, pela internet. 
— Pois é, me-re-ci-da-men-te. 
— Quando vi a notícia sobre o Felipe, lembrei imediatamente do Jorge Araújo. O Jorge é seu amigo, não é?
— Sim, Zeca. Trabalhei com o Jorge na Folha. Ele é um dos maiores fotógrafos do mundo. Assim considerado. Eu, da minha parte, o considero o maior do mundo. O segundo é também amigo meu de nome Salgado Maranhão, mineiro. Das Altaneiras. Mora na França, há muitos anos.
— Poxa, seu Assis. eu não sabia disso, da sua relação com o salgado. O salgado é meu ídolo. Na fotografia. Em tudo. Esse cara é nota mil, como diria o poeta Peter Alouche. 
— Zeca, o Jorge caiu na vida do jornalismo fotográfico quando tinha apenas 14 anos de idade. A primeira foto dele publicada foi numa coluna do jornal, já extinto, Última Hora. Esse jornal já foi criado bem no começo dos anos de 1950. Seu criador foi um cara que conheci muito bem e que também a mim me conheceu, Samuel Wainer (1910-1980). Aliás, Zeca, um dia o Samuel pediu que eu entrevistasse o cantor até então iniciante Renato Teixeira. Isso em 1978, 79. Entrevistei o Renato. Essa entrevista, de página inteira, foi publicada no suplemento dominical da Folha, Folhetim.
— Poxa, seu Assis. O sinhô é o cara!
— Menos, menos, Zeca. Mas estávamos falando de quem mesmo?
— Do Jorge!
— Zeca, o Jorge tem histórias incríveis. Ele é incrível. Foi ele o autor daquela incrível foto das Diretas Já, na Sé, SP, na qual aparece uma pomba.
— Essa foto é muito bonita, eu não sabia que era do Jorge.
— O Jorge foi o cara que acompanhou o Ricardo Kotscho na série de reportagens sobre a exploração do ouro em Serra Pelada, publicado pela Folha.
— Caraca!
— O Jorge, Zeca, carrega consigo histórias incríveis. Trabalhei com ele e o admiro até hoje. É mais velho do que eu três anos e quuatro meses. Nasceu em maio de 1949. Aliás, ontem ele me ligou pra dizer coisas bonitas que só os amigos dizem. Falou do seu menino de 8 anos e da sua mulher, médica. Disse ela pegou o diacho desse vírus que anda circulando no ar, chamado novo Coronavírus. Mas ele e ela e o filho, estão bem. Graças a Deus, não é?
— É, seu Assis, o diacho desse vírus tá pegando meio mundo. Meio mundo e meio.
— É, esse vírus tá pegando todo mundo. Uma gripezinha. não é? Quase 140.000 mortos até agora, no Brasil. Até o querido juiz paraibano Onaldo Queiroga pegou essa peste. Mas ele também está bem. Deus existe.
— Seu Assis, o sinhô está dizendo tanta coisa que eu não sabia sobre o Jorge. Posso lhe fazer uma pergunta?
— Claro, Zeca.
— Eu gostaria que o sinhô respondesse numa palavra quem é Jorge Araújo.
— Gênio!

Saiba mais sobre o Jorge Araújo: VIVA JORGE ARAÚJO!

VAMOS FALAR DE REPENTE?


A cultura popular brasileira é de uma riqueza impressionante.
A cultura popular é a manifestação mais autêntica e altiva de um povo. E cá estamos nós.
O cordelismo e o repentismo brasileiros deram o ar da graça no começo da segunda parte do século 19, na Paraíba. Mais precisamente, lá pelas bandas da serra do Teixeira.
A Paraíba, como todo mundo sabe, é um dos nove Estados nordestinos brasileiros. É a terra de Silvino Pirauá Lima (1849-1913), cordelista e repentista; e de Leandro Gomes de Barros (1865-1918), cordelista.
Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco também deram grandes poetas do povo, do som e da escrita. O Piauí também.
Do Piauí era Firmino Teixeira do Amaral (1896-1926). Era jornalista e autor do cordel Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, publicado em 1914. De Pernambuco são os Irmãos Batista, por exemplo: Dimas, Otacílio e Lourival, conhecido também como Louro do Pajeú. Em Pernambuco nasceram também Oliveira de Panelas, Ivanildo Vila Nova e Lourinaldo Vitorino. Três gênios.
Em 1993, Ivanildo e Lourinaldo estrelaram um desafio até hoje lembrado e comentado por quem gosta e por quem não gosta (impossível!) de cantoria. Foi em São José do Egito, região considerada espécie de “Meca dos Repentistas”. Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=k-LPluwfDGw&feature=youtu.be
Em 1997, Lourinaldo Vitorino apresentou o 1º Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas, que presidi no Memorial da América Latina. Essa é uma história à parte. Clique: https://en.calameo.com/books/001893073d3434bca0876
 E clique também: https://assisangelo.blogspot.com/2014/08/mocinha-de-passira-hoje-no-estadao.html
Ivanildo, nascido em 1945, começou a carreira ainda criança. Tinha uns seis ou sete anos de idade.
Lourinaldo, nascido em 1959, iniciou- -se no mundo do canto de improviso ao som de viola também em tenra idade.
Os pais de Ivanildo e Lourinaldo marcaram época no repentismo. Zé Faustino era o pai de Ivanildo. Joaquim, de Lourinaldo.
Lourinaldo teve um irmão também genial: Diniz Vitorino. A morte do irmão famoso de Lourinaldo, Diniz, foi uma morte à toa: ele chegou em casa à boca da noite, enfiou a chave na porta e ao entrar caiu e morreu. Faz uns cinco anos.
Ivanildo Vila Nova já gravou dezenas de discos. Lourinaldo, apenas uma fita K7.
No acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) estão todos os discos de Ivanildo Vila Nova.
Ah, sim! O 1º Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas rendeu um CD duplo. Ouça: 



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