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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

TINHORÃO, SAUDADE

 
Nessa nossa terra tem
Xote, xamego e canção
Frevo e maracatu
Samba, batuque e baião
E poeta popular
Tirando verso do chão.

É uma terra bonita
Que dá vida, dá lição
Ensinando a sua gente
A ter mais educação
A ler para entender
O Brasil de Tinhorão

Esse mestre logo pôs
A cultura em discussão
Pra depressa entender
Sua origem e formação
Ora juntos aplaudamos
J.R.Tinhorão
(O Brasil de Tinhorão, Assis Angelo

O Brasil é uma casa enorme, cheia de gente e coisas bonitas. Aqui e ali tem o que não presta, claro. Mas eu quero falar é do que presta, de gente sabida e contributiva para o engrandecimento dessa casa Brasil.
Um dos grandes nomes que, de certo modo, descobriram o Brasil nos seus detalhes e belezas foi o paulista de Santos José Ramos Tinhorão.
Tinhorão marcou profundamente a história do Brasil, a partir do momento que decidiu enveredar pelo Jornalismo e pelos pedregosos caminhos da história e da nossa cultura popular. Foi o maior de todos os historiadores dessa matéria. Deixou uma obra rica constituída por uma trintena de livros, o primeiro publicado de modo independente em fevereiro de 1966, cujo título dado foi Música Popular: Um Tema em Debate.
 J.R. Tinhorão, como costumava assinar, era um cara que estava sempre antenado com o passado e com o presente. O passado ele remexeu e de lá tirou o quanto pôde para o esclarecimento da nossa história. Fazia o mesmo com o presente, sempre a observar tudo. Nunca deixou de pôr o bedelho onde devia, esclarecendo, opinando.
Eu me dava muito com Tinhorão. Tornou-se meu amigo. Nos frequentávamos. Ele mais a minha casa do que eu a dele. Sempre me tirou dúvidas que eu tinha a respeito da história, especialmente referente à cultura musical brasileira. Opinou sobre discos que gravei e livros que escrevi. Um dia o convidei para participar do programa São Paulo Capital Nordeste, que durante anos produzi e apresentei, sempre ao vivo, na Rádio Capital AM 1040. Ele foi e foi uma festa. Dias depois, no jornal carioca A Nova Democracia, ele escreveu artigo dizendo o que achara do programa. Leia: Ainda não está tudo dominado
Bom, foi num dia como hoje 3 de agosto que José Ramos Tinhorão fechou os olhos e partiu para a Eternidade.
Saudade.

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