Seguir o blog

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

BOULOS DE NOVO, NA CABEÇA!

Deu Boulos na cabeça
E de novo Boulos vai dar
São Paulo está com pressa
Não pode mais esperar
Por isso chamou Boulos
Pra com ele trabalhar

Um novo mapa político está se delineando no Brasil.
As eleições municipais deste 2020 mostram isso.
O PSDB e o PT perderam cadeiras na Câmara Municipal de São Paulo, mas mesmo assim continuam sendo maioria.
A terceira maior bancada é a do PSOL.
Novidades: pela primeira vez os paulistanos elegeram duas pessoas trans, Erika Hilton e Tammy Miranda.
Também pela primeira vez, a Câmara paulistana tem 13 mulheres e mais negros do que em outras eleições.
A renovação na Câmara de Sampa, nestas eleições de 2020, chegou à casa de 40%.
Nessas eleições, Lula perdeu. Bolsonaro, também.
Lula e o PT "assumiram" pra si o protagonismo da esquerda.
Bolsonaro, por sua vez, assumiu pra si o protagonismo de dono do mundo. Tal e qual seu ídolo norte-americano, Trump.
Duas bestas.
O extremismo não presta. Seja de um lado, seja de outro.
Pois bem, como previu este blogueiro: Boulos/Erundina iria, como foi, ao 2º turno.
Boulos é moço novo de 38 anos, que foi a campo falando a linguagem dos moços. Com ele foi uma experiente mulher paraibana, de nome Erundina.
O novo e o velho se encontram na chapa PSOL, Partido Socialismo e Liberdade.
Liberdade é liberdade, em qualquer língua.
Na liberdade não cabe voluntarismo autoritário.
Liberdade combina com paz, progresso. Amor.
Lula mais uma vez perdeu por não aliar o PT a outros partidos de esquerda. E deu no que deu.
Bolsonaro, bom... Bolsonaro age como um idiota. Perigoso, mas ainda assim idiota.
Se os partidos de esquerda estivessem somados nas eleições deste 2020, possível seria que o PSDB não estaria nem no 2º turno.
Lição é lição, aprende quem quer.
O PT impôs candidato próprio, na cabeça de chapa. Pena. Alguma visão neste ponto é falha.
Lá pras tantas, prevendo derrota, Lula sugeriu que o candidato do seu partido renunciasse e apoiasse o PSOL de Boulos. O candidato não topou e deu no que deu. De novo: pena.

Tragédia anunciada, o petista Suplicy (ao lado) de bate-e-pronto anunciou apoio a Boulos. Haddad fez o mesmo. Detalhe: enquanto apuravam-se os votos da eleição pelo TSE em Brasília, o dirigente petista José Américo dizia à TV Cultura que o partido poderia apoiar Boulos. Mas isso, segundo ele, dependia "de contrapartida".
Heeein?
Bom, Boulos/Erundina está no 2° turno das eleições à Prefeitura paulistana. Tem tudo pra ganhar. E vai ganhar!
Ah! Sim, ia-me esquecendo: Alfredinho do PT foi reeleito para continuar seu trabalho em prol do povo e da arte popular da periferia da maior cidade do Hemisfério Sul, São Paulo.
Nada acontece por acaso. 
É preciso analisar momentos e circunstâncias.

ALBERTO NEPOMUCENO, 100 ANOS




Você já ouviu falar de José Maurício Nunes Garcia (1767-1830)?
E de Carlos Gomes, hem?
Gomes nasceu em 1836. Sobre ele até escrevi um livrinho para o chamado público jovem.
Em 1836 também nasceu um cidadão de nome Juvenal Galeno.
Garcia era do Rio.
Gomes era de São Paulo e Galeno, do Ceará.
Em 1864 nasceu, em Fortaleza, um cara chamado Alberto Nepomuceno. Ele começou os estudos em Recife, para onde a família mudou-se em 1872. 
A nossa história, a história de todo mundo, dá um livro, como já foi dito. 
Nepomuceno, ainda adolescente, comeu o pão que o diabo amassou. Mas ele insistiu, porque a música e o Brasil estavam nele de forma inseparáveis. E assim foi por toda a sua vida. 
Alberto Nepomuceno teve bolsa de estudos recusada pelo Império, para estudar música na Europa. 
Sem grana, sem nada, deixou Recife, voltou por pouco tempo a Fortaleza e daí seguiu para o Rio de Janeiro. A partir do Rio, fez uma breve turnê por alguns estados nordestinos com o propósito de angariar meios para estudar na Europa. E assim foi. 
Itália, Alemanha, França. 
Em 1895, Nepomuceno voltou ao Brasil cheio de glórias e convites para mostrar em tudo quanto era lugar a obra que começou a construir desde a Europa. 
José Maurício Nunes Garcia era um cidadão pobre e que encontrou na Igreja o meio para se formar. Carlos Gomes era vintém sem valor, depois de Garcia. 
Nepomuceno também não era procedente de boas posses. 
Podemos até dizer que Garcia foi o nosso primeiro compositor erudito. 
O primeiro compositor brasileiro a ganhar o mundo foi Carlos Gomes, seguido de Alberto Nepomuceno. 
Nepomuceno foi o embrião da música nacionalista nos tópicos mais clássicos. 
E Heitor Villa-Lobos, hem? 
Nepomuceno achava que a música lírica era canto para se cantar na língua de cada país, no caso em português. Nossa língua. 
E assim pensando, assim fez quando voltou da Europa. 
Em Coelho Neto, Osório Duque-Estrada (autor do Hino Nacional) e Juvenal Galeno Alberto Nepomuceno encontrou o ponto para se firmar no nacionalismo musical. Pensamento esse que Villa-Lobos assumiu completamente. 
A propósito, Nepomuceno foi o primeiro compositor-maestro brasileiro a levar Villa-Lobos a palco. 
A história é longa. 
Alberto Nepomuceno morreu no dia 26 de outubro de 1920. Sozinho, na casa de um amigo. Pobre. 
Nepomuceno punha melodias em poemas. O último poema que ganhou melodia dele foi A Jangada, do seu conterrâneo Juvenal Galeno (1836-1931).

POSTAGENS MAIS VISTAS