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terça-feira, 29 de maio de 2012

IDADE MÉDIA, SECA E RONIWALTER JATOBÁ

Foi no dia 29 de maio do ano de 1453 que se iniciou o período da chamada Idade Moderna.
A data marca o fim da Idade Média depois de três tempos, pelo menos.
O marco é a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos.
A defesa dessa data como início da era moderna é dos franceses, que levariam para o mundo a ideia de democracia, após a queda ou tomada da Bastilha, em 14 de julho de 1789.
Mas os portugueses não aceitam isso.
Para os portugueses, a era moderna começa com a conquista de Ceuta, cidade islâmica localizada no Norte africano, em 1415.
Foi nessa guerra que o poeta Camões foi atingido por uma flecha perdida e perdeu um olho.
Mas isso é apenas um detalhe.
Importante mesmo é o que meu amigo Roniwalter Jatobá acaba de me dizer, via fone: que esteve durante três dias em visita a sua terra, a Bahia.
Palestrou para estudantes da escola onde aprendeu as primeiras letras: Colégio Augusto Galvão.
Sua presença na escola motivou a direção a fretar um ônibus e levar 40 meninos e meninas para conhecer a região de Campo Formoso, BA.
Roni foi o guia.
Guia do roteiro que ele escreveu sobre a Montanha Azul.
Viagem à Montanha Azul é o título de um de seus livros infantojuvenis, lançado originalmente em 1982 e depois relançado várias vezes (reprodução da capa da edição da Global).
Uma grande tristeza aguardava Roni e os estudantes: a seca braba que está acabando de novo com o Nordeste.
“Chorei, meu amigo”, ele acaba de me dizer.
“Nunca vi tanta tristeza junta na terra que me inspirou a escrever Viagem à Montanha Azul”.
A montanha azul fica no sertão baiano.
MORTE
E Roni ainda me diz:
“O nosso amigo Souza Lopes acaba de morrer”.
Souza Lopes era poeta e advogado, de origem também baiana.
Que Deus o tenha.

AINDA OSWALDINHO DO ACORDEON

Leio nos jornais notícia sobre desentendimento entre herdeiros e desvio de dinheiro do espólio do artista plástico Alfredo Volpi (1896-1988), O Pintor das Bandeirinhas, também chamado de Mestre do Cambuci.
Fico triste.
Mas eu sabia que isso um dia iria acontecer.
Essa certeza teve por base uma entrevista (ao lado)que fiz com ele em junho de 1977, publicada em dezenas de jornais Brasil afora.
Foi uma entrevista bonita, reveladora da arte e do artista, um autodidata nascido em Lucca, Itália, e chegado ao nosso País com apenas dois anos de idade. Com 12, ele já enchia telas e telas com figuras e cores.
“Pintor das bandeirinhas”, ele me disse na ocasião, “foi uma besteira anunciada por Di Cavalcanti” e explicou:
“O problema da pintura é linha, forma e cor”.
Pois é, só isso aliado à técnica e sensibilidade que ele tinha de sobra.
Mesmo iniciado na pintura em 1910, só em 1944 é que ele tomou coragem para mostrar seus quadros numa exposição individual.
A nossa conversa foi longa.
Ao nos despedirmos, ele me presenteou com um desenho.
Meio sem jeito, aceitei.
Surpresa:
À saída, sem que ele soubesse, uma pessoa da sua família me cortou o caminho e tomou de volta o presente.
Até aqui, esse foi um dos maiores constrangimentos que já senti.
Claro, jamais contei isso ao pintor.

O CORVO
Peguei a última sessão de cinema ontem.
Assisti O Corvo, baseado em conto homônomo de Edgar Alan Poe. Obra-prima.
O filme surpreende.
Com o roteiro bem resolvido de Ben Livingston e Hannah Shakespeare, o diretor James MacTeigue deita e rola, em alguns momentos provocando calafrios.
É bonito, de suspense na medida certa.
A história gira em torno de um serial que dá dor de cabeça a polícia.
O assassino atua na esteira de personagens criados por Poe, que é envenenado.
O final leu eu não conto.

OSWALDINHO DO ACORDEON
Ainda o espetáculo no auditório Ibirapuera.
Clique:

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