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domingo, 16 de fevereiro de 2020

CARNAVAL E BLOCO BAIXO AUGUSTA, SP

Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta desce a rua da Consolação até a praça da República
O carnaval é a maior festa pagã do Brasil, do mundo.
No Brasil, as alegrias do Carnaval se multiplicam e se expandem aos quatro cantos. Com crise e sem crise.
Números indicam que há mais de 11 mil desempregados no País. Mas isso não impede que os festejos carnavalescos ganhem adeptos a cada ano.
Ouço no rádio notícia dando conta de que o maior carnaval do país ocorre na capital paulista, e não na capital fluminense.
No Rio há centenas de blocos incluindo o mais velho deles, o Bola Preta.
O mais antigo bloco carnavalesco do Brasil se acha em terra mineiras: O Zé Pereira dos Lacaios, de 1867.
A prefeitura paulistana anunciou o cadastramento de quase 700 blocos prontos pra desfilar neste 2020. O maior deles, Acadêmicos do Baixo Augusta, tem público estimado na casa do milhão.
O Baixo Augusta acaba de sair da confluência da avenida Paulista com a rua da Consolação. Uma batucada dos diabos. Samba dos bons, predominando os textos de Gonzaguinha (1945-91). Em altíssimo som, foliões e outros adeptos do reino Momo saíram cantando Explode Coração e O Que é? O Que é?
Antes e durante o desfile foram ouvidos xingamentos ao atual presidente da República, correspondidos pelo povo que acompanha o bloco. Ouça:

Neste momento estão desfilando no Baixo Augusta o ator Julinho Andrade, que viveu Gonzaguinha no cinema (Gonzaga de Pai pra Filho; 2012), a musa do samba Elza Soares, Fafá de Belém, Simoninha, Mariana Aydar.
Desaparecido num acidente de carro, há 29 anos Gonzaguinha continua sendo bandeira dos movimentos de esquerda no Brasil. Suas músicas foram e continuam sendo gravadas por grandes interpretes como Claudette Soares (a primeira a gravá-lo, em 1969), Elis Regina, Maria Bethânia, Simone, Zizi Possi, Elza Soares e Mirianês Zabot. A propósito, essas duas últimas cantoras gravaram Comportamento Geral. Ouça Mirianês no seu último CD:

A rainha do bloco, Alessandra Negrini, chamou a atenção pela categoria como portou-se no desfile.
O Baixo Augusta, que existe há mais de uma década, fez este ano do escritor Marcelo Rubens Paiva o seu porta-estandarte. Ponto para o bloco. Paiva representou as pessoas portadoras de deficiência física. Que história!
O paraibano Rômulo Nóbrega, biógrafo do compositor Rosil Cavalcanti veio da sua terra especialmente para almoçar comigo do Bar das Putas e acompanhar o desfile do Acadêmicos do Baixo Augusta (foto abaixo).



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