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sábado, 3 de junho de 2023

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (21)

Pois é, quem é normal, ou aparentemente normal, fala palavrão. E que mal há nisso?
Dá pra contar nos dedos o número de autores que não geraram poemas e músicas maliciosas, eróticas e até pornográficas, por que não?
Já falei de Genival Lacerda e de seus vários sucessos "apimentados", embalados pela dança sacana do autor.
Nessa linha o rei do baião, Luiz Gonzaga, tem coisas ótimas. Uma delas, Não Vendo nem Troco, que o remete aos seus tempos de moleque na sua terra Exu querida. Referia-se a uma éguinha de "estimação".
No tempo de Gonzaga era comum os moleques iniciarem a vida sexual com animais do meio doméstico.
Não Vendo nem Troco foi gravada por Gonzaga e seu filhote Gonzaguinha no LP A Festa, de 1981. A propósito, em agosto de 1981 publiquei entrevista que fiz com Gonzaga na revista Privé. Em resumo ele diz que "Muié é um bicho danado de perigoso", que destaquei como manchete. Leia a entrevista completa:


O rei do ritmo, Jackson do Pandeiro, também não ficou fora dessa onda.
Como Gonzaga, aqui e ali Jackson externa no seu canto um quê de promiscuidade e até de preconceito. Num dos textos que cantou, A Mulher que Virou Homem, diz: "Minha mulher apesar de ter saúde/ Foi pra Hollywood, fez uma operação/ Agora veio com uma nova bossa/ Uma voz grossa que nem um trovão/ Quando eu pergunto: o que é isso, Joana?
Ela responde: você se engana/ Eu era a Joana antes da operação".
A curiosidade aqui é que Jackson gravou no seu disco de estreia em 1953 o rojão Sebastiana, de Rosil Cavalcante. É canto e dança, no caso, umbigada.

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