Outro dia eu estava a falar de Caim que matou o mano Abel.
Outro dia também falei de irmãos vários da literatura daqui e do mundo todo que se estranham entre si e partem para o pau.
Isso tudo acontece no real e no imaginário, como sempre se há de saber.
Não falei outro dia do que falo agora: foram dois irmãos, Rômulo e Remo, que fundaram Roma. Ambos foram paridos a contra gosto dos pais, figuras importantes e indomáveis da Antiguidade.
Rômulo e Remo foram jogados no rio para nele se acabarem. Mas deu errado... Foram salvos por uma loba.
Há muitas histórias a serem contadas, além daquelas já contadas em livros e de boca em boca.
A identidade de uma pessoa ou de um país se deve à história. Quer dizer: alguém fez algo excepcional e por isso ou aquilo entra na história onde passa a "viver" eternamente.
Um povo forte, bonito, criativo, solidário ou valente, na acepção da palavra, faz história.
A história pra ser composta não é fácil.
Tudo começou com um certo casal denominado Adão e Eva.
Não há prova da existência desse casal tão famoso...
Bom, puxemos pra cá um pouco de nossa própria história.
Em 1500, dia 22 de abril, desembarcaram na costa baiana o português Pedro Álvares Cabral e acompanhantes seus sem biografias que pudessem a eles próprios orgulhar.
São Vicente foi a primeira cidade a ser fundada em nosso país. Foi isso ali no começo da década do século 16.
Em março de 1549 chegou ao Brasil o primeiro governador geral, assim chamado, Tomé de Sousa. Esse Tomé foi quem fundou a primeira capital do país, Salvador.
Foi nesse ano de 49 que o também português Camões perdeu um olho numa briga em Ceuta, África. Mas essa é outra história.
Quatro anos depois de governar a Colônia, Sousa foi de volta a Portugal na mesma embarcação em que chegou o seu substituto: Duarte da Costa.
Costa ficou como governador, o segundo, entre 1553-1558. Morreu dois anos depois de voltar a sua terrinha portuguesa.
A essa altura, Nóbrega já havia posto os pés na nossa terra brasilis. Veio de roldão no grupo de Sousa, ele e mais meia dúzia de jesuítas.
Na segunda leva, com Costa, veio José de Anchieta.
E os jesuítas foram chegando, chegando às centenas...
Em 1759 o Marquês de Pompal tanto fez que findou por expulsar os jesuítas de nosso Patropi. Curiosidade: não foram poucos os jesuítas que desfrutaram do bem bom de moçoilas virgens e órfãs enviadas pra cá.
Em 1861, nosso bardo escritor José de Alencar escreveu sua última peça teatral: O Jesuíta.
O Jesuíta é uma peça rigorosamente nacionalista desenvolvida em quatro atos. Foi intensamente criticada por gente besta da época. Curiosíssima. Tem final feliz.
A identidade de uma nação não é fácil fazer. É o que prova com A mais B o brasileiríssimo Darcy Ribeiro no livro O Povo Brasileiro (1995).
Voltarei ao assunto.