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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

DÚVIDA, CHORO E PORRE

Eu, Francisco, nasci há dois mil anos atrás...
Brincadeirinha.
Deu-se o causo, de toda simplicidade, na maternidade Cândida Vargas da capital paraibana; sem graça nem pompa alguma, muito tempo depois da vinda do homem de Nazaré ao convívio humano para nos salvar.
Deu-se o causo, na verdade, há quase dois mil anos após acontecimentos incríveis ocorridos por aí a fora, como o nascimento do rei da embolada Manezinho Araújo; esse, sim, um belo causo ocorrido no dia 27 de setembro de 1910, em Cabo de Santo Agostinho, que fica ali por uns 30 quilômetros desde a capital pernambucana.
Nesse dia, aliás, no mês e ano de 1952, de madrugada, a explosão entre um caminhão na contramão e um carro de passeio fazia calar para sempre a bonita voz de tenor de outro rei: Chico Alves, na via Dutra, à altura de Pindamonhangaba e Taubaté paulistas.
Chico morava no Rio e era para lá que ele se dirigia depois de um espetáculo que reuniu milhares e milhares de pessoas no bairro paulistano do Brás.
Sim, eu cheguei por cá na barra do dia de 27 de setembro de 1952.
E eu chorava, mas chorava era pela perda do grande cantor.
E dito isto digo mais, que:
Dona Maria, minha mãe, partiu quando eu tinha quatro anos; e ela, 26 de idade.
Seu Severino, meu pai, partiu quando eu tinha cinco de idade; e ele, 33.
Ela e ele fizeram o que tinham de fazer e tchau!
E eu fiquei por cá, crescendo com pulga na orelha:
- Será que chegarei à idade do homem de Nazaré?
No dia 27 de setembro de 1985 - uma sexta-feira como esta, de lua cheia no céu – deixei macambúzio a redação da TV Manchete, onde eu trabalhava.
E fui pra casa.
Tranquei-me no quarto e chorei feito um besta.
Mas logo depois da meia-noite eu soltei uma risada louca, abri um uísque e tomei um porre daqueles, sem gelo e sozinho.
Foi quando descobri que somos eternos, e por sermos eternos precisamos brindar (acima, em foto do século passado com colegas da Folha): tim, tim.
Viva a vida!
Para lembrar Chico, clique:

ANIVERSÁRIO
Desde já quero agradecer aos tantos e tantos amigos e amigas que têm telefonado e mandado bonitas mensagens de parabéns pela data que hoje comemoramos.

GRAMMY
E agora nos chega a notícia de que o álbum Salve 100 Anos Gonzagão (aí à direita a reprodução da capa), de que participo interpretando um texto que fiz sobre o Rei do Baião (1912-89) numa faixa de 9m50, acaba de ser indicado para receber o troféu Grammy Latino 2013, na categoria Melhor Álbum Brasileiro de Raiz. Nessa mesma categoria se acha a cantora paraibana Elba Ramalho. A produção de Salve Gonzagão 100 Anos, independente, é do mineiro Téo Azevedo. Detalhe: o disco está esgotado e dele também participou o compositor sanfoneiro José Domingos de Moraes, Dominguinhos (1941-13), que desde ontem descansa em paz no cemitério da terra onde nasceu, Garanhuns, PE, onde foi construído um mausoléu com sua imagem. 

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