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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

SECA, IMPRENSA E FUTEBOL

Ouvi no rádio a notícia de que a cidade de Itu, localizada na região sorocabana e distante 102 quilômetros da capital paulista, está vivendo o pior e maior drama da sua história de 404 anos: a falta d’água.
Como Itu, chamada de Cidade da Criança e onde dizem que tudo lá é grande, inclusive a esperança, dezenas de outras cidades paulistas passam pela mesma terrível experiência, embora o governo do Estado não reconheça nisso drama nenhum.
Aliás, vários bairros da capital de São Paulo estão vivendo em sistema de racionamento há meses, embora o governo também negue esse fato.  
Ironicamente Itu é uma das 29 estâncias turísticas do Estado, mas o fluxo de visitantes está, obviamente, prejudicado por motivo de força maior: a falta d’água.
Outrora Itu foi a cidade mais importante e rica do Estado, tanto que chegou até a marcar presença de destaque no processo vitorioso que levou à proclamação da República em 1889, ao sediar 16 anos antes a primeira convenção de eminentes republicanos, entre os quais quase todos os barões do café.
Mas a notícia que me trouxe a realidade vivida atualmente pelos ituenses me levou também à dura realidade ora vivida pelos sertanejos nordestinos, que amargam as consequências da estiagem mais violenta do último meio século sem que o poder público nada faça para sequer amenizar as agruras sentidas.
E nestes tempos bisonhos de pré-eleição nem a imprensa diz nada.
Por que será, hein?
Ah! Sim, além de ser uma espécie de berço da República, Itu é berço também do futebol brasileiro, pois foi lá que se soube da existência do futebol, notícia trazida por um jesuíta que fora à Europa, em 1878, em busca de novidades para o colégio no qual lecionava e onde rolou bola no Brasil pela primeira vez: o São Luís. 
Alunos do colégio São Luís, de Itu, foram os primeiros jogadores de futebol no Brasil.  A foto é de 1897

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