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quarta-feira, 17 de agosto de 2022

DIOGO PACHECO, DO ERUDITO AO POPULAR. ADEUS

Eu quase ia me esquecendo, mas a minha querida Anninha da Hora lembrou-me que hoje é o Dia do Pão de Queijo. E disse-me ela, ainda em tom de lembrança, que hoje é também o Dia do Patrimônio Histórico.
Anninha meus amigos, minhas amigas, é asa que me faz voar na vida depois que os meus olhos fecharam-se para as cores.
Hoje 17 pra mim seria um dia como outro qualquer. E noite. 
Anninha me faz vivo, essa minha querida moleca empresta-me os olhos dela para que eu veja vida...
Hoje 17 faz 35 anos que o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade foi pra além de nós. Está no céu.
Eu conheci Drummond. Eu o entrevistei para o Folhetim.
O Folhetim era um suplemento dominical do diário paulistano Folha de S.Paulo.
Ai, ai, ai, por que estou dizendo isso tudo?
A Anninha é uma danada, ela me tira do prumo. Ela diz coisas que esqueço, que esqueci. E hoje 17 eu queria falar da morte, do passamento, de um cara chamado Diogo de Assis Pacheco. Paulistano.
Diogo Pacheco foi um dos caras mais incríveis que tive a oportunidade e a alegria de conhecer. Frequentei a casa dele.
Pacheco era incrível em todos os sentidos. Brincalhão, cheio de graça. Gostava de whisky, destilados, que nem eu. Levou-me a sua casa várias vezes. E numa dessas idas, ocorreu uma desgraça.
O maestro Diogo Pacheco morava bem, e muito bem, num apartamento ali na zona Oeste de Sampa.
Naquele tempo eu fumava. E muito. Pobre de mim.
Na casa do Diogo, um dia estávamos eu e ele ouvindo música na sua sala especial. De música. Coisas incríveis, musicalmente falando. Clássicos de todos os tamanhos, desde Chopin a Mozart.
Aí fumando, fumando, aceso um cigarro caiu num tapete especialíssimo do maestro. Queimou. O maestro ficou doido. Esculhambou-me e fiquei do tamanhinho de nada. E foi ali, a partir dali, que decidi parar de fumar. E parei! De vez!
Diogo Pacheco foi assistente do meu querido amigo cearense Eleazar de Carvalho. E foi Eleazar quem a me apresentou Pacheco, seu assistente na Orquestra do Estado de São Paulo, OSESP (abaixo).
Meu Deus, quanta coisa mais eu poderia dizer sobre Diogo Pacheco!?
Atenção: foi Diogo Pacheco, ali em 1966, que resolveu a polêmica musical do suposto plágio de Disparada, de Vandré. História. E não custa lembrar que o erudito Diogo Pacheco passou a vida tentando popularizar o erudito.
Quando Anninha lembrou-me o pão de queijo, fiquei naturalmente com a boca cheia d'água.
Quando Anninha lembrou-me que hoje é o dia do Patrimônio Histórico, pensei: Será que o Brasil questiona este dia? Não, não... O dia morreu, a noite está chegando ao fim e ninguém em mídia nenhuma falou desse dia tão importante no nosso calendário.
O corpo do maestro Diogo de Assis Pacheco foi sepultado hoje no final da tarde, no Cemitério da Consolação, onde se acham outros corpos da vida brasileira bastante conhecidos como Monteiro Lobato e a Marquesa de Santos.

DEUS E O DIABO NO PALCO POLÍTICO

Na literatura policial é comum o criminoso voltar ao local do crime. Ficção. Mas isso também acontece na vida real. O incomum, no caso, é a vítima voltar ao lugar em que foi vitimada. Bolsonaro, espécie de Cramunhão da cena política brasileira, voltou aonde recebeu uma mal dada facada no bucho: Juiz de Fora, MG.
Ontem 16, oficialmente 1º dia da campanha política de 2022, Bulsa e sua mulher Michelle disseram mais um monte de mentiras nas ruas. Tudo que diziam, os malucos que o seguem batiam palmas e gritavam o tempo todo o nome de ambos. Circo do horror, né não?
A Michelle, esquisitíssima, lá pras tantas hipoteticamente pediu: "Que Deus dê sabedoria e discernimento ao nosso povo brasileiro para que não entregue o nosso país, a nossa nação tão amada por Deus, na mão dos nossos inimigos". E acrescentou: "Essa campanha, mais uma vez, é um milagre de Deus. Começou em 2019, quando Deus fez um milagre na vida do meu marido, porque aqueles que pregam o amor e a pacificação atentaram contra a vida dele. Mas Deus é maior, e a justiça será feita".
O maridão Coiso da Michelle, que sempre clama por Deus, disse: "É preciso estar atento. A partir de hoje, mais do que nunca, os que amam o vermelho passarão a usar verde e amarelo, os que perseguiram e defenderam fechar igrejas se julgarão grandes cristãos, os que apoiam e louvam ditaduras socialistas se dirão defensores da democracia".
Claro que Bolsonaro, o Bulsa, estava se referindo a seu adversário Lula. Que, por sua vez, disse mandando recado pessoal e direto: "Não acreditou na Ciência, não acreditou na Medicina, não acreditou nos governadores. Bolsonaro, você acreditou na sua mentira porque se tem alguém que é possuído pelo demônio, é esse Bolsonaro, que é um mentiroso".
E todas as bobagens que Bolsonaro disse durante o dia, à noite calou. Calou-se.
Na posse do novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, TSE, Bolsonaro parecia um poste. Apagado. Entrou pequeno no ambiente e de lá saiu menor. Menorsíssimo, quase nada. Nada.
Dos 27 governadores, 22 compareceram à posse do novo Ministro do TSE, Alexandre de Morais.
Além dos governadores, prefeitos de várias capitais também compareceram ao evento. Além disso, e desses figurões, estiveram no local quatro ex-presidentes da República e 45 embaixadores representando seus países.
O paulista Alexandre de Morais discursou com muita firmeza enaltecendo a lisura das urnas eletrônicas e a democracia brasileira. Disse: "Somos uma das maiores democracias do mundo em termos de voto popular, estando entre as quatro maiores democracias do mundo. Mas somos a única democracia do mundo que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia. Com agilidade, segurança, competência e transparência. Isso é motivo de orgulho nacional".
É certo que Moraes fazia referência à democracia ora vigente nos EUA, França e Inglaterra. 
Ao dizer o que disse, o novo presidente do TSE foi aplaudido de pé. Apenas dois bobalhões não deram bolas ao que estava sendo dito. Importantíssimo.
Esses dois bobalhões eram o presidente da República e o seu filho 02.
Alexandre de Morais disse mais: "A Constituição Federal consagra o binômio 'liberdade e responsabilidade', não permitindo de maneira irresponsável a efetivação do abuso no exercício de um direito constitucionalmente consagrado. Não permitindo a utilização da liberdade de expressão como escudo protetivo para a prática de discursos de ódio antidemocráticos, ameaças, agressões, violência, infrações penais e toda a sorte de atividades ilícitas. Eu não canso de repetir, e obviamente não poderia deixar de fazê-lo nesse importante momento: liberdade de expressão não é liberdade de agressão, de destruição da democracia, de destruição das instituições, da dignidade e da honra alheias".
Além de Bulsa e seu filho inexpressivo, estiveram na posse do novo presidente do TSE Sarney, Temer, Dilma e Lula-lá. Curiosidade: Bulsa e Lula ficaram cara a cara. E Dilma bem perto do seu algoz, Temer, tipo assim cara a cara. Nenhum desses se falaram. Ai, ai, ai... Pareciam moleques intrigados. Mas, enfim, isso é coisa de política. De políticos.
Preparemo-nos para os absurdos  dos absurdos que virão  desde os fins de agora até os fins de setembro.
Digo isso pensando no Cramunhão, que é um dos nomes do Satanás. A propósito, escrevi outro dia o folheto Repórter Entrevista/Piolho do Cramunhão. Um trecho:

... Perguntado se tem pai
Se tem mãe, se tem parente
O Piolho invocado
Respondeu indiferente:
Isso não interessa
O meu caso é papá gente

Pego homem, pego mulher
Pego preto, pego branco
Eu não faço distinção
Sou desse jeito: franco!
Mas de mim poucos escapam
Sou pior do que um cranco

No inferno tem lugar
Pra todo tipo de gente
Alto, baixo, gordo, magro
Feio, burro e crente
Não tenho preconceito
Sequer contra parente

Sou vírus democrático
Mato macaco, leão
Tigre, burro e pato
Fácil, fácil gavião
Pra pegar um cabra besta
Basta ir na contra mão

Dizem que só pego velhos
Mas jovens pego também
São esses os mais fáceis
Pela burrice que têm
Não aceitam ordenamento
E só fazem o que convém

Pego gente sabida
Doutor, intelectual
Pintor, cantor, jogador
Nessa onda mundial
Jamais vão me esquecer
Não é sensacional?...

Quer ler o texto completo desse folheto de cordel? Clique: https://institutomemoriabrasil.com.br/pagina/1471804/reporter-entrevista-piolho-do-cramunhao
 
A Democracia pode não ser o melhor sistema do mundo, mas é o que melhor atende a uma nação.
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