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domingo, 14 de julho de 2024

VIVA CLARISSA!

Clarissa
Primeiro foi invadida e tomada pelos franceses que já não aguentavam mais o rei Luís XVI, que sugava até a última moeda do povo trabalhador para se locupletar junto com seus assessores nababos.
Depois da invasão e tomada, foi destruída.
Estou-me referindo à Bastilha, prisão medieval francesa construída em 1383.
A tomada e destruição da Bastilha, ocorrida no dia 14 de julho de 1789, foi um fato que deixou em alerta os tiranos do mundo todo, a partir da Europa.
A data ficou conhecida como Revolução Francesa.
No dia 14 de julho de 1989, quando a Revolução Francesa completava 200 anos, nascia num hospital da Capital paulista um símbolo de paz e liberdade com o nome de Clarissa. 
Quando ela tinha ali uns 9 anos, compus junto com Téo Azevedo uma canção denominada Clarissa para a cantora mineira Fatel Barbosa cantar. Ouça:



Essa canção integrou a trilha sonora do filme franco-brasileiro Saudade do Futuro. 

Agora, o seguinte: no rigor, no rigor mesmo, fato importante ocorrido no dia 14 de julho de 1989 foi, sem dúvida, o nascimento de Clarissa.
A Revolução Francesa foi desencadeada num dia de verão. No Brasil, principalmente no RS, desabava mais uma nevasca. E nada mais. Ah! Sim: o santo do dia era e é São Camilo de Lellis (1550- 1614), padroeiro dos hospitais, doentes e profissionais da saúde.

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (114)

Outra mulher que também abriu o coração e a mente para o sexo foi a goiana Cora Coralina, de batismo Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889-1985). Deixou uma obra pequena, porém resistente. É dela Pouso de Boiadas:


Conversa sem sentido.

Os homens estirados

nas redes e nos forros,

assuntam de mulheres...

- Fêmea. Erotismo de macho.

Palavreado obsceno.

(...)

Manelão canta sozinho.

Manelão canta baixinho.

Moda de mulher.

...Dola... Xandrina...

... o chamado obscuro, sexual.

(...)

Manelão canta em surdina,

Manelão canta baixinho,

Manelão canta sozinho

Toada de mulher.

Dola... Xandrina...

O rude chamado sexual.

A saga bárbara

dos boiadeiros. 


Quatro anos depois de seu falecimento, foi lançado o LP Cora Coralina com 13 poemas, entre os quais: Velho Sobrado, Estas Mãos, O Cântico da Terra, Todas as Vidas e Meu Epitáfio, que diz:


Morta… serei árvore

Serei tronco, serei fronde

E minhas raízes

Enlaçadas às pedras de meu berço

são as cordas que brotam de uma lira.


Enfeitei de folhas verdes

A pedra de meu túmulo

num simbolismo

de vida vegetal.


Não morre aquele

que deixou na terra

a melodia de seu cântico

na música de seus versos


Num dos contos incluídos no livro Contos Novos (1947), o autor Mário de Andrade fala de dois jovens estudantes que sentem atração física mútua. Ainda nesse livro, Mário escreve a história que tem como personagens centrais Nízia e Rufina. Já falamos. O final desse conto é dúbio, como dúbio é o final do conto Frederico Paciência.

Enfim, quem transou com quem?

Amor e preconceito sexual sempre geraram discussões febris, no Brasil e noutras plagas. 

A escritora inglesa Jane Austen (1775-1817), mostra isso no livro Orgulho e Preconceito, publicado pela primeira vez em 1813.

Nesse livro, Austen conta a história de um casal que tem cinco filhas prontas para se casar. A mãe, Sra. Bennet, faz tudo e muito mais para que suas belas donzelas não padeçam no poço profundo do caritó. A mais nova, porém, de 16 anos, foge de casa com um cara sem futuro. A partir daí o romance ganha força.

A leitura de Orgulho e Preconceito nos leva à cena rural onde tudo se passa. Lá a mulher solteira que saía de casa e não se casava logo caía na boca ferina do povo. Isso, para uma família bem constituída, era o pior que podia acontecer.

Maria Firmina dos Reis, boa no verso como Cora Coralina, foi a primeira brasileira a publicar um romance no Brasil. Úrsula foi levado à praça em 1859. Três anos depois nascia no Rio de Janeiro Júlia Lopes de Almeida.

Júlia, primeira e única mulher a participar das reuniões que resultaram na fundação da Academia Brasileira de Letras, ABL, foi a segunda mulher brasileira a escrever e a publicar um romance: A Viúva Simões.

O livro de Júlia, lançado em 1897, conta a história de uma mulher que perdeu o marido e por bom tempo passou a cuidar apenas da filha Sara, enquanto a criadagem cuidava das duas.

O isolamento da viúva, Ernestina, dura até o momento em que ela reencontra um namorado da adolescência. Esse, Luciano, de tanto atentar, finda por amolecer o coração da protagonista. O fim beira a tragédia.

Júlia Lopes de Almeida foi, até aqui, a escritora que mais contos e romances publicou. Seus títulos andam na casa dos 50.


Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora

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