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sábado, 27 de março de 2021

BARBOSA, 100 ANOS!

 A Pandemia provocada pelo novo Coronavírus tem matado muita gente, de todas as formas. Irracionalmente, inclusive. 

O que as federações de futebol estão fazendo é um crime. Crime, sim.

As federações de futebol estão obrigando os jogadores a jogar no momento de extremo perigo. O novo Coronavírus não escolhe quem vai pegar.

Nesse caso, falta no mínimo solidariedade. 


Não sei quantos, mas muitos jogadores de futebol já pegaram o vírus. 

O novo Coronavírus já fez mortes no futebol, no Brasil e fora do Brasil.

Hoje 27 faz 21 anos da morte de Moacir Barbosa.

Hoje 27 faz também 100 anos que Barbosa nasceu.

Barbosa, como ficou conhecido o paulista de Campinas entrou para a história do futebol como a única pessoa responsável pela perda do título de campeão de 1950 da Seleção Brasileira.

Injustiça.

Naquele fatídico 16 de julho de 1950  havia no campo, além de Barbosa, dez brasileiros correndo atrás de uma bola.

A Seleção Brasileira só precisava de um empate. Não deu.

De bate pronto, ninguém lembra dos jogadores que corriam atrás da bola, mas o nome de Barbosa todo mundo lembra.

Barbosa morreu pobre e abandonado por todos, menos pela filha que adotou: Tereza, que carinhosamente ele chamava de "minha neguinha".

Barbosa, Moacir Barbosa, nascido no dia 27 de março de 1921 foi um herói.

"O Barbosa voava, era uma pássaro gavião que pegava bola a torto e a direito", exagera Carlos Sílvio.

Sílvio, pra quem não sabe, é goleiro voador do Paiaiá F.C.

E du-vi-de-o-dó: o Barbosa não toparia entrar em campo com uma doença que pega todo mundo no ar, pelo ar.

A GLÓRIA DEPOIS DA VIDA

Na vida doida que vivemos, não posso reclamar.
Tenho pelo menos meia dúzia de amigos queridíssimos. Inteligentes e sensíveis, como o cartunista Fausto.
Inezita Barroso ficava mais de hora conversando comigo pelo telefone. Falando sempre de coisas interessantes de sua vida e de outrem.
Outra cantora, Anastácia, não fica menos de uma hora quando me telefona. E blá, blá, blá. Gosto.
Há pouco foi a vez de Fausto telefona e blá, blá, blá, blá...
Disse que gostou demais do texto que fiz sobre Van Gogh.
Além de cartunista, Fausto é pintor.
Eu gosto muito de Van Gogh. A sua obra é incrível.
Quem primeiro me falou sobre Van Gogh foi o paraibano João Câmara Filho, meu professor de História da Arte nos fins do anos 60 e começo dos 70. Por ali.
A obra de Van Gogh, impressionista, é de uma beleza singular. Não à toa é eterno.
Fausto lembrou-me do norueguês de Oslo, Edvard Munch (1863-1944).
Munch é autor de um dos quadros que mais mechem com a gente: O Grito, de 1895.
Essa conversa toda para dizer, o seguinte: Van Gogh e Munch sofriam de depressão.
Dizem que depressão é "doença moderna". É não, como se vê.
A história de Van Gogh, repito, é impressionante como a sua obra.
Impressionante também são Munch e tudo que com pincel e pensamento.
Ambos morreram pobres e sem glórias.

LUGAR DE BALADEIRO É NO CEMITÉRIO

 A Natureza, com sua grandeza, mudará o mundo depois da Pandemia que vivemos.

Assim vai ser. 

Vai ser assim porque nós, humanos, não mudamos nada em nosso benefício. 

A Natureza está atenta.

Mudamos, em termos, a sociedade quando a  sociedade sopra ventos contra nós. Infelizmente.

Foi sempre assim, historicamente falando.

Solidariedade?

Há casos e casos, isoladamente. Pois enfim nem todos somos imprestáveis, horrorosos.


O meio artístico, das artes e literatura, é mais pendente ao sentimento humano. 

O ator Tony Ramos, no momento em que recebia vacina contra o novo Coronavírus soltou uma fala importante para os tempos bicudos que ora vivemos. Esta:"O importante é continuar acreditando na ciência, nos profissionais da saúde, pedindo apoio a eles. E acreditando, principalmente, que é possível vencer quando todos, juntos, estão emanados num mutirão pela saúde. Acreditem: a ciência está presente, atenta e, cada vez [mais], buscando novos caminhos."     

Quem me chamou à atenção para o que disse o ator global foi o querido amigo Carlos Sílvio, que observou:

 "As pessoas, modo de dizer, estão descumprindo todas as normas baixadas pelas autoridades sanitárias. Isso não é bom. E não funcionam, pra funcionar necessário seria que os infratores, irresponsáveis, que andam fazendo baladas e tal, fossem penalizados. Como pena os infratores seriam obrigados a prestar  serviço nos cemitérios do Brasil, por exemplo".

Dizer o que, né?

Concordo plenamente com amigo Sílvio: não basta baixar decreto e tal. Infrator, ao descumpri medidas contra a Pandemia, tem que se responsabilizar pelos atos feitos enterrando gente antes de eles mesmo serem enterrados.

ADEMILDE FONSECA, A MAIOR DO CHORO


A potiguar Ademilde Fonseca tinha 21 anos de idade em 1942 quando gravou o 1º disco de sua carreira. O disco, um 78 RPM da Columbia, trazia duas músicas: Tico Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu; e Volte pro Morro, da dupla Benedito Lacerda e Darci de Oliveira.
Nascida no dia 4 de março de 1921 em São Gonçalo do Amarante, RN, Ademilde rapidamente tornou-se a cantora mais admirada e aplaudida com os chorinhos que interpretava, do Brasil.
Cantora nenhuma, antes dela, foi tão original ao interpretar choros.
Não dava para imitá-la. Na verdade era impossível imitá-la.
Ela cantava com a rapidez e o brilho de um raio.
Choro é um gênero musical surgido no Rio de Janeiro.
O primeiro chorão, como até hoje é chamado quem toca e canta choro, foi o funcionário público Joaquim Antônio da Silva Callado Jr. (1848-1880).
Além de dar o pontapé inicial nesse novo gênero, Callado foi também quem definiu os principais instrumentos para dar forma ao ritmo: flauta, violão e cavaquinho.
Alfredo Vianna da Rocha Filho, que todos conhecem pelo apelido de Pixinguinha, foi o músico que deu forma definitiva ao choro.
Desnecessário dizer, mas digo: Pixinguinha foi um gênio e como se não bastasse deixou como legado mais de um milhar de músicas em partitura.
É extensa a discografia de Ademilde.
A gravação mais bonita de Brasileirinho é dela, escrita por Waldir Azevedo, gravada em 1950.
Em 1952, a gravação de Brasileirinho por Ademilde foi lançada em vários países. Na França pela Decca, por exemplo.
A Decca é uma gravadora prestigiada, de origem inglesa.
Além de choro ela cantou samba, baião e até forró.
Curiosidade: Em 1950 Ademilde gravou o baião Molengo, de autoria do paraibano Severino Araújo e Aldo Cabral.
Aldo, nascido no Rio de Janeiro, era de profissão ator e jornalista. E como jornalista foi o primeiro a publicar uma reportagem sobre o futuro rei do baião, Luiz Gonzaga.
Ademilde Fonseca Delfino, esse o seu nome completo, morreu no Rio de Janeiro, no dia 27 de março de 2012.
Seu nome deveria estar no Panteão dos Heróis da Música Popular Brasileira.
Viva Ademilde!


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