Camões |
O inspirado português Luiz Vaz de Camões (1524-1580), vai mais longe:
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor
Na sua obra-prima, Os Lusíadas, o autor fala de amor, sexo e sensualidade entre marujos e sereias encantadas habitantes de uma certa ilha criada pela deusa Vênus. Essa referência está no Canto IX. Eu recriei:
Há na Ilha dos Amores
Mitos e lendas no ar
E figuras encantadas
Dançando à luz do luar
Enquanto o vento canta
Antigas cantigas do mar
Desde sempre se sabe
Que na vida é bom sonhar
Na Ilha dos Amores
Não é pecado pecar
Pecado é não ouvir
Os cantos que vêm do mar
Essa ilha foi o lugar que a deusa Vênus arrumou para alegrar o corpo e a alma dos marujos que se aventuraram mar adentro acompanhados de Vasco da Gama até o desconhecido país Índia, na Ásia.