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domingo, 6 de maio de 2012

NEYMAR, GONZAGA, LUNA E ROTEIRO MUSICAL


Deu gosto ver o Santos jogar hoje contra o Guarani no Pacaembu, horas e pouco atrás.
Verdade que no primeiro tempo, sobrou pisadas de bola.
E meio lento foi o jogo, no 1º tempo.
Neymar faminto pela redonda, corria e corria pelo campo feito doido.
Um gênio é esse menino da pelota, profissional.
E a redonda o evitando.
Houve momentos que esperei mais do Ganso, um de seus companheiros.
Mas Ganso não deslanchava.
Até que nos últimos minutos do 1º tempo, aconteceu.
Pimba!
Ele, Ganso, 1 x 0 na rede.
Iniciado o 2º tempo, alegria para os santistas e não santistas que gostam de bons jogos; jogos que nos levam a estar de bem com a vida, esportivamente falando.
E aí Neymar fez o que sabe fazer: gols.
Fez a rede adversária tremer duas vezes.
As arquibandas endoidaram, urras mil.
Ao fim, 3 x 0 para o Santos.
Uma coisa: Neymar tem o que só os grandes têm: o hábito de trabalhar com afinco e honestamente, pois o talento em si não basta.
E ele Neymar, me dizem, treina até quando recebe autorização do técnico para ir a baladas.
Mas o seu divertimento é brincar com a bola; aprender com ela, seu principal instrumento de êxito.
Lição: na vida, é preciso treinar sempre para melhor viver.
Pois, pois.
E o caso Luiz Gonzaga na Virada Cultural, hein?
Ontem à noite tirei pra bater pernas por aí, pra ver a tal da Virada.
Encontrei o seresteiro Roberto Luna, o rei do bolero.
Grande artista.
O texto do Nêumanne sobre Gonzaga, na Pan, e no Caderno 2+Música do Estadão, replicado aqui, levou pessoas a dizer que eu sei tudo de Luiz Gonzaga etc. e tal.
Não nego, imodestamente.
Sei muito a seu respeito.
E do Brasil, da nossa cultura popular.
Tem sido a vida inteira aprendendo, com a pretenção de ensinar.
Luis da Câmara Cascudo foi meu mestre.
Frequentei a sua casa e bebi da sua fonte, com gosto.
O Almanaque do jornal Folha de S.Paulo guardou isso, inclusive uma entrevista que fiz com ele, no final dos 70.
É só acessar o site da Folha.
Meu novo livro (Luiz Gonzaga, o Divisor de Águas da Música Brasileira), em dois volumes, e ainda sem editor, pretende mostrar toda a grandeza de Gonzaga na história da nossa música.
Mas aí na tal Virada o esqueceram.
Por que, hein?
E este 2012 é o ano do seu centenário de nascimento!
Repito o que disse ontem: isso precisa de esclarcimento público, da parte dos organizadores do evento.
Será que há mal intensão, discriminação em não levarem a obra de Luiz Gonzaga ao público paulistano nessa tal Virada Cultural?
No último dia 30 fiz palestra sobre ele, o Rei do Baião, em Corumbá, Mato Grosso do Sul (clique, acima).
Ora, ora, e a primeira vez que Luiz Gonzaga foi chamado de rei do baião foi aqui, em São Paulo.
Numa boa?
Não gostei da Virada Cultural 2012.
Cultura é coisa séria.
Não é porre, não é overdose de milhões de coisas identificadas ou assim chamadas de cultura.
Cultura é outra coisa.
Sobre isso, lembro: há uns anos fui convidado a encerrar um seminário no Congresso Nacional.
Aproveitei para dizer da necessidade de a nossa cultura musical votar às escolas.
Projeto a respeito foi apresentado por Roseana Sarney e aprovado.
Agora, me dizem: falta professor nas escolas para ensinar música, folclore...
Há uns anos tambpém conseguimos aprovar no Congresso Nacional, através da deputada Luiza Erundina, o Dia Nacional do Forró.
Levei pau.
Nova pergunta: por que os organizadores da tal Virada não mostra a cultura real do Nordeste?
O Nordeste em São Pualo é representado por mais de 4 milhões de pessoas.
Luna, um nordestino de Serraria, PB, ficou famoso como o Rei do Bolero.
Interessante, não é?
O Nordeste deu grandes presidentes na nossa República.
O primeiro, inclusive.
Depois outros e outros.
E Roberto Luna não sabia da exposição Roteiro Musical da Cidade de São Paulo, no Sesc Santana desde o dia 25 de janeiro.
Ok. Nenhum jornal publicou reportagem sobre isso.
Ele ficou sabendo indo comigo lá.
Peter Alouche, egipcio naturalizado, engenheiro, professor, poliglota, autor da toada São Paulo de Todos Nós, com o cantador Téo Azevedo, chegou de repente e juntos fomos passear pela exposição, chamada de instalação por ser multimídia etc. e tal..
O registro de nós três é este, feito por Andrea Lago:

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