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domingo, 15 de setembro de 2013

PRA QUE MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA?

São Paulo é do Brasil a cidade que maior número tem de casas de espetáculos em funcionamento.
Mas faltam casas de espetáculos para ocupação de público em São Paulo.
Portanto, São Paulo não pode se dar ao luxo de menosprezar os espaços culturais que tem, como o da Fundação Memorial da América Latina, que fica ali na Barra Funda, bairro famoso e histórico por ser o berço do samba da cidade há mais de 100 anos.
Mas o vazio que tenho visto no Memorial me decepciona e dói, e muito.
O projeto cultural desse importantíssimo espaço para São Paulo deve-se à inteligência e persistência do antropólogo carioca Darcy Ribeiro; e a sua construção, em terreno cedido pela Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, ao arquiteto também carioca Oscar Niemeyer.
O Memorial foi inaugurado em março de 1989.
De direito público sem fins lucrativos, mantida pelo governo do Estado, a Fundação Memorial da América Latina é uma ideia de integração também política e social dos países vizinhos, com a Argentina à frente.
Mas esse espaço, de quase 85 mil metros quadrados, está quase sempre vazio, abandonado às moscas, por isso triste e assim dizer.
Hoje, mais uma vez, constatei a tristeza do abandono da cultura popular nesse espaço tão rico, indo à Feira Nacional de Cordel, Fenacordel, lá em vão livre instalada por iniciativa e insistência de seus criadores abnegados, entre os quais os cordelistas Varneci Santos do Nascimento e João Gomes de Sá.
O que hoje vi, mais uma vez, no Memorial, doeu.
Doeu porque não vi público lá, vi artistas simples do povo, incríveis, profissionais que sonham, como a dupla de poetas repentistas João Doutor e Adão Fernandes, do Ceará e da Paraíba, respectivamente (acima, na foto de Andrea Lago).
Pergunto-me: por que tamanho descaso dar a Fundação Memorial da América Latina à cultura popular?
Fiquei sabendo que os espaços do Memorial hoje são alugados.
Fiquei sabendo que cultura popular não é importante para o Memorial.
Fiquei sabendo que o presidente do Memorial, o cineasta João Batista de Andrade, tem tentado o impossível para manter acesa a luz da esperança no Memorial.
Fiquei sabendo que...
Ora, governador Alckmin!
Sugiro que se fechem as portas do Memorial, porque do jeito que está o Memorial não passa de um elefante branco, e elefante branco é uma desgraça num país sem elefantes.
Quando o Brasil descobrir que a digital do povo é a cultura popular, quem sabe as coisas mudem, mas até lá...
Puta que pariu! 

INSTITUTO MEMÓRIA BRASIL 
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