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domingo, 15 de outubro de 2017

CUIDADOS PALIATIVOS SÃO UM DIREITO HUMANO

Você sabe o que são cuidados paliativos?
Nós e o mundo somos finitos. Tudo nasce, tudo morre, além do verbo e da poesia.

Eu sonhei sob os lençóis
que tudo ia acabar
que tudo ia morrer
que nada ia escapar
que estrala ia cair
e o céu ia desabar

Foi um sonho terrível

que nem Dante quis sonhar:
planetas explodindo
e o cão a gargalhar
um horror dos infernos
que não quero relembrar...

Você sabe o que são cuidados paliativos? 
Em 2008, o violonista Canhoto da Paraíba, partiu para a Eternidade aos 82 anos de idade. Sofreu com um mal que instalou-se no seu corpo, condenando-o a finitude. A família também sofreu. Isso aliás, é comum. Certo? Quando um ente querido sofre e é desenganado pelos médicos, a família toda ou em parte, também adoece com as sequelas.Comum e compreensível. não é mesmo?
Canhoto da Paraíba morreu em casa, em Recife.
Em 2004, depois de 12 anos em estado vegetativo, em coma, morreu Rosinha de Valença. Ela e sua família sofreram muito. Uma de suas irmãs, morreu antes de dor e tristeza. Isso também mata, todos sabemos.
Cuidados paliativos são cuidados que pacientes em estado grave, gravíssimo, desenganados pela Medicina, recebem de profissionais especializados. As meninas Ana Maria e Lúcia Agostini, profissionais de Gerontologia, ensinam-me que "cuidados paliativos" não se refere ao tratamento da doença em si, mas aos cuidados que promovam a qualidade de vida na finitude, por meio de alívio do sofrimento humano.
Esses profissionais ainda são muito poucos no Brasil. O pioneiro no ramo, Marco Túlio Figueiredo, chegou à casa dos 80 anos e morreu em Fevereiro de 2013. O legado que deixou tem sido importantíssimo para a sociedade. E o será sempre.
A nossa sociedade está doente e abandonada pelo poder público e por nós memos, não é mesmo?
Na Inglaterra e Portugal, o poder público dá a necessária atenção e cuidados às pessoas condenadas à morte, por uma doença qualquer, ao contrário do que ocorre no Brasil.
Alguns países assumiram a Eutanásia. 
Eutanásia é uma questão delicadíssima.
Delicadíssima é questão que diz respeito ao ser humano portador de doença grave, física ou mental.
Ontem 14, eu conheci um lugar muito bonito em São Paulo, cheio de cores, flores e cheiros, harmonia, respeito e solidariedade. E dignidade também. Ser sem dignidade é não ser.
Ontem foi o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos,  comemorado sempre no segundo sábado de outubro. Esse dia existe para  lembrar das pessoas, jovens e adultos, que necessitam de cuidados paliativos especiais, de que todos nós precisamos nos conscientizar.
Cuidados paliativos são um direito humano, que deveria constar com clareza na nossa Constituição e na própria Declaração Universal de Direito Humanos, adotada pelo Organização das Nações Unidas, ONU, desde o dia 10 de dezembro de 1948, quando lá tivemos um representante, Graça Aranha.
Na Capital paulista há um hospital denominado Premier, diferente   de outros hospitais que  conhecemos. É um hospital que foge da rotina hospitalar. Esse é um hospital em que os pacientes são rigorosamente tratados como gente, como seres humanos.
Para lembrar o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, a direção do Hospital Premier promoveu um encontro que reuniu profissionais de diversas áreas da vida cotidiana. Isso ocorreu numa área que passou a chamar-se Jardim de Soraya, onde ocorreu um espetáculo musical de raríssima qualidade, que foi apresentado a um  público especialmente convidado. Houve apresentação até da bateria de uma escola de samba, com direito à mulatas sambando e tal. Foi maravilhoso. Nesse mesmo dia, o jornalista e escritor alagoano Audálio Dantas foi homenageado com o troféu Averroes, muito bonito. Mas sobre isso  falarei depois. Acompanhe-me.
As comemorações do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos contaram com a presença de grandes nomes do jornalismo brasileiro, entre os quais, Sílvia Pimentel, Rose Nogueira, José Hamilton Ribeiro, Ricardo Kotscho, Elifas Andreato (foto acima), Moura Reis, Palmério Dória, Flávio Tiné, Sérgio Gomes, o Serjão; Colibri, além de Audálio e sua companheira, Vanira. Também estiveram presentes produtores musicais como Lenir Boldrim e os cordelistas Marco Haurélio e Pedro Monteiro. O editor potiguar José Xavier Cortez também esteve lá levando  o ar da sua graça. Nas fotos, abaixo, um registro parcial da beleza  que foi o encontro. Foi servida uma ótima feijoada acompanhada de uma cervejinha estupidamente gelada, foi servida aos privilegiados que lá estiveram.
No Brasil, há pelo menos 500 mil pessoas precisando de cuidados paliativos. 
No mundo, segundo a OMS, há 40 milhões de pessoas nessa mesma condição.
Não está na hora de nós entendermos melhor o que é solidariedade?












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