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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

JOSÉ MARIA MAYRINK, ADEUS

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Toda vez que morre um amigo, sinto que morre um pedaço de mim.
O querido cartunista Fausto telefona pra dizer que tem a dar uma notícia desagradável. Essa notícia, ele deu: José Maria Mayrink, morreu.
Aconteceu no correr da madrugada deste dia 23.
Mayrink, mineiro do interior, foi uma dessas pessoas que nos marcam para sempre.
Simples, atencioso, de uma inteligência fora do comum, José Maria Mayrink foi seminarista e professor de latim e português. Um mestre do jornalismo, profissão que abraçou bem no começo dos anos 1960. Em Minas.
Eu não lembro o dia em que nos conhecemos. E nem o ano, tampouco o mês. Sei, porém, que foi na Capital paulista.
Eu chefiava o departamento de Imprensa da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Metrô. À época, ele era repórter do Jornal do Brasil.
Pelo o que aqui estou a dizer, nos conhecemos num ano qualquer do século passado.
E o tempo passou e a nossa amizade se fortaleceu, ao ponto de ele frequentar com naturalidade a minha casa.
Foi na minha casa que Tiné e Tinhorão conheceram Mayrink (foto acima). Foi também na minha casa que Bráu Mendonça e a sua companheira de música Rosângela, conheceram Mayrink.
Também na minha casa Mayrink conheceu Célia e Célma, Vandré, Fausto (cartunista) e muita gente bacana.
A última vez que o querido Mayrink deu-me a alegria de abraçá-lo foi em 2018.
Toda vez que ele vinha à minha casa trazia frutas colhidas do seu quintal. Uma graça.
E conversávamos, e conversávamos, e conversávamos...
José Maria Mayrink deixa uma mulher incrível e quatro filhas, igualmente incríveis.
Toda vez que um amigo morre, eu morro um pouco com ele.

DEZEMBRO DE SOLIDÃO E MORTE

O mês de dezembro, o último do ano, é um mês de alegria. Em tese.
No correr desse mês, é notório o aumento de suicídios. 
Estatísticas recentes indicam que 30 e poucas pessoas se matam todos os dias. 
A tristeza, mata; a depressão, também. Uma coisa puxa a outra. 
Muitas pessoas procuram os trilhos do Metrô e da CPTM para dar cabo à vida.
No tempo em que eu chefiava o Departamento de Imprensa da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Metrô, esse tipo de ocorrência aumentava no mês de dezembro. A explicação era que os suicidas viviam sós, moravam sós, sem ninguém para desabafar suas mágoas. E não rendia notícia nos jornais, rádios e TV's.
As pessoas continuam tristes, umas. Outras, continuam vivendo como podem. 
Na música Brasileira há vários registros sobre tristeza e morte. 
Dolores Duran compôs uma obra prima do gênero. Ouça: 


 

DIA DO VIZINHO

Olá, meu amigo, minha amiga, você já cumprimentou hoje o seu vizinho, na sua vizinha?
Cinco anos antes de morrer, Cora Coralina recusou gentilmente a iniciativa dos moradores de sua rua, em Goiás, GO, de homenageá-la no dia em que completava 91 anos de idade, num 20 de agosto.
Cora nasceu em 1889. Ela, ao recusar a homenagem, disse que o ideal seria que todos homenageassem os seus vizinhos. A partir daí surgiu o Dia do Vizinho.
O Dia do Vizinho é comemorado anualmente no dia 23 de dezembro. 
Autora de belos contos e poemas, Coralina estreou na literatura num dia qualquer da primeira década do século XX.
É muito grande o número de pessoas que moram sozinhas no Brasil. 
São Paulo é a capital com maior número de pessoas morando sós, portanto, sem vizinhos.
A pandemia provocada pela Covid-19 chega como mais um entrave para as pessoas não se abraçarem. Mas cumprimentar à distância, pode, né?
Eu moro só e a vizinha ao lado, morreu. E o apartamento onde morava, está vazio. 
Por cá só silêncio, na rua um barulho danado. 
Existem algumas músicas interessantes sobre vizinhos. A de Osvaldinho da Cuíca é um barato. Ouça:



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