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quinta-feira, 17 de março de 2016

ARISTÓTELES E O HOMEM DA COBRA

Aristóteles dizia que política é o esforço da realização da ética na vida social.
O cientista e compositor musical Paulo Emílio Vanzolini, meu amigo, também achava isso.
O doutor Paulo, especialista em hepatologia – ramo da Zoologia -  vivia arte e ciência o tempo todo. Incluindo ai, a política.
No correr da ditadura militar, o doutor Paulo ajudou a tirar do Brasil muitos perseguidos políticos. O doutor Paulo odiava o PT. Aliás, ele não autorizou a produção do filme Lula, o filho do Brasil (Direção Fabio Barreto, 2009) a incluir na trilha sonora o Samba Volta Por Cima, de sua autoria. Isso ele me disse numa das vezes em que saímos tantas e tantas vezes para comemorar a invenção da cachaça e da cerveja.
Aristóteles dizia que a justiça é a maior das virtudes.
A cantora Inezita Barroso considerava-se uma pessoa justa. Ser justo consigo mesmo, Aristotelicamente falando, é muito fácil. Difícil é o contrário. Mas Inezita costumava dizer o que lhe vinha à telha. Ela era uma pessoa que não tinha papas na língua.  Era maravilhosa, autêntica. As pessoas maravilhosas estão todas, partindo em viagem sem volta.
Inezita Barroso, paulistana do berço do samba, bairro da Barra Funda, também detestava o PT.
Eu fui uns dos fundadores do PT.
O mais importante sambista e cuiqueiro de São Paulo, e do Brasil, Osvaldinho da Cuíca, tem a mesma política que tinha Inezita Barroso.
Osvaldinho da Cuíca é um mestre da música popular.
A Paraíba, minha terra, deu muita gente importante em todas as áreas da atividade humana.
A Paraíba deu o poeta simbolista Augusto dos Anjos, os cordelistas Leandro Gomes de Barros e Silvino Pirauá, Ariano Suassuna, João Pessoa, Zé Américo de Almeida, autor do romance regionalista nordestino A Bagaceira, 1922; Zé Limeira, Zé Ramalho, Deus...
A Paraíba também deu o cantador violonista Vital Farias, da terra de Ariano (Taperoá).
Vital Farias é uma das nossas reservas musicais, intelectuais e humanistas.
Vital detesta o PT.
Um dia, um amigo me perguntou se eu sabia que Hitler começou sua carreira no Partido dos Trabalhadores Alemão. Década de 20. Eu disse que sabia. E eu disse que sabia, também, de um monte de histórias. Da Carochinha, inclusive.
E esse mesmo amigo, um provocador de mesa de bar chamado Rodrigo, também me perguntou sobre o que eu achava ou acho do que está rolando neste Brasil brasileiro de pobres e ricos, muita desigualdade. Somos campeões nesse item.
Aristóteles dizia que o equilíbrio é fundamental para o bem de uma sociedade.
Pensar é fundamental, mas é complicado.

O HOMEM DA COBRA
A fala de Lula tornada pública pelo juiz Sérgio Moro é de arrepiar.  É de arrepiar pela vulgaridade expressa. É chula, agressiva, irônica, prepotente.  O palavreado exibido pelo ex presidente da República chega a ser vergonhoso por sua baixeza e agressividade contra mulheres e pobres e até contra o poder Judiciário, o que acarretou imediata resposta do decano do STF, Celso de Melo.  Fiquei triste.  Antes deste quiprocuo, o antecessor da Dilma disse em tom de desafio aos seus adversários que se quisessem matá-lo teriam que lhe atingir a cabeça e não o rabo com se faz com uma cascavel.  Ele disse isso e logo me lembrei da minha avó Alcina.  Ela falava de um tal “homem da cobra”, que é simplesmente o camelô das ruas anuciando seus produtos milagrosos ao público ignorante.  Em resumo:  é o homem de boa fala, que fala muito e enrola todo mundo.

INEZITA BARROSO

No último dia 8, dia internacional da mulher, completou-se um ano do encantamento da minha querida Inezita Barroso.  Eu tive a alegria de vê-la feliz lendo o livro que escrevi a seu respeito. (Cortêz Editora - 2011).  Um dia após o seu desaparecimento, eu e o Zuza Homem de Melo falamos a seu respeito no programa JC Debate, da TV Cultura.

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