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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

CULTURA E POLÍTICA DE MÃOS DADAS


Não tenho nada contra ninguém, seja de qual for a sua coloração política, religiosa ou esportiva. O diálogo sempre foi algo fundamental na vida de todos nós. Inclusive, entre casais. 
A política na Capital paulista está pegando fogo. 
O objeto de desejo é a Prefeitura. 
De um lado o PSDB, de outro o PSOL.
Os meios de comunicação estão divulgando a informação de que uma quantidade enorme de cestas básicas foi distribuída por apoiadores do PSDB aos moradores da Brasilândia, bairro pobre da Zona Norte da Capital paulistana. A polícia foi acionada para identificar os responsáveis pela distribuição. Certo, pois isso é crime previsto em Lei.
Desde menino ouço falar na compra de votos nos períodos eleitorais.
Vou dar meu voto a Boulos/Erundina, pois entendo que as propostas por essa chapa apresentadas são bem melhores do que as propostas da chapa da oposição, isto é, da situação, pois o PSDB é governo. 
Não se deve votar em candidato nenhum, por amizade ou interesse de qualquer natureza. 
Eu tenho amigos que se alinham politicamente à direita e à esquerda. Entre esses amigos, jornalistas, compositores, escritores, atores e cantores.
O compositor, cantor e instrumentista Vital Farias é um nome que o Brasil conhece e aplaude. 
Ontem 26, à noite, conversamos longamente. Falamos de música, naturalmente, mas principalmente de política.
Vital teve a primeira composição (Ê Mãe) gravada pelo paulista Ary Toledo, em fins dos anos de 1970.
Depois vieram muitos sucessos: Caso Você Case, Aí que Sodade de Ocê e Saga da Amazônia, uma pérola. (Ouça, abaixo).
Vital e eu frequentamos algumas vezes a casa do Ary, cá em Sampa.  
Já famoso, com belíssimos discos lançados à praça, concorreu duas vezes ao Senado.
Na primeira (2006), apoiado pela "Frente da Esquerda Paraibana" (PSOL, PSTU), obteve cerca de 100 mil votos. Belíssima votação. 
As eleições de 2018 foram eleições que dividiram o Brasil. Ganhou Bolsonaro, com 57 milhões de votos. 
Muitos lares foram desfeitos com o resultado dessas eleições.
Amigos brigaram, amigos se separaram. E a briga de bolsonaristas contra não bolsonaristas continua. Infelizmente.
Há agressões, provocações de todos os tipos. 
Já quiseram até jogar o exército contra o STF, por exemplo. 
Vital mudou de lado, declarando-se bolsonarista de primeira hora. Como Sérgio Reis, Djavan, Toquinho, Lulu Santos e Fagner. Os dois últimos estão arrependidos.
Bolsonaro é defendido por Vital com a maior naturalidade do mundo. E firmeza. A vergonha, segundo ele, "é uma linha reta sem curva, se desviar, estou fora". 
Ainda falando sobre cultura, perguntei a Vital se ele aceitaria assumir o Ministério que virou Secretaria da Cultura. Resposta: "Aceitaria sim, desde que a secretaria voltasse a ser Ministério".
Política dá ordenamento à vida de um país, inclusive no tocante a questões de ordem cultural. Em resumo, tudo é política, e mudar de opinião também faz parte desse processo. 

Há um livro muito bom escrito pelo francês André Gide (1869 - 1951), intitulado O Imoralista. Nesse livro o autor dá voz a um personagem que diz mais ou menos isto: "Só não muda de opinião quem é burro".
Confesso, meus amigos, minhas amigas, que custei entender o que o personagem de Gide queria dizer com essa frase.
Dia desse perguntei a Geraldo Vandré, se era de esquerda ou de direita. Pergunta boba, claro. Após uma risadinha sarcástica, respondeu com a maior tranquilidade do mundo: "Nem uma coisa, nem outra". 
Vandré é o autor da canção Pra Não Dizer que Não Falei de Flores (Caminhando), regravada dezenas e dezenas de vezes pelos mais diferentes intérpretes e grupos musicais, no Brasil e no Exterior. 
Política é coisa fundamental à saúde de um país, de uma nação, quando feita sem ódio, sem mentira e com respeito aos adversários concorrentes a quaisquer que sejam os cargos eletivos nas esferas municipal, estadual ou federal.
No total, são 5577 municípios que formam a República Federativa do Brasil. Desses, 57 terão suas prefeituras disputadas no próximo domingo 29. Entre as capitais, 18, quatro das quais disputadas a pau: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre. 


LEIA MAIS: 

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https://assisangelo.blogspot.com/2014/08/o-fazer-poetico-de-vital-farias.html
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NEGACIONISMO A TODA PROVA

O Ivo que viu a uva nas primeiras aulas de alfabetização não é o mesmo Ivo do poema Pacto ao Cair da Noite. Uma obra-prima, diga-se de passagem. Mas, cá com os meus botões, fico imaginando se o Ivo da uva resolvesse negar que viu tão saboroso fruto um dia na sua vida.
Essa conjectura, com ou sem "C" no meio da palavra, vem a propósito da inesperada negativa do presidente Bolsonaro, que disse não ter dito ser apenas uma "gripezinha" que anda por aí circulando sob a denominação de Coronavírus.
Essa negativa é improcedente. Diante do dito não dito, falta Bolsonaro dizer também que não disse sermos todos uns maricas.
Bom, do alto dos meus 68 anos de idade, digo sem medo de errar: nunca vi, ouvi, ou soube de alguém tão negacionista quanto Bolsonaro.
Ele parece não pensar duas vezes, se é que pensa, para pronunciar absurdos extraídos da sua cabeça de ex-capitão. Nisso é rápido como um raio.
O que Bolsonaro nos reserva nas próximas horas, hein?
Ele já disse que sua eleição foi uma fraude, mas sem apresentar prova alguma. Tal e qual sua cara-metade estadunidense Trump.
Ele já disse que não houve nem há incêndio na Amazônia, embora seu piloto tenha apresentado dificuldades de pousar num descampado da floresta com ele abordo. Isso faz uns dois meses.
Ele já disse que a Cloroquina é um santo remédio contra a Covid-19, ao contrário do que dizem cientistas do mundo todo.
Bolsonaro diz que defende a liberdade, mas declara ser ele próprio a Constituição.

VICE É PRESIDENTE?

O Mourão continua protagonizando. Hoje 27 ele ganhou destaque ao "defender" o Itamaraty. Motivo: no começo da semana o deputado Eduardo filho do outro usou as redes pra agredir os chineses, nosso principal parceiro comercial. A Embaixada chinesa não deixou por menos e contra-atacou. Sobre o tema o presidente nada falou, preferindo a moita onde se acha que nem um santo.

ATENÇÃO, BELCHIOR ESTÁ NA PRAÇA


Milhões e milhões de discos nos formatos de 10 e de 12 polegadas foram produzidos e lançados no Brasil desde 1956. Nesse período eram também produzidos e lançados discos de 78 rpm. 
A produção em larga escala de discos de vinil estendeu-se até finais de 1990. Os de 78 rpm findaram em 1964. 
Os artistas que mais gravaram discos em vinil foram Luiz Gonzaga, Nelson Gonçalves, Roberto Carlos; Tonico e Tinoco, Tião Carreiro e Pardinho… 
O cantor que mais gravou discos em 78 rpm no Brasil foi disparadamente Chico Alves. Ele nasceu no Rio, em 1897. 
Chico reinou impoluto até 1952, quando morreu. 
Por trás de cada disco que vai à praça há um produtor, um diretor musical etc. 
O piauiense de Piripiri Jorge Mello foi um dos mais ativos produtores musicais do País. Em toda a carreira, produziu quase duas centenas de LPs. 
Além de produzir seus próprios LPs, 16 no total, produziu discos de Belchior e muita gente mais. De Belchior, aliás, estão sendo relançados no formato de CD Um Show − 10 Anos de Sucesso e Trilhas Sonoras, incluídos numa caixinha intitulada Paralelas. Uma pérola. O responsável por essa iniciativa foi o carioca Renato Vieira. O cantor, compositor e produtor musical Jorge Mello nasceu em 27 de novembro de 1948. 
Sua carreira artística ganhou ritmo a partir de Fortaleza, Rio e São Paulo, onde tem vivido a maior parte do tempo. Continua compondo. 
Além de músico, Jorge Mello foi professor de música, ator e diretor de teatro. Inquieto, fez o curso de Direito e especializou-se em Direitos Autorais. Tem cinco livros publicados e vários folhetos de cordel. 
Para Jorge Mello, a caixinha com os dois discos de Belchior que produziu “é um ótimo presente de aniversário”. 
A caixa de discos Paralelas está sendo lançada por via independente. 
A respeito de Jorge Mello e Belchior, leia mais: 

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