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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

2020 JÁ VAI TARDE

Pois é meu amigo, minha amiga, chegamos a mais um final de ano.
Não terei saudade de 2020. Terei pena desse ano.
O ano de 2020 marcou o maior desespero que o mundo já sofreu, nos últimos cem anos.
Quase dois milhões de pessoas morreram vítimas da Covid-19. Mas disso não quero falar. Eu quero dizer o seguinte: À esperança!
O que nos resta, como seres humanos, é a esperança e a solidariedade.
Caso não aprendamos com o maldito vírus que nos mata, dificilmente aprenderemos num futuro a sermos uno, unidos, parceiros, caminhando num mesmo caminho.
Este é o sétimo dezembro que vivo sem a luz dos olhos.
Eu quero aproveitar este espaço no último dia do ano pra mandar meu carinho, meu respeito, minha admiração, meu tudo de bom às pessoas que estiveram até este momento comigo: Carlos Silvio, Darlan Zurc, Anderson Gonzaga, Silvya Jardim, Cilene Soares, Ivone, Soraia, Anninha da Hora, Vito Antico. Poxa, eu amo quem me ama.
Ah! Essas pessoas lindas, meus tesouros, caminharam comigo profissionalmente expondo seus sonhos a mim e eu a elas.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

GINÁSTICA É SAÚDE E VIDA!

 

Amigos, amigas, apareci algumas vezes fazendo exercícios na esteira, bicicleta etc.
Não por nada, mas fiz isso no decorrer do ano pra chamar atenção de pessoas que sofrem algum tipo de deficiência.
Não podemos, portadores de deficiência ou não, ficar num canto de parede mal dizendo a vida e gentes.
Eu fiquei cego só dos olhos, nada a mais.
É isso.
À vida!

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

O BRASIL É CASCUDO

Mestre Luís da Câmara Cascudo foi um dos mais importantes estudiosos da cultura popular do Brasil. E do mundo.
Cascudo falava pelos poros.
A sua mente funcionava como um dínamo.
Era rápido que nem um raio.
Eu conheci de perto Luís da Câmara Cascudo.
Frequentei a sua casa.
E não será exagero dizer que quem pensa o Brasil é Luís da Câmara Cascudo.
Há uma entrevista muito significativa que fiz com o Cascudo para o suplemento Folhetim, do diário F. de S. Paulo. Leia: J&Cia Especial: LUÍS DA CÂMARA CASCUDO

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

VIDA DE CÃO

Um Brasil que pensa está fulo com o presidente que ora dirige o País.
Bolsonaro é um negacionista à toda prova. E o problema não é ele morrer, como tem dito. O problema é que ele, no alto da sua ignorância, induz o povo a matar-se.
No dia em que o Brasil alcançou 7 milhões de pessoas contaminadas e 182 mil mortas, Bolsonaro juntou-se ao ministro general da Saúde, sem máscara, pra dizer que todos os brasileiros iam se vacinar. Falou com a naturalidade de quem mente. E alto e bom som garantiu que não vai se vacinar.
Quinta 17 os ministros do STF decidiram a obrigatoriedade da vacinação. Bolsonaro mais uma vez estrilou.
Estrilar é próprio e natural de Bolsonaro.
Este ano ele partiu pra cima de jornalistas, acusando-os de horrores. De mentirem e tal.
Foram mais de 300 agressões verbais proferidas pelo presidente da República contra jornalistas.
Apesar de tudo, jornalistas têm se esmerado na cobertura da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
O principal alvo de Bolsonaro é a Rede Globo, que tem feito uma cobertura excepcional, incluindo seus jornais e emissoras de rádio.
Os opinativos da Pan são bolsonaristas até a raiz. Linha parecida segue a CNN.
A Band marca presença com um noticiário de ótima qualidade, como a CBN.
A grande maioria das emissoras de rádio procuram, porém, dar pontualmente notícias a respeito do cotidiano. Como as musicais Cultura, Alfa e USP.
Jornalista sofre.
Agressões contra jornalistas existem são feitas desde o começo da segunda parte do século 19.
O jornalismo como tal conhecemos, de notícia e opinião, ganhou forma no Brasil a partir de João do Rio (1881-1921). Na virada do século 19.
Muitos jornalistas foram presos, torturados e mortos. O caso Herzog (1937-1975), ainda na Ditadura Militar (1964-85), ganhou destaque internacional.
Neste ano de 2020, foram assassinados 32 jornalistas por aí afora, segundo a Repórteres sem Fronteiras (RSF).

LEIA MAIS:

domingo, 27 de dezembro de 2020

NOS TEMPOS DE DOR DE CORNO

Houve um tempo não muito distante em que homens e mulheres se apaixonavam naturalmente. Sofriam e não sofriam.
O romantismo na música, na literatura, nas artes é fundamental na vivência e na convivência humana.
É importante que voltemos a passear no tempo em que o amor imperavam entre amantes.
Sou sim, romântico.
Não tenho vergonha de dizer que sou romântico.
Sou romântico, e daí?

sábado, 26 de dezembro de 2020

ALTEMAR DUTRA, 80 ANOS

Eu conheci o cantor mineiro Altemar Dutra de Oliveira em São Paulo, pouco tempo antes de ele morrer num palco, em Nova York.
Altemar Dutra foi um cantor de voz poderosa como Chico Alves, Orlando Silva e Nelson Gonçalves.
O Chico morreu exatamente no dia, mês e ano em que eu nasci em João Pessoa, PB.
Encontrei-me com Nelson muitas e muitas vezes. Ele gostava de whisky, eu também.
Com Altermar, eu não tive convivência.
Nascido em outubro de 1940, há 80 anos portanto, Altemar teve uma carreira curta com uma grande quantidade de músicas gravadas: mais de 400.
Ninguém lembrou dos 80 anos de nascimento de Altemar, chamado de o Rei do Bolero.
Altemar Dutra começou a gravar discos em 1963.
A carreira artística de Altemar Dutra durou exatos 20 anos, de 63 a 83.
Muito cedo, Altemar foi levado pelos pais a morar em Colatina, ES. Lá, ainda adolescente, começou a cantar nas emissoras de rádio locais. O resto se sabe.
Altemar deixou como herdeiro, além dos admiradores naturais, o filho Altemar Dutra Junior.
O primeiro disco de Altemar Júnior foi lançado no programa São Paulo Capital Nordeste, que apresentei durante anos na Rádio Capital AM 1040.
O pai do Júnior emplacou muitos sucessos, em português e em espanhol. Ouça:

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

O NATAL DO VALENTE ASSIS

O pai e a mãe, José e Maria, abandonaram o filho Valente.
Valente era Assis.
José de Assis Valente nasceu negro e pobre e nordestino, da Bahia.
Adotado por um casal preconceituoso, Assis Valente cresceu com o coração esborrotando de mágoa.
Ele veio ao mundo no dia 19 de março de 1911. Seu torrão-berço foi Santo Amaro da Purificação. O mesmo de Caetano, Betânia e Manoel Pedro dos Santos, o primeiro cantor profissional a gravar discos no Brasil.
O menino Assis, foi crescendo, crescendo e no Natal de 1932 entrou em parafuso e compôs a obra-prima Boas Festas, em que diz:

Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
Bem assim,felicidade
Eu pensei que fosse uma
brincadeira de papel


Já faz tempo que pedi
Mas o meu Papai Noel
não vem... com certeza já morreu
Ou, então felicidade
É brinquedo que não tem...

Assis Valente pulou fora da gene familiar e foi em busca de seu destino.
Com arranjo de Pixinguinha, Boas Festas foi gravada originalmente pelo argentino nacional Carlos Galhardo (1913-85), em 1933 (abaixo).
Caricaturista, Assis Valente não seguiu carreira. Era a música que o chamava para a história.
Casado em 1941, pai de uma menina, logo separou-se e, mentalmente perturbado tentou matar-se uma vez, duas vezes, três vezes...
José de Assis Valente matou-se diante do mar do Flamengo, no Rio, no dia 6 de março de 1958.
Um dia o cantor Roberto Luna, meu amigo e conterrâneo, disse que Assis Valente era uma pessoa muito agradável, muito alegre. Talvez fingisse, ressaltou Luna.
José de Assis Valente, gravado por Inúmeros intérpretes da nossa música, é um compositor ainda a ser descoberto.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

O POEMA DA PAIXÃO

Dezembro é para os cristãos o mês de Cristo. Do nascimento de Cristo.
Todos não sabem, mas alguns sabem, que dezembro não foi o mês que Jesus Cristo nasceu.
Essa história é longa.
A Páscoa também é Cristo, Cristo é cristandade... Paixão etc.
Pois é, paixão...
De algum modo e em todas as línguas todo mundo um dia se apaixona.
E vamos lá, escrevi isto:

Paixão é mal que pega
Ou um bem que faz tremer
Um ser apaixonado
De repente sem querer?


Quem na vida nunca teve
Um xodó, uma paixão
Um amor destemperado
Mal criado, sem razão?

A razão não tem espaço
Nos domínios da paixão
— E o ser apaixonado?
— É bicho besta sem noção!

Até eu posso dizer
Sem temer estar errado
Que já vi um bicho desse
Choramingando, coitado!

Não há quem não se fira
Nos espinhos da paixão
Espinhos que deixam marcas
Indeléveis no coração

Se alguém lhe perguntar
O que diacho é paixão
Diga logo: É um trem bala
Disparado na contra mão!

Pra que fique muito claro
Clara é a conclusão:
A paixão é uma fada
Com garras de gavião!

Dito isso, não se perca
Não se meta em confusão
Ninguém escapa ileso
Aos caprichos da paixão

Quem avisa amigo é:
Ninguém se perde no baião
Ninguém se perde no batuque
Mas se perde na paixão

Se não crê no aqui dito
Solte freios e direção
Caia na buraqueira
E nos domínios da paixão

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

JOSÉ MARIA MAYRINK, ADEUS

 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0AnWFRhyphenhyphensov710hkMT4wsXdr1dmD5nkYdpjDnYoCYHvA-ZojaqWF7nP3tNbjzj0uB7HqV_tjf7Pn3vuCNFehd24VqFcYdcVfcZsZSlq62MkiSe9ngzl8WU0jVieuJ1rR286GkaHmhzXAm/s1600/IMG-20180318-WA0006+%25283%2529.jpg

Toda vez que morre um amigo, sinto que morre um pedaço de mim.
O querido cartunista Fausto telefona pra dizer que tem a dar uma notícia desagradável. Essa notícia, ele deu: José Maria Mayrink, morreu.
Aconteceu no correr da madrugada deste dia 23.
Mayrink, mineiro do interior, foi uma dessas pessoas que nos marcam para sempre.
Simples, atencioso, de uma inteligência fora do comum, José Maria Mayrink foi seminarista e professor de latim e português. Um mestre do jornalismo, profissão que abraçou bem no começo dos anos 1960. Em Minas.
Eu não lembro o dia em que nos conhecemos. E nem o ano, tampouco o mês. Sei, porém, que foi na Capital paulista.
Eu chefiava o departamento de Imprensa da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Metrô. À época, ele era repórter do Jornal do Brasil.
Pelo o que aqui estou a dizer, nos conhecemos num ano qualquer do século passado.
E o tempo passou e a nossa amizade se fortaleceu, ao ponto de ele frequentar com naturalidade a minha casa.
Foi na minha casa que Tiné e Tinhorão conheceram Mayrink (foto acima). Foi também na minha casa que Bráu Mendonça e a sua companheira de música Rosângela, conheceram Mayrink.
Também na minha casa Mayrink conheceu Célia e Célma, Vandré, Fausto (cartunista) e muita gente bacana.
A última vez que o querido Mayrink deu-me a alegria de abraçá-lo foi em 2018.
Toda vez que ele vinha à minha casa trazia frutas colhidas do seu quintal. Uma graça.
E conversávamos, e conversávamos, e conversávamos...
José Maria Mayrink deixa uma mulher incrível e quatro filhas, igualmente incríveis.
Toda vez que um amigo morre, eu morro um pouco com ele.

DEZEMBRO DE SOLIDÃO E MORTE

O mês de dezembro, o último do ano, é um mês de alegria. Em tese.
No correr desse mês, é notório o aumento de suicídios. 
Estatísticas recentes indicam que 30 e poucas pessoas se matam todos os dias. 
A tristeza, mata; a depressão, também. Uma coisa puxa a outra. 
Muitas pessoas procuram os trilhos do Metrô e da CPTM para dar cabo à vida.
No tempo em que eu chefiava o Departamento de Imprensa da Companhia do Metropolitano de São Paulo, Metrô, esse tipo de ocorrência aumentava no mês de dezembro. A explicação era que os suicidas viviam sós, moravam sós, sem ninguém para desabafar suas mágoas. E não rendia notícia nos jornais, rádios e TV's.
As pessoas continuam tristes, umas. Outras, continuam vivendo como podem. 
Na música Brasileira há vários registros sobre tristeza e morte. 
Dolores Duran compôs uma obra prima do gênero. Ouça: 


 

DIA DO VIZINHO

Olá, meu amigo, minha amiga, você já cumprimentou hoje o seu vizinho, na sua vizinha?
Cinco anos antes de morrer, Cora Coralina recusou gentilmente a iniciativa dos moradores de sua rua, em Goiás, GO, de homenageá-la no dia em que completava 91 anos de idade, num 20 de agosto.
Cora nasceu em 1889. Ela, ao recusar a homenagem, disse que o ideal seria que todos homenageassem os seus vizinhos. A partir daí surgiu o Dia do Vizinho.
O Dia do Vizinho é comemorado anualmente no dia 23 de dezembro. 
Autora de belos contos e poemas, Coralina estreou na literatura num dia qualquer da primeira década do século XX.
É muito grande o número de pessoas que moram sozinhas no Brasil. 
São Paulo é a capital com maior número de pessoas morando sós, portanto, sem vizinhos.
A pandemia provocada pela Covid-19 chega como mais um entrave para as pessoas não se abraçarem. Mas cumprimentar à distância, pode, né?
Eu moro só e a vizinha ao lado, morreu. E o apartamento onde morava, está vazio. 
Por cá só silêncio, na rua um barulho danado. 
Existem algumas músicas interessantes sobre vizinhos. A de Osvaldinho da Cuíca é um barato. Ouça:



terça-feira, 22 de dezembro de 2020

UM HOMEM CHAMADO CHICO

Nesse LP, se acha o Xote Ecológico
 Xapuri, Acre.
A noite chegava naquele fim de mundo, pelo olhar de quem vive noutras regiões do Brasil.
Faltavam três dias para o Natal. Ano: 1988.
Pássaros noturnos anunciavam presença com seus trinados especiais, enquanto um vento morno balançava a copa das árvores.
No céu, a lua Crescente dava seus últimos suspiros chamando a lua Cheia.
Ali nas proximidades, um homem alisava o gatilho da escopeta.
Ele estava tranquilo, não demonstrava nervosismo. Sabia o que fazer.
De repente, um estampido fez-se ouvir no silêncio da noite.
Um ai, seguido de um baque surdo, pôs pra correr o autor do disparo.
Em menos de uma hora, o mundo tomou conhecimento do assassinato de Chico Mendes.
O xapuriense Chico, uma das mais significativas vozes do povo da floresta amazônica, tombou covardemente no começo da noite de 22 de dezembro de 1988. Quem o matou foi um sujeito chamado Darci, a mando do pai Darly.
Darly foi um dos maiores grileiros do Amazonas. Pai e filho foram condenados em 1990.
Darly fugiu três anos depois de ser preso e preso de novo, passou a cumprir pena domiciliar.
A lembrança da morte de Chico Mendes chega na hora em que o Brasil toma conhecimento da maior apreensão de madeiras no Amazonas: 31mil m³, ou 43,7 mil toras de boa madeira colhida de modo ilegal por madeireiros, a mando de grileiros e tal.
A memória brasileira continua curta, pois poucos lembram da importância e legado de Chico Mendes.
Em 1989, Luiz Gonzaga e Aguinaldo Batista compuseram um xote falando do Chico. Ouça:

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

BRASIL, POBRE BRASIL

Nem parece que o verão chegou hoje 21 logo cedo, às 07h02.
Até aqui, desde janeiro, o calor dita pauta. Exceção aqui e ali.
No Nordeste, o sol continua brabo, torando coco. 
Está tudo muito confuso, não é mesmo? 
E a pandemia provocada pelo Coronavírus, hein?
Sei lá, está tudo um Deus nos acuda. Até porque o novo corona está botando pra fora os seus irmãozinhos capetas que, já dizem, têm a capacidade de contaminar humanos 70% mais depressa do que o Coronão que o está parindo. Estamos fritos. É o caso de dizer: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. 
Muita gente boa está trocando a Terra pela Eternidade.
Semana passada partiram, o tocador de pé de bode, Zé Calixto, o tocador de pife, Edmilson e o tocador de viola sertaneja, Rodrigo Azevedo. 
Rodrigo era sobrinho do cantador mineiro Téo Azevedo. 


O Brasil está ficando feio, sem graça, com o sumiço de grandes e talentosos brasileiros.
Agora mesmo foi a vez da atriz Nicette Bruno de nos dizer adeus, aos 87 anos. A Covid-19 a levou. 
Nicette Bruno deixou um legado muito importante no campo que ela tão bem abraçou, o teatro. 
Entre centenas de personagens, Nicette interpretou a Dona Benta do sítio do Pica Pau Amarelo. 
A arte do faz de conta é uma arte milenar. E importantíssima. 
No Brasil, essa arte é ainda relativamente nova. Antes dos invasores, só o índios a praticavam. 
Não sei bem porque, mas Nicette faz-me lembrar da atriz portuguesa que despertou os neurônios do poeta baiano Castro Alves. E mais na frente, de Araci Cortes, Bibi Ferreira. 
As mulheres, e isso é história, são alicerces do teatro pátrio. 
E a vacina pra curar a Covid-19 chegará antes de o número de mortos alcançar 200 mil? 

HÁ 40 ANOS NELSON RODRIGUES

O tempo estava abafado. Um calor danado.
Havia algo de esquisito naquele tempo abafado.
De repente uma mulher ainda jovem adentra o ambiente, perguntando: "Eu quero falar com o redator Mário".
O Mário não se achava no local, informou um funcionário do jornal Crítica. "Mas se a senhora quiser falar com o filho dele, o Roberto, é só entrar".
A porta estava aberta e a mulher entrou. Roberto virou-se procurando uma cadeira para ela se sentar. Ao virar-se, recebeu dois tiros e caiu em sangue.
Tranquilamente, a mulher guardou o revólver e saiu depois de pisar no corpo da sua vítima. Mas antes de deixar o local, como queria, foi interceptada por um repórter do jornal, que a entregou a polícia.
Não, não. Isso não é ficção. Ocorreu de verdade na tarde do dia 26 de dezembro de 1929, no Rio de Janeiro.
Uma tragédia, não é?
No dia anterior, o jornal de Mário Leite Rodrigues (1885-1930) publicou uma reportagem falando da separação dessa mulher, Silvia, com o marido médico João.
A mulher endoidou, entrou em desespero quando leu a notícia da sua separação. Era socialite.
A separação ocorrera por causa do comportamento volúvel de Silvia com o marido, que viu no colega de profissão Manoel o seu concorrente.
Triangulo amoroso desfeito, Silvia passou uns meses na prisão e, depois de julgada, foi absolvida por 5 a 2.
À época, Nelson Rodrigues tinha 17 anos de idade. E essa história o marcou profundamente.
Poucos meses antes de morrer Nelson contou ao repórter Lourenço Diaféria (1933-2008) que a morte do irmão, aos 23 anos, mudou totalmente a sua vida. O teatro brasileiro, também.
O velório de Roberto é recomposto na peça Vestido de Noiva.
Nelson Rodrigues, o nome mais expressivo até hoje do nosso teatro, morreu no dia 21 de dezembro de 1980, aos 68 anos. Causa mortis: insuficiência vascular cerebral, após sete paradas cardíacas.
Mário, pai de Nelson, morreu de tristeza pela perda inesperada do filho Roberto.
E Silvia, hein?
Silvia Serafim, a assassina confessa, suicidou-se em 1933, três anos depois de os seguidores de Getúlio Vargas destruírem a redação e as máquinas do jornal Crítica.
Crítica era um jornal barulhento e contra o governo de Getúlio.

LEIA MAIS: NELSON RODRIGUES E OS CANALHAS DO CONGRESSO

sábado, 19 de dezembro de 2020

2020, MAIS UM FIM DO MUNDO

Este é o 7º Natal que vivo sem ver as cores próprias da data.
Dezembro é um mês bonito, cheio de símbolos. Lembro disso.
Os cristãos sempre acreditaram que Cristo nasceu no dia 25 de dezembro.
Não, não. E não.
Ninguém sabe quando Cristo nasceu, mas há indícios que foi um cara incrível. Um cara que discutiu o seu tempo, que brigou com quem não prestava.
Particularmente, acho o Cristo um cara incrível.
O ano de 2020 foi um ano complicadíssimo, para todo o mundo.
2020, foi o ano que trouxe para o mundo o novo Coronavírus.
O novo Coronavírus empesteou o planeta, matando quase 2 milhões de pessoas, até agora. No Brasil, mais de 180 mil brasileiros e brasileiras.
A Peste Bubônica matou milhões e milhões de pessoas. A Gripe Espanhola, também.
Desde sempre doenças vão e voltam levando o povo à tumba, cova.
O fim do mundo é todo o dia.
Enquanto o vírus, a peste, a Covid-19, mata mundo e meio, o presidente do meu País não dá a mínima. Não à toa, no começo dessa peste, ele disse que o Corona não passa “de uma gripezinha”.
O cara presidente seguiu, e continua seguindo à risca, o presidente dos norte-americanos.
Lá, nos EUA, pesquisas indicam que 20% da população não se submeterão à vacina contra a Covid-19.
Os dois “líderes” são idiotas na acepção da palavra.
Idiotas também podem ser, na história, assassinos.
Hitler foi um idiota assassino.
Pesquisas no Brasil (DATAFOLHA), 12-12 indicam que 22% da população não aceitarão de modo algum uma vacina contra a Covid-19.
O ano de 2020 ficará para a história, por todo o tempo que esse tempo ainda poderá representar pra nossa vida.
No decorrer deste ano, neste espaço, procurei registrar a nossa história recente, viva, pelo viés da cultura popular. Incluindo a música.
Registrei, no decorrer de 2020, a história de quem fez história na arte popular.
Não custa lembrar, ou relembrar, a importância que Luiz Gonzaga (Rei do Baião) representa para o Brasil. Ele, Manezinho Araújo, Jackson do Pandeiro e tantos. Foram incríveis.
O Rei do Baião tem uma música muito bonita falando do Natal. CARTÃO DE NATAL
O Natal, identificado e comemorado como data do nascimento do Cristo, tem sido historicamente cantado e decantado por artistas do mundo inteiro. Em todos os ritmos, de todas as formas. Entre nós Simone, Ivan Lins e Chitãozinho e Xororó (abaixo).
No nosso acervo há milhares de músicas que tratam do Natal e Ano-Novo. Inclusive a belíssima Boas Festas do baiano Assis Valente, que matou-se de tristeza em 1958.
O Natal, em disco, no Brasil começou a ser registrado na terceira década do século passado. Com Madelou Assis (1915-1956). Ouça: PAPAI NOEL/FELICIDADE
Madelou foi a primeira cantora a gravar uma música, no Brasil, falando de Papai Noel. Curiosidade: a letra trata de um sequestro. 2020 é um ano que será lembrado por gerações e gerações.
A cultura popular está presente na nossa vida de todas as formas: na música, na dança, no filme, no teatro, na literatura…
No dia 16 de março de 2020 foi registrada a primeira morte provocada pela Covid-19.
No dia 17 de março de 2020, por não ter o que fazer, escrevi e publiquei o primeiro folheto de cordel tratando da peste Covid-19. Depois, mais três (ao lado).

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

BOLSONARO VOLTA A ATACAR JORNALISTAS, VIOLENTAMENTE

Impressionante, assustador. Terrível o que sai da boca de Bolsonaro.
Tem hora que fico pensando: será que Bolsonaro tem consciência de que foi eleito presidente da República Federativa do Brasil.
A minha dúvida ocorre por vê-lo o tempo todo a dizer impropérios, dizer xingamentos com o uso de palavras de baixo escalão.
Será que Bolsonaro tem consciência de que foi eleito para governar em nome de todos os cidadãos, para todos cidadãos;
Centenas de vezes, desde que assumiu a cadeira de presidente, Bolsonaro tem agredido de formas diversas os jornalistas.
Tem hora que é preciso não dar bola para o que ele diz. Mas ele é presidente. Pena.
Hoje ele disse mais horrores contra jornalistas, numa solenidade de formatura de policiais na Zona Sul da capital Fluminense. Leiam:

Por muitas vezes vocês estarão sós. Terão apenas Deus ao seu lado e assim sendo, se preparem cada vez mais. Simulem as operações que podem aparecer pela frente. Porque uma fração de segundo, está em risco a sua vida, dom cidadão de bem ou de um canalha defendido pela imprensa brasileira. Não se esqueçam disso, essa imprensa jamais estará do lado da verdade, da honra e da lei. Sempre estará contra vocês. Pensem dessa forma para poderem agir.

O que Bolsonaro acaba de fazer novamente contra a categoria de jornalistas é imperdoável. A seus crimes, e já são muitos, precisam ter um fim. E o fim é a Justiça.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

HOJE É DIA DE GÊNIOS

Você já leu algum livro do gaúcho Érico Veríssimo?
Veríssimo foi um cara incrível. Ele nasceu no dia 17 de dezembro de 1905 e partiu para a Eternidade em 1975. Clique: VERÍSSIMO, VIETNÃ: O PRISIONEIRO
Quem também nasceu no mesmo dia de Veríssimo foi o alemão Beethoven.
Beethoven nasceu em 1770, 100 anos antes de o também maestro e compositor Antônio Carlos Gomes estrear a ópera Il Guarany, no tradicional e famoso Teatro Alla Scala de Milão, Itália.
Sou apaixonado pela obra desses três personagens.
Pra lembrar Beethoven, ouça:

CASA DI FATEL É CULTURA EM PARELHEIROS

São Paulo é a 4ª ou 5ª maior cidade do mundo, segundo a ONU. Nessa cidade, habitada por 12 milhões de pessoas de raça, credo e origem diversas, tem dezenas e dezenas de grandes bairros. Sua periferia é forte e trabalhadora, embora não atendida como deveria pelo poder público.
Parelheiros, localizado na Zona Sul da cidade, vivem mais ou menos 150 mil pessoas. A maioria é formada por pretos e pardos, mas ainda há remanescentes indígenas na região. Não há muitos ambientes de divertimento para jovens e adultos do bairro. Por isso é de se louvar a criação da Casa di Fatel.
A Casa di Fatel, à frente sua fundadora a cantora e produtora cultural mineira Fatel Barbosa, faz-se presente no bairro com cursos de utilidade doméstica dirigidos à mulheres e jovens. Agora mesmo, por exemplo, há cursos de Costura Criativa e Aulas de Dança para terceira idade. Nos fins de semana são servidos pratos da culinária mineira e paulista. "Para atender o maior número possível de pessoas, não só de Parelheiros, decidimos alugar uma casa bem grande e nele abrir espaço para apresentações, inclusive musicais", diz empolgada a cantora Fatel. "Até encontros de repentistas, cordelistas como Luiz Wilson, Costa Sena, Valdir Teles (1956-2020), Zé Viola, Edival Pereira, Fenelon Dantas e Orlando Dias, já realizamos", acrescenta a cantora.

Aulas de Dança Terapêutica e Costura na Casa di Fatel
Diante da pandemia que a todos preocupa, a Casa di Fatel está ministrando curso de dança e costura com turmas reduzidas, de 5 à 10 pessoas. Para mais informações: Tel.: (11) 97538-6825; Email: fatelbarbosa@gmail.com.
A Casa di Fatel localiza-se à rua R. Nazle Mauad Lutfi, 169.
Fatel começou a carreira artística nos anos de 1970. Tem gravados 3 LPs, 1 compacto e CDs.
Ouça Fatel cantando Com Luiz Wilson uma música composta por Teo Azevedo para Luiz Gonzaga

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

37 DEZEMBROS SEM CLARA NUNES

O Brasil e os brasileiros viverão este ano o quadragésimo dezembro sem o poetinha Vinicius de Moraes.
O poeta carioca e ex-embaixador Marcus Vinicius de Moraes morreu no dia 9 de julho de 1980, depois de um porre. Foi, no mínimo, curiosa a sua morte: afogamento na banheira do seu apartamento, no Rio.
A primeira pessoa que o encontrou já sem vida foi o seu principal parceiro musical, Toquinho.
Em 1973, Vinicius e Toquinho convidaram a cantora mineira Clara Nunes para juntos se apresentarem nos teatros da vida. Título do espetáculo: Poeta, Moça e Violão, que saiu em 3 LPs da Collectors, em 1991.
Clara Nunes morreu há 37 dezembros, no dia 2 de abril de 1983.
Clara Nunes era uma pessoa leve, bonita, super comunicadora. Eu a conheci num dia qualquer dos anos de 1970 (foto ao lado).
Ontem 15 o cantor, compositor e instrumentista paulistano Eduardo Valbueno (foto acima) veio para
um dedo de prosa e ouvir discos de Clara.
Valbueno conhece tudo e mais um pouco da vida e obra da mineira Clara Nunes.
Ouça o show de Clara com Vinicius e Toquinho: 

 

ALOK, O CARA DA ELETRÔNICA

Acabei de escutar uma entrevista muito boa do DJ Alok aos jornalistas Tatiana Vasconcellos e Fernando Andrade, da Rádio CBN. O artista falou da sua vida e obra. Contou que tinha 10 anos de idade quando foi atacado pela depressão. Ninguém o levou a sério. Dois anos depois só pensava em se matar. Depois de indas e vindas à médicos, que lhe receitaram remédios, Alok deu novo rumo a sua vida, sem remédios. É um dos nomes mais respeitados da música eletrônica, no momento. Tem mais de 400 milhões de acessos na Internet. Depressão é coisa séria, seríssima. Meus parabéns ao artista pela coragem de mostrar, em público, os atropelos sentidos nas veredas da sua mente. Ouça um dos últimos trabalhos de Alok: Alok & Ilkay Sencan (feat. Tove Lo) - Don't Say Goodbye

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

VIVA ORLANDO DUARTE!

Orlando Duarte foi um marco na história do futebol brasileiro. Nasceu em 1932, e partiu para a eternidade hoje.
Eu conheci Orlando.
Trabalhei na Rádio Jovem Pan quando Orlando estava lá. E foi com ele que, pela primeira vez, entusiasmei-me completamente.Fui numa partida de futebol, não lembro que partida exatamente foi essa, mas ele estava lá: transmitindo da redação da Pan uma partida entre dois times, pela televisão. Achei aquilo encantador.
Hoje fazer o que Orlando Duarte fazia, é fácil.
A Copa de 1960 eu acompanhei na redação do extinto jornal O Norte, de João Pessoa.
E o que eu vi, com os olhos que a terra há de comer, só Deus poderá descrever...
Orlando Duarte, com a sua frieza profissional, ensinou-me a viver com toda a naturalidade do mundo. Sem frieza, com objetividade.
Está pra nascer alguém com o talento de Orlando Duarte.

CRIOLO PENSA BRASIL

Este ano terrível de 2020 está chegando ao fim, sem deixar saudade.
Saudade é coisa que machuca, que dói.
É uma coisa que Deus botou no mundo para desafiar a vida.
Povo é periferia do mundo, com sua arte, com seu saber, com sua força de viver.
Periferia é o mundo sem luz, que dá luz ao mundo.
Dói viver sob o cabresto dos poderosos, de idiotas como um tal de Jair Bolsonaro.
Bolsonaro, um idiota que permaneceu no baixo clero da Câmara por 30 anos, de repente chega aos holofotes e dita coisas para se autopreservar na sua própria escuridão. Não à toa ele nega, renega e transforma-se num negacionista absoluto.
O negacionismo é algo dos tempos d'antanho, dos cruzadistas, dos loucos absolutistas.
O planeta roda no sentido horário.
Mas pensemos: o Brasil é um mundo fora do mundo, girando no sentido contrário do relógio.
Esse tal de Bolsonaro é um idiota. Sim, é um idiota.
Opinar é fundamental. Respeitar as pessoas, também. Mas idiota é idiota, em qualquer tempo e lugar.
Bolsonaro, o presidente do Brasil atual, é um idiota que quer preservar-se no poder, custe o que custar.
Pesquisa recente, no DataFolha, indica que 22% da população seguem o idiota Bolsonaro.
Ouvindo à pouco uma fala do cantor e compositor da periferia paulistana Criolo, chego à conclusão que o capitalismo continua colado na memória vazia do Bolsonaro. E quem paga por isso, somos nós.
Está na hora do Brasil pensar Brasil. Criolo com a palavra:

UMA NAÇÃO PODE SOBREVIVER AOS IDIOTAS...

Ouvi há pouco, o presidente do Brasil dizer, no seu linguajar troglodita, que reconhece a vitória do Joe Biden. Isso foi na TV Bandeirantes, num programa de crimes e misérias (Datena).
Ele poderia ter dito isso pela via mais comum e natural do mundo: pelo Itamaraty, não é mesmo?
Meu Deus, que diacho de presidente é esse, que não reconhece oficialmente a vitória de um presidente estrangeiro, aliado do Brasil?
Esse presidentezinho do Brasil atual é uma besta quadrada. Um horror!
Num ano qualquer do século I a.C., um filósofo e historiador de nome Cícero disse:

Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos. Mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma. Um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente. Mas o traidor se move livremente dentro do governo, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado. E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade a suas vítimas, usa sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas. Ele arruína as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo e oculto na noite para demolir as fundações da nação; ele infecta o corpo político a tal ponto que este sucumbe. Deve-se temê-lo mais que a um assassino...

Idiotas existem em todos os tempos, desde ontem.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

VIVA MESTRE ZÉ CALIXTO!

Lá em cima, no Céu, a coisa deve estar assim, assim. Quer dizer, sei lá!
Por tédio ou vontade inexplicável, Deus escolheu o dia 13 de dezembro pra chamar Zé Calixto.
O paraibano de Campina Grande José Calixto da Silva, que entrou para a história da música do Brasil com o Rei dos 8 Baixos, morreu ontem aos 87 anos, no final da noite no Rio. Causa mortis: complicações de Alzheimer.
Zé, um dos 9 filhos de Seu João e Dona Maria, deixou uma obra marcante.
Em 1959, ele estreiou em disco. De uma vez só gravou quatro 78RPMs. Num deles, Forró em Campina Grande.
Em 2013, eu o convidei para participar do projeto Rodas Gonzagueanas. Foi no Rio. E não vou mais falar dele porque a minha garganta está apertada.
Pra lembrar Zé Calixto, clique:


SIVUCA

Como Zé Calixto, Sivuca foi um dos maiores sanfoneiros do mundo. Eram amigos. Sivuca morrei no dia 14 de dezembro de 2006. Era paraibano, como Zé. E eu tive a alegria de ser amigo dos dois. O Brasil está ficando pequeno, porque seus grandes filhos estão indo embora. Estou triste.

Sobre Sivuca, leia mais:

JACKSON É POP!


No dia 13 de novembro de 2020, o Centro Cultural Santo Amaro, na Capital paulista, inaugurou a exposição Jackson é Pop.
No dia 13 de dezembro de 2020, o Centro Cultural Santo Amaro, na Capital paulista, encerrou a exposição Jackson é Pop.
O encerramento dessa exposição, que contou parte da vida e obra do paraibano Jackson do Pandeiro, contou com uma apresentação da pernambucana Anastácia, chamada de Rainha do Forró.
Belíssima a exposição Jackson é Pop.
A apresentação de Anastácia teve um repertório constituído por treze músicas, a maioria de sua autoria.
Anastácia cantou Luiz Gonzaga e Jackson.
Jackson e Gonzaga foram grandes amigos de Anastácia. Gonzaga nasceu no dia 13 de dezembro de 1912.
Aos 80 anos de idade completados em março deste ano, Anastácia continua cantando com voz limpa, límpida e firme, dando-se ao "luxo" de levar a voz aos agudos e fazê-la vibrar.
O vibrato da Anastácia continua a desafiar o tempo.
Anastácia no palco é uma sensação. Ela transmite alegria, segurança e vida. Fala com uma naturalidade de alguém que já alcançou os píncaros.
Como compositora, Anastácia tem gravadas mais de 800 músicas. Muitas delas em francês, inglês, espanhol, italiano, holandês...
Junto com o sanfoneiro Dominguinhos (1941-2013), Anastácia compôs cerca de 250 músicas. Entre elas, Eu Só Quero um Xodó.
A primeira gravação de Eu Só Quero Um Xodó é da pernambucana Marinês (1935-2007). Ouça abaixo.
Anastácia eu conheço desde o século passado, quando a seu convite escrevi um texto de contracapa para um de seus vários LPs.
No espetáculo de encerramento da exposição Jackson é Pop, tive a alegria de reencontrar e conhecer pessoas incríveis.
O radialista Luiz Wilson ( programa Pintando o 7; Rádio Imprensa FM 102,5) e a cantora Fatel foram as pessoas que me levaram à exposição Jackson é Pop. Adorei.
No Centro Cultural Santo Amaro reencontrei Andréia Souza (Diretora), Dantas do Forró, Adriana, Isabel Santos e a antropóloga Majbritt Meincke (acima).
Anastácia é sinônimo de vida.

 

SOBRE JACKSON, LEIA MAIS:

domingo, 13 de dezembro de 2020

DIA DO REI DO BAIÃO

Assis, Gonzaga e  João Câncio (1936-2015).

 O mês de dezembro é o mês muito especial, entre os católicos do mundo todo.

Mas o Natal deste ano será, certamente, um Natal sem grandes emoções. Motivo? A Pandemia.

A Pandemia provocada pela Covid-19 já matou quase 2 milhões de pessoas. Só no Brasil, os mortos já passam de 180 mil.

As vacinas contra a Covid estão chegando.

O Reino Unido foi o primeiro país a dar início à vacinação. 

O Brasil e outros países estão se preparando para seguir o exemplo dos ingleses.

Mas não é sobre isso que eu quero falar.

Luiz Gonzaga, rei do baião, nasceu em dezembro.

Uma vez Gonzaga me disse que 2 eram os meses mais importantes da sua vida: junho por causas das festas; e dezembro, mês em que nasceu. 

Hoje faz 108 anos que o grande sanfoneiro nasceu. Aqui e ali pipocaram homenagens a sua pessoa e talento.

Gonzaga gravou 629 músicas, em 267 discos. De sua autoria, só 53 e com parceiros, 232. As demais músicas do seu repertório são de autoria dos mais diferentes compositores.

Sobre o rei do baião, escrevi e publiquei 3 livros(acima). Também compus uma música em sua homenagem, junto com Oswaldinho do Acordeon, gravada pela cantora Daiane. Ouça: 

href="https://www.youtube.com/watch?v=daMAjK2MGbo" style="font-family: "YouTube Noto", Roboto, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13.0691px; white-space: nowrap;">/watch?v=daMAjK2MGbo

Já falei muito sobre o Gonzaga em rádio, tv, jornais e revistas de todo canto. Confira uma das entrevista que dei ao apresentador Carlos Sílvio, da Rádio Conectados. (Abaixo).

O velho e bom Luiz Gonzaga (Nascimento não era sobrenome familiar) cantor  praticamento sobre tudo: religião, seca, fome, gado, cangaço, pássaros, cidades, ceu, mar, animais, futebol. 

Sobre futebol, Gonzaga tem uma música muito da bonitinha: Siri Jogando Bola. Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=JXxQ32Orhu0

Pouca gente se dá conta de que Gonzaga falou até de juízes e jogadores de futebol como Arnaldo César Coelho Paolo Rossi, que morreu quarta 9 passada.

Rossi foi o "carrasco" no jogo Brasil x Itália, em 1982. Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=A5VnTtHs5ag 

Muitas músicas do repertório de Luiz Gonzaga foram gravadas em vários idiomas, como Francês, Inglês, Espanhol, Japonês, Alemão, Coreano.

Asa Branca, um tema folclórico do Nordeste é a música mais regravada em discos e DVDs.

Ouça Asa Branca em Inglês na voz de Demis (1943-2015): https://www.youtube.com/watch?v=XSG9qclVPaw  

Católico, Luiz Gonzaga criou a missa do vaqueiro junto com o padre João Câncio (1936-1989), e o cantador Pedro Bandeira, que morreu este ano.


JACKSON DO PANDEIRO

Logo mais, às 19h, as cantoras Anastácia e Fatel estarão cantando em homenagem ao paraibano de Alagoa Grande Jackson do Pandeiro. O artista é tema de uma belíssima exposição que se encerrará hoje 13 no Centro Culturakl Sanbto Amara, zona Sul da Capital paulista. A exposição teve por objetivo lembrar a vida e obra do grande ritimista, nascido em 1919 e falecido em 1982. Ele e Luiz Gonzaga não se bicavam. Sabiam disso? Pois é... O radialista Luiz Wilson será o mestre de cerimônia. A propósito: Wilson hoje criou um novo verbo para a nossa língua. O verbo é "cerimonializar".  Foi durante o programa Pintando o Sete, que apresenta dominicalmente na rádio Imprensa FM 102,5.

Ia-me esquecendo: a exposição foi uma iniciativa da produtora Isabel Santos.

A primeira música gravava por Jackson foi Sebastiana, em 1953. De Rosil Cavalcanti (1915-1968).

Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=0CJTasvSjmA

NO AR, CULTURA PARA O POVO

Meio chumbrega, digamos assim, a 16ª Virada Cultural paulistana começou ontem 12 com uma roda de mulheres cantando coisas nossas. Entre essas mulheres, a carioca Mart’nália e a paulistana Fabiana Cozza. Foi no Teatro Municipal. Mesmo sem público, valeu. Quem não viu ainda pode ver na internet. Pelo menos nesse momento, ganhamos da pandemia provocada pela Covid-19, que já matou mais de 180 mil brasileiros e brasileiras.
A segunda atração do evento que a cada ano ganha mais atenção foi a incansável sambista Elza Soares. Do alto dos seus 90 anos, Elza continua botando pra jambrar.
As atrações seguiram noite a dentro.
Ali pelas onze e meia de hoje 13, moradores da Consolação acompanharam o som de um piano vindo do alto de um caminhão. Interessante. Sobre a carroçaria a cantora Tiê, que não conheço.
A programação, bancada pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, conta cerca de 400 atrações. Entre essas atrações, dança, artes visuais, circo, literatura, moda, música, performance e teatro.
A 16ª Virada Cultural de São Paulo findará com a cantora paraibana Elba Ramalho passeando pelo repertório de Jackson do Pandeiro, Dominguinhos e Luiz Gonzaga.
A propósito: Luiz Gonzaga do Nascimento, o rei do baião, nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, em Exu, PE e partiu para a Eternidade em 2 de agosto de 1989.
Daqui a pouco, por volta das 13h, estarei falando sobre Gonzaga no programa do amigo Germano Junior, na rádio Imprensa FM (102,5).
Ah! Ia-me esquecendo: logo mais, às 21h, encerra-se a programação especial a Luiz Gonzaga levada ao ar sexta, às 13h, por iniciativa de um coletivo cultural chamado SP Forró. Tudo pela internet. Leia: https://assisangelo.blogspot.com/2020/12/forro-pra-todo-mundo.html
E hoje é Dia de Santa Luzia, a santa padroeira dos cegos. Ouça: 

sábado, 12 de dezembro de 2020

SÍLVIO SANTOS VEM AÍ?


Fruto da união de um imigrante grego e uma imigrante turca, senhor Abravanel nasceu no dia 12 de dezembro de 1930.
O gaúcho Getúlio Vargas acabara de assumir o poder pondo pra correr o presidente legalmente eleito pelas urnas, Júlio Prestes.
Tinha uns 14 anos de idade, quando passou a ocupar as ruas do Rio de Janeiro vendendo coisas.
A essa altura, o jovem Abravanel já atendia pelo nome de Sílvio Santos. 
Na intimidade, a mãe, Rebeca o chamava de Silvinho. Sabe-se lá porque!
Alberto, o pai de Sílvio, tinha intimidade com jornais e idiomas. 
Logo após a queda de Getúlio em 1945, Sílvio disputou uma vaga de locutor na extinta rádio Guanabara. O cargo estava sendo disputado por cerca de 300 candidatos, entre os quais Chico Anísio e José Vasconcelos. Sílvio tirou o primeiro lugar, mas ficou pouco tempo na emissora porque ganhava pouco e voltou às ruas.
A vida de Sílvio Santos sempre foi agitadíssima.
No começo dos anos de 1960, ele já aparecia no vídeo animando o povo.
Há quase um ano Sílvio não apresenta seu programa Sílvio Santos. Motivo? O Novo coronavírus.
Foi no começo da segunda parte dos anos de 1970 que o apresentador passou a ter uma tv pra chamar de sua: SBT.
Antes, ainda nos anos de 1970, Sílvio comprou a metade das ações da tv Record que depois vendeu ao empresário das coisas de Deus, Edir Macedo.
Meu amigo, minha amiga, você sabe que o Sílvio já foi candidato a Presidência da República?
Em 1989 eu ocupava a função de chefe de Editoria de Política do jornal O Estado de S.Paulo(foto ao lado). E como tal fui entrevistá-lo no seu local de trabalho, o estúdio onde gravava sua principal atração dominical.

Foi uma conversa boa, bem legal, na qual falava sobre o desejo de ser presidente do Brasil.
A vontade ser presidente durou pouco tempo. Menos de um mês. Motivo: o partido pelo qual concorria, o PMB, foi cassado e com ele a chapa formada com o paraibano Marcondes Gadelha, a época Deputado Federal.
Collor ganhou a eleição e renunciou 2 anos depois, acusado de corrupção.
Curiosidade: em 1988, Sílvio disse em rápida entrevista que jamais apoiaria um candidato a quaisquer que fosse o cargo. E tampouco seria candidato. Se fizesse isso, estaria enrolando as pessoas.
Pois é, né?
Sílvio Santos chegou a gravar vários discos, cantando samba, marchinhas e tal(acima).
A principal trilha sonora do seu programa, Sílvio Santos vem aí(abaixo), foi composta pelo paulistano Archirmedes Messina(1932-2017). O autor da obra chegou a reclamar à Justiça direitos que não recebia pela música. O resultado dessa reclamação rendeu a Messina algo em torno de 5 milhões de reais.
Messina é autor de muitos jingles, entre os quais Café Seleto.
Saiba mais sobre Messina: 
Agora aos 90 anos, quando Sílvio voltará ao ar?




sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

ÉPOCA DENUNCIA ESQUEMA DA ABIN-BOLSONARO

Amigo leitor você já leu a matéria de Guilherme Amado publicada na última edição da Revista Época ?
O jornalista traz à tona informações bombásticas contidas em relatório da Agência Brasileira de Inteligência, Abin.
Segundo o que se lê, as informações colhidas pela Abin visavam orientar os advogados do senador filho de Bolsonaro, Flávio, que continua enrolado mais do que rabo de porco no tal caso das "Rachadinhas" do tempo em que ele era deputado do Rio de Janeiro.
Flávio é acusado de integrar esquema de desvio de verba pública. Isso é crime. Crime também é o governo fazer uso de equipamento do Estado para proveito próprio e de apaniguados.
Não dá pra esquecer que o atual presidente da República foi eleito com discurso de moralidade, honestidade etc.
Existem engavetados, na Câmara, pelo menos cinco pedidos de abertura de Impeachment contra Bolsonaro.
O caso aqui revelado pela Época é cabeludo. Cabeludíssimo.
Por muito menos Collor e Dilma foram obrigados a deixar o governo.
Collor renunciou pra não ser impeachado. E Dilma...
A respeito desse grave assunto, o presidente da República ainda não disse nada. Ele gosta mesmo é de dizer absurdos contra a pandemia provocada pela Covid-19. A última trata de um "kit-covid": hidroxicloroquina e azitromicina. Que será distribuído nas farmácias populares. O detalhe é que essa brincadeira está orçada em 250 milhões de reais. Pode?
Ainda bem que a Imprensa livre é pró-sociedade. 

CONFISCO DE VACINA

Incrível! Agora o governo anuncia, através do seu ministro general da Saúde, que está preparando documento que visa o confisco de vacina contra a Covid-19. Parece brincadeira, não é mesmo? É Bolsonaro atirando no seu oponente político, João Dória. E o povo, como fica nessa, hein? 

Kafka deve estar morrendo de rir, na sua tumba.

NEGRO NO PASSADO, NEGRO NO PRESENTE

Há momentos em que a morte chega para salvar.
Negrinha não tinha nome de batismo, nem de cartório. Nem pai, nem mãe. Ficou órfã e aos 7 anos foi adotada por uma senhora viúva e rica, sem filhos. Essa senhora, Inácia, era o cão em pessoa.
Católica, Inácia costumava receber na sua ampla casa pessoas de destaque na alta sociedade. Inclusive o vigário, de cuja a Igreja ela fazia gordas doações.
Para o vigário, essa senhora era uma santa.
A pequena Negrinha passava horas e horas que nem um bichinho abandonado, sem dizer palavra nos cantos de parede. O seu divertimento era o cuco da parede que saía de hora em hora pra cantar a hora. Sempre de cabeça baixa, mal vestida, mal tudo, Negrinha andava que nem uma sombra no casarão de quem a adotou.
Mas Negrinha não nasceu para viver.
Negrinha servia mais pra receber croques de Dona Inácia, que adorava fazer isso. Era viciada nisso.
No dia em que a Inácia não dava croques na pobre Negrinha, sempre caladinha e acuada, ficava irascível, nervosa, soltando impropérios.
Negrinha não servia pra nada, só pra receber croques. E xingamentos.
Ah! E tem a cena do ovo. Chocante! Não, não vou contar.
Um dia chegam à casa duas belas sobrinhas da Inácia.
Os serviçais descarregaram baús de brinquedos das duas meninas. Brancas, claro. Estavam de férias.
Entre os brinquedos, brinquedos de todo o tipo, havia uma boneca que só faltava falar e cantar.
Negrinha ficou encantada com o que via. Enfeitiçada.
Foi ali, num momento mágico, que pela primeira vez o rosto de Negrinha iluminou-se com um sorriso.
À distância, Inácia a tudo observava. Devagar, aproximou-se e autorizou que Negrinha brincasse com suas sobrinhas. E assim foi feito.
Mas o dia da partida das meninas chegou e a boneca foi junto com elas.
Se já era triste por natureza, triste ainda mais ficou Negrinha com a partida da "sua" boneca.
E nem uma semana se passou, quando a morte chegou e levou Negrinha cheia de tristeza.
Essa história que aqui reconto é do original paulista Monteiro Lobato.
O livro em que Monteiro conta essa história foi publicada em 1920. A personagem dá título ao livro, que é de contos.
Negrinha me fez lembrar a história de duas primas mortas por um único tiro de fuzil, há exatamente uma semana. Foi no Rio de Janeiro, numa favela. E até agora o autor do tiro que acertou as duas meninas, uma de 4 e outra de 7 anos, não foi identificado. Mas indícios fazem crer ser o autor um policial.
Por que balas perdidas acertam tanto pessoas negras, hein?
Ainda há muitos pontos comuns entre a sociedade escravocrata e a sociedade de hoje.
Alguém aí pode explicar por que ainda se mata tanto pardos e negros, na nossa sociedade?

CASCUDO, UM MESTRE DO SABER

 Luís da Câmara Cascudo foi o mais importante estudioso da cultura popular brasileira. Falava várias línguas, inclusive a do amor e da compreensão entre os seres.

Eu tive a alegria de privar da sua atenção, da sua amizade, do seu carinho. Leia: ESPECIAL J&Cia: LUÍS DA CÂMARA CASCUDO

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

E O VÍRUS MANTANDO

Os EUA registraram, nas últimas 24h, 3.100 mortes provocadas pela Covid-19. O Brasil, 800-e-qualquer-coisa.
É uma tragédia mundial o que faz a Covid-19.
O Trump, lembram do Trump? Sumiu.
Trump foi o presidente norte-americano mais negacionista da história.
Trump negou tudo, faltou negar-se a si próprio.
E o Bolsonaro, hein?
Arrepiei-me hoje 10 ao ouvir no rádio o presidente do Brasil dizer que "estamos vivendo um finalzinho de pandemia". Foi no RS.
Nada não, ele disse isso no dia em que 22 Estados brasileiros registram expressiva alta nos números de contaminação e mortes do novo Coronavírus.
Alta de tudo referente à pandemia, não é?
Quer saber meu amigo, quer saber minha amiga? Fico com tristeza no coração: sinto vergonha do presidente, da República Federativa do Brasil, Jair Messias Bolsonaro.
Eu estudo a história do meu País, quero saber quem eu sou.
Nunca na história do meu País houve um presidente tão ignorante. E que parece bater no peito que é ignorante. Que não quer aprender, que é cego. Epa! O cego sou eu.
O atual presidente do Brasil dividiu o Brasil e brasileiros, aqueles que gostam dele e aqueles que não gostam dele.
Meu Deus!
Um presidente eleito para governar a todos. No caso, nós.
Sim, sinto vergonha do presidente Jair Messias Bolsonaro.
A história dirá quem está certo.

HÁ 40 ANOS, MORRIA CARTOLA

Ele adorava o Fluminense. Por esse time, era fanático.
Nasceu no Catete e com 11 anos de idade foi levado pelos pais a morar no morro da Mangueira. Com 15 perdeu a mãe e o pai, figura daquelas irascíveis, mandou-o “passear”.
Quer dizer, ainda adolescente o menino virou adulto e caiu na buraqueira. Com 18, passou a conviver com personagens do samba, como Carlos Cachaça, Wilson Batista e Noel Rosa.
Foi, musicalmente, parceiro de Cachaça, Batista, Noel e outros bambas.
Estou falando de Angenor de Oliveira, o Cartola.
Cartola nasceu em 1908 e Noel, dois anos depois.
O primeiro samba de Cartola foi gravado por Francisco Alves, que entraria pra história da nossa música como o Rei da Voz.
Em 1930, Alves comprou e gravou de Cartola o samba Que Infeliz Sorte.
Depois dessa, o Rei da Voz gravou outras músicas de Cartola, também compradas: Divina Dama, Qual Foi o Mal Que Eu Te Fiz; Perdão, Meu Bem...
Ao lado de Wilson Batista e Oliveira da Cuíca, Cartola formou um trio pra tocar e cantar samba. Ele tocava cavaco, violão; Batista cantava e batia palmas e Oliveira era o cara da Cuíca.
Esse trio durou pouco tempo.
Em 1928, não custa lembrar, Cartola que ainda não se chamava Cartola chamou Carlos Cachaça e outros amigos pra formar uma escola de samba. Um pouquinho antes, fez o grupo dos Arengueiros, que resultou na escola.
Apaixonado pelo Fluminense, Cartola viu nas cores do time as cores da escola que estava fundando: a Mangueira.
E o tempo passou.
Mesmo com muitas músicas já gravadas por nomes como Francisco Alves, Carmem Miranda, Mário Reis e Aracy de Almeida, Cartola de repente sumiu depois pegar uma meningite.
Da doença, ele escapou. Mas sumiu.
Esquecido, Cartola foi encontrado lavando carros num posto de gasolina, no Rio. Quem o encontrou, foi o jornalista Stanislaw Ponte Preta (Pseudônimo de Sérgio Porto). Isso em 1956.
Pouca gente sabe, mas Cartola pôs sua voz em disco pela primeira vez em 1940. Título da música: Quem Me Vê Sorrir. Ouça:


A respeito, leia: CURIOSIDADES NA HISTÓRIA DA MPB
Depois disso a vida de Cartola mudou. Começou a cantar, a gravar discos...
Cartola morreu pobre, sem tostão, no dia 30 de novembro de 1980.
Há 40 anos, portanto, Cartola é uma estrela que brilha no céu e na memória de alguns brasileiros.
Cartola teve muitos amores. Dona Zica foi a que mais lhe completou. 

Eu entrevistei a Dona Zica (1913-2003) no programa Roda Viva, da TV Cultura, SP. Confira: DONA ZICA - 14/02/1994
No dia em que Cartola expirou, o seu time sagrava-se mais uma vez campeão de futebol, com o Maracanã lotado.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

FORRÓ PRA TODO MUNDO


Atenção amigos e amigas! 
O mais representativo artista da música popular do Nordeste, o pernambucano Luiz Gonzaga, é tema de uma ampla programação musical que começará às 13h da próxima sexta-feira 11, que se estenderá até domingo 13, em São Paulo.
A programação começa com DJ Douglas Mota e segue de hora em hora: às 14h, Trio Barrabufado, às 15h Trio Amizade, Trio Flor Mussambé, Bill Ramos, Cacá Lopes, Trio Sabiá, findando às 20h com Enok Virgulino.
A programação de sábado 12: DJ Douglas Mota, Trio Raça de Pajeú, Trio Borogodó, Fabinho Zabumbão, Trio Beijo de Moça, Banda Sarrabulho, Diana do Sertão e Bernadete França.
E domingo 13, finalmente, a programação começa com Trio da Lua, Krakatoa Trio, Trio Kabeça Fria, Quarteto Refungá, Banda da Jacá, Bando de Régia e 2 Dobrado. Fechando com Trio Dona Zefa.
Tudo gente boa, artistas de grande quilate. 
Essa programação integra o evento Dia Nacional do Forró, idealizado e patrocinado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. A coordenação e idealização é do produtor artístico Zé da Lua.
Todos os artistas e grupos musicais que irão participar desse evento, que tem por objetivo comemorar o dia do nascimento de Luiz Gonzaga, gravaram o repertório em estúdio. A maioria deles reside na Capital paulista, como Enok Virgulino e Cacá Lopes.
Enok foi criador do Trio Virgulino e Cacá Lopes é quem todo mundo conhece: um cara arretado!
Cacá ainda não fez, mas se quisesse faria até um poste dançar.
Luiz gonzaga gravou mais de 600 músicas, 51 das quais só com o nome dele. 
Dentre todas as músicas que o Rei do Baião gravou, o grande destaque continua sendo Asa Branca, originalmente gravada em 1947.
Há gravações de Asa Branca em vários ritmos e idiomas como inglês e coreano. Clique: ASA BRANCA, 70 ANOS
São Paulo é a cidade que acolhe, historicamente, o maior número de nordestinos e descendentes de nordestinos: cerca de 4 milhões.
Pra acompanhar as apresentações do evento Dia Nacional do Forró, basta acessar gratuitamente a página do SP Forró, no Facebook.
"O SP Forró atua na cidade de São Paulo desde 2017, é composto por mais de 50 grupos (foto acima), entre mestres de cultura, professores de dança, artistas, trios, músicos, produtores e amantes do forró. Temos como objetivos fortalecer e unir os artistas que promovem a cultura nordestina e de trazer aos moradores da capital o resgate das raízes históricas dos migrantes nordestinos que fizeram e ainda fazem parte do desenvolvimento social e econômico da maior cidade nordestina do Brasil, São Paulo", segundo a Assessora de Imprensa Kelly Marques.
Luiz Gonzaga morreu no dia 2 de agosto de 1989, num hospital de Recife. 
Em 2019, o Centro Cultural Santo Amaro, SP, apresentou ao público paulistano uma instalação retrospectiva da vida e obra do Rei do Baião. Para lembrar, clique: 
Foi uma ideia surgida no programa São Paulo Capital Nordeste. Dica do Paulo Rosa. Esse programa era produzido e apresentado por mim e durou mais de 6 anos. Sempre ao vivo, na Rádio Capital, AM 1040. Uma noite convidei a deputada federal Luiza Erundina e conversa vai, conversa vem, sugeri que ela apresentasse um projeto à Câmara criando esse dia para lembrar a importância de Luiz Gonzaga na música nordestina. Gonzaga nasceu no dia 13 de dezembro, dia de Santa Luzia. Minuta feita, o projeto foi apresentado. Durou mais de dois anos até que fosse aprovado e sancionado pelo presidente da República, à época Luiz Inácio Lula da Silva. A primeira comemoração do Dia realizamos no Brincante, no centro cultural criado e dirigido por Antônio Nóbrega. Na ocasião convidei para cantar Carmélia Alves (Rainha do Baião), Anastácia (Rainha do Forró), Socorro Lira, Oswaldinho do Acordeon, Gereba e muitos outros artistas. Para lembrar, clique:
 

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

BOLSONARO PODIA RENUNCIAR, HEIN?

Ouvi há pouco alguém dizer que Bolsonaro teria pedido demissão do desgoverno que representa nesta República.
Poxa...
Sonho ou pesadelo?
Sonho seria se isso fosse fato.
Pesadelo é o que vivemos.
O Brasil sofre desde sempre, com presidentes militares e civis.
Brasil se resume na grandeza que é.
E pra esse País em que vivo e sonho, escrevo:

O Brasí é um barquinho
Deslizano pelo má
Levano, trazeno gente
Daqui pralí, dali pracá

Nesse eterno vai-vem
Muita gente cai no má
Muita gente vai pro céu
Sem saber que trem tem lá

Desse jeito o Brasí vai
Se balançano no má
Pareceno u’a donzela
Convidano pra dançá

Esse barco já levô
Muita gente além do má
Já levô Audáio Dantá
Valdi Tele e Jão Bá

Barquero desse barco
Castro Alve foi pro má
Levano o bão Bandeira
Pra um dedo prosiá

Gente de todo tipo
Nesse barco foi pro má
Quereno sabe untudo
Querendo sábi ficá

Há muito ele nasceu
Num belo berço do má
Andô, correu pirigo
Mas sempre sôbe lutá

Lá vai ele
Leve e livre no má
Garboso, sinhô de si
Com o céu a li guardá

Viva o Brasí barquinho
Na sua missão no má
Levano, trazeno gente
Daqui pralí, dali prac

STF SALVA A CONSTITUIÇÃO

O STF tem se mostrado, nos últimos anos, um balcão de atendimento dos presidentes da República. Na madrugada de domingo pra segunda, esse Tribunal salvou-se e salvou a Constituição de 88. Em discussão estava a proposta de os atuais presidentes do Senado e da Câmara serem reeleitos. No Art. 57, a Constituição dizia com todas as letras, no seu parágrafo 4º, ser impossível a concretização da proposta em votação. Em suma: a Constituição foi salva na hora H.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

BRIGA DE CACHORRO GRANDE

Não foi uma nem duas vezes que imaginei estar morando na Lua ou em Marte, pois o que vivo aqui parece ser noutro planeta, ou astro, sei lá!
O presidente diz que o novo Coronavírus é uma gripezinha, não passa de uma gripezinha.
Essa gripezinha, porém, já matou entre nós quase 200 mil irmãos e irmãs.
Já faz nove meses que o maldito vírus anda matando aqui e alhures.
Só lá nos EUA, o vírus que se transforma em Covid-19 já levou para o Além quase 300 mil norte-americanos.
Como o presidente dos EUA, o presidente do Brasil acha que tudo isso é besteira. "Todos vamos morrer!".
Cientistas trabalham o tempo todo em busca da vacina que dê cabo ao vírus, à doença.
O presidente destas terras tropicais é uma besta quadrada, isso os que ainda não morreram e que são lúcidos sabem.
O Bolsonaro dava pancada o tempo todo no Lula, enquanto o considerava seu inimigo. Lula morreu, acha o boçal. Mas o boçal Bolsonaro precisa de um inimigo.
O novo inimigo do boçal Bolsonaro é o governador de São Paulo, Dória.
Se depender de Bolsonaro, não haverá vacina contra a Covid-19. Tanto que já desautorizou o seu Ministro da Saúde, um general civil, a suspender compra da vacina, de origem chinesa, que está sendo produzida pelo centenário Instituto Butantã.Hoje 7 o Dória apresentou à Imprensa programa de vacinação contra a Covid-19, que começará no dia 25 de janeiro de 2021 (abaixo).
Dória diz que o Estado que comanda bancará a vacina (CoronaVac) que o Butantã está produzindo. E disse mais: que atenderá os Estados que o procurarem, disponibilizando até 4 milhões de doses.
Bolsonaro está subindo parede...
Estou gostando dessa briga, pois o beneficiário será o povo.
O programa de vacinação em São Paulo, é o seguinte:


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