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domingo, 18 de março de 2018

MARIELLE MORRE NO DIA DA MORTE DE ISMAEL

Ismael Silva, cantor, compositor e instrumentista, nasceu em Niterói e morreu aos 72 anos de idade.
Marielle Franco, nasceu no Rio, fez faculdade com mestrado e morreu com 38 anos de idade.
O que há em comum entre Ismael e Marielle?
Ismael era negro, pobre e bissexual. Tinha 31 anos de idade quando gerou uma menina. 
Marielle era negra, pobre, bissexual e aos 18 anos também gerou uma menina.
Ismael sofreu muito com sua condição de vida, como também deve ter sofrido Marielle, só que Marielle berrava, gritava e dizia para o mundo todo a sua condição de mulher de raça, que não desistia diante dos obstáculos.
Covardes detonaram 4 tiros na sua cabeça. Dela sobrou a história.
Ismael, que perdeu o pai quando tinha 3 anos de idade, surpreendendo muita gente, apresentou-se numa escola do bairro em que morava, já no Rio, dizendo que queria estudar, aprender a ler prá virar gente. Não chegou à Universidade, mas virou um dos maiores sambistas do Brasil. Aliás, foi ele e amigos que criaram a primeira escola de samba do País: Deixa Falar, em 1928. No mesmo bairro em que tombou Marielle.
Marielle não compôs samba algum, mas gostava profundamente da negritude. O samba é negro. Ela morreu no dia da morte de Ismael, 14 de março...
Ismael deixou obras primas, como Se Você Jurar, ouça:


ENCONTRO UM

Sexta passada estiveram comigo os amigos Tinhorão, Tiné, Mayrink e Bráu Mendonça Neto, cantor, compositor e exímio violonista. Bráu não trouxe o violão, mas trouxe sua história. Conversamos, conversamos, conversamos. Mayrink, jornalista dos bons, trabalhou com Tinhorão no Jornal do Brasil e na Revista Veja, vejam só! Mayrink é mineiro, Tinhorão é santista, Tiné de Pernambuco e Bráu, paulistano. O Bráu é o tipo do artista que encanta pessoas com facilidade. Tiné, que andou levando porrada da ditadura dos 60, por muitos naos trabalhou para a Editora Abril, de Veja e durante duas décadas foi o assessor de imprensa do complexo Hospital das Clínicas: tudo liga tudo.

Mayrink, Tiné, Assis e Tinhorão, fotografados pelo Bráu



ENCONTRO DOIS

Sábado passado, isto é, ontem, estiveram comigo o compositor cantador mineiro Téo Azevedo e seu parceiro Tone Agreste. Os dois acabam de gravar um cedê mostrando um pouco da história do repentismo no norte de Minas. O disco está saindo da fábrica. Além disso, os consumidores da boa música podem se alegrar com o terceiro dos quatro discos só com composições de Téo. Detalhe: essa nova leva de composições tem a marca do choro. Pois é: Téo compondo chorinho! Voltarei ao assunto.

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