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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

IRRESPONSABILIDADE MATA, EM MINAS


A cantora Clara Nunes (1942-1983) era mineira de Paraopeba. ela e muita gente bonita. Eu a conheci, simples e forte como os ventos do São Francisco.
Paraopeba é um município que dista da capital mineira, 100 Km mais ou menos.
Paraopeba nasceu às margens do rio de mesmo nome, ali pelo século 18.
Paraopeba fica perto de Brumadinho, onde acaba de ocorrer uma tragédia enorme, provocada pela irresponsabilidade  dos dirigentes da Vale e outros poderosos.
Paraopeba é uma cidade muito bonita, pequena e pacata. E o rio, lindo. Como o rio Doce, que perdeu a cor e o sabor com a tragédia que praticamente o engoliu em novembro de 2015. Lembram-se?
http://assisangelo.blogspot.com/2015/11/estao-esquecendo-mariana.html

O rio Paraopeba, como tantos e tantos, acaba misturando-se às águas do mar, depois de serpentear por regiões diversas.
O rio Paraopeba se acha em contos e romances de autores brasileiros.E na música, também.
João Guimarães Rosa (1908-1967) adorava citar cidades e rios nas suas obras. Em Grande Sertão , ele deixa seus personagens falar por ele. Cita umas duas dezenas de lugarejos e cidades por onde passa. Aliás, nesse livro, os personagens nadam e  atravessam rios, riachos, riachões, etc.
No tempo de Rosa não havia essas malditas barragens que matam bichos, peixes e gente.


Assis e Clara Nunes







SEBASTIÃO MARINHO
O cantador repentista Sebastião telefona dizendo que se acha na cidade em que nasceu, a paraibana Solânea. Ele, como faz todos os anos, põe a viola nas costas e vai cantar Nordeste afora. Já esteve esse ano em vários municípios da Paraíba e Rio Grande do Norte. Diz que está tudo muito bom, mas falta água. a seca é grande por onde tem andado. As cenas que vê o fazem sofrer. Cenas de sol quente, de seca, de dor. Mas assim que é a vida. E a vida segue. Nesse fim de semana Marinho vai estar em Pilões, PB. À Capital paulista, voltará no próximo dia 6.

QUARENTA E UM ANOS, SÓ SE FAZ UMA VEZ!

Idade, idade, idade, aniversário, aniversário, aniversário, viver, viver, viver.....
Como é bom viver.
Há quem negue a idade, que bobagem!
Minha querida Inesita Barroso ( 1925-2015) dizia tantas coisas bonitas sobre o tempo "a gente não leva nada!",  "que tal brincar?".
E dizia também: "porque negar a idade?" e ela brincava também dizendo e continuava brincando: "somos tão pobres, mas ricos somos pela autenticidade que Deus nos dá".
Inezita dizia tudo  com tanta naturalidade que enchia- me de alegria. Carmélia alves (1925-2013), a rainha do baião e Anastácia achavam muita graça do que Inezita (1925-2015) dizia. Machado de Assis ( 1839-1908) sabia como ninguém falar de coisas e gentes , de vaidades, de histórias do dia a dia. No romance Esaú e Jacó ( 1904), ele dá vida a incríveis personagens, baseados no livro Gênesis. Começa com Perpétua e sua irmã Natividade subindo o Morro do Castelo, Rio, em busca do futuro enunciado pela adivinha Cabloca. E a história segue. Lá pelas tantas, bem para tantas, Natividade fica triste no seu aniversário de 41 anos de idade. Esse detalhe no romance Machadiano fez me lembrar o aniversário de Mirian, irmã de Mara e Márcia, filha do potiguar Xavier Cortes. Quarenta e um anos! No romance de Machado, Natividade sofre por pensar que o marido Santos tinha se esquecido de data para ela tão importante. É quando ele, Santos, dá lhe um abraço e beijos e beijos, anunciando que ela é desde aquele instante baronesa, mulher do barão, e ele barão. E os 2 filhos Pedro e Paulo ( Esaú e Jacó), razão que a levou a consultar a Cabloca, não entendem nada, mas vibram e batem palmas. Esau e Jacó é um livro absolutamente necessário em qualquer estante que se preze. Viva Mirian, irmã de Mara e Márcia!
O futuro de Pedro, previsto pela mãe, é ser médico. E o de Paulo, advogado.
A história segue num crescente, mas não vou contar o final.


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