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sábado, 17 de novembro de 2018

CHORO NA CULTURA

Musicalmente o Brasil é riquíssimo e em tudo, até em pobreza.
Uma porcentagem enorme de cidades brasileiras vivem tempos que parece serem da Idade Média.
A  Idade Média.se não sabem, saibam, viveu 3 fases. A mais pior, como diria Adoniran Barbosa, foi aquela de média nada tinha. Era só loucura, violência e tudo o mais que não presta, que muita gente chama de negra, obscura, etc.
Pois bem, musicalmente e em tudo o Brasil é riquíssimo.....
Na manha de 29 de novembro de 1807, Dom João VI deixou Portugal com Napoleão no encalço. Quer dizer, Dom João naquele dia fugiu da sua terra de origem para aventurar-se no Brasil. 
Naquele tempo, o Brasil economicamente, estava numa pindaíba dos infernos. Tudo travado, como agora.
Logo após chegar ao Brasil, notadamente em Salvador, Dom João botou para quebrar, destravando as amarras econômicas da economia brasileira. Plim plim! e aí, pouco depois de estar em terras firmes, ele abriu os portos. E tudo mudou. Teve zebras, mas tudo mudou.
Musicalmente e em tudo o Brasil é riquíssimo.
O primeiro gênero musical autenticamente, digamos assim, brasileiro é o choro, o chorinho. 
O choro como expressão musical apareceu pela primeira vez numa partitura do flautista José Antonio da Silva calado, em 1870.
Essa história, a história do choro, é contada tim tim por tim tim, na nova série da TV Cultura: O Brasil Toca Choro, que a TV Cultura está levando ao ar todos os domingos a partir das 11 horas. 
Amanhã, 18, é dia de choro na TV Cultura. Antes, clique abaixo para ver o segundo capítulo da série.


A série que a TV Cultura está exibindo sobre choro, foi apresentada à imprensa no final de Outubro, num restaurante da Capital paulista. Estive lá. Antes, no começo do ano, o presidente da Fundação Padre Anchieta que administra a TV Cultura, Marcos Mendonça e eu trocamos idéias no Centro Cultural Rebouças, onde se realizava um Congresso patrocinado pelo News Letter JornalistaseCia. O papo foi choro, no bom sentido.  Abaixo, o registro. 


BOLSONARO NO CORDEL E NO REPENTE

O repente e o cordel
caminham de mãos dadas
encantando gerações
com histórias bem contadas
feitas de improviso
e também a canetadas

Umas são muito tristes
outras são engraçadas
umas são verdadeiras
outras são inventadas
pra fazer quem quiser curtir
dando boas gargalhadas (Assis Angelo)

Os poetas de bancada que escrevem a canetadas e os poetas repentistas que improvisam  versos ao som de violas, historicamente sempre estiveram presentes onde os fatos acontecem. Sempre foi assim, desde que o Cordel e o Repente sentaram praça no Brasil. Quer dizer, desde o século 19.
O paraibano Silvino Pirauá Lima era cordelista e cantador repentista. Ele e seu conterrâneo Leandro Gomes de Barros foram  pioneiros no campo da poesia popular cantada.
O Nordeste  é berço dos grandes cordelistas e repentistas. A obra destes poetas, dos artista do povo, é absolutamente fantástica. Intelectuais do naipe de Ariano Suassuna beberam e bebem ainda no poço encantado do cordel e do repente.
Os ex-presidentes Getúlio Vargas e Lula da Silva foram os mais cantados na literatura de cordel, até hoje.
A corrida eleitoral  que levou Jair Bolsonaro à cadeira de Presidente  não poderia ser ignorada  pelos poetas do povo. Até os veteranos Oliveira de Panelas e Ivanildo Vila Nova afinaram suas violas e desenvolveram um Quadrão Perguntado, que é uma das mais de 100 modalidades identificadas no Reino da Cantoria. Veja:


Caju e Castanha, pernambucanos como Ivanildo e Oliveira, bateram seus pandeiros e desenvolveram
o  tema abaixo:


Muitos poetas cordelistas, como os dois aí abaixo, recolheram-se ao silêncio e puseram no papel os cordéis que declamam:




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