Seguir o blog

domingo, 21 de julho de 2019

JORGE RIBBAS, UMA HISTÓRIA CIDADÃ

Pois é, meus amigos, o pernambucano da paraíba Jorge Ribbas é dono de um talento e tanto. Vocês viram, vocês ouviram, e ainda vã ouvir muito sobre este cidadão nascido no agraste meridional pernambucano. Sem trocadilhos, Ribbas é uma cachoeira que esborrota sons e ideias. É um homem de sonhos. Não sei se vocês sabem, mas esse Jorge foi o cara que fez arranjos ou rearranjos orquestrais para as músicas: Pra Não dizer que não falei de Flores (Caminhando), Fabiana e Mensageira, uma canção inédita que Geraldo fez em homenagem à bandeira da Paraíba (NEGO). Isso aconteceu na "volta" de Vandré à terra em que nasceu, em março de 2018. Insisti e ele prontificou-se a falar mais de si para nós. leiam:


1964 – “MAS QUE NADA, SAI DA MINHA FRENTE QUE EU QUERO PASSAR[1]”...
Dando “tudo de mim” entoei meu canto primal na Casa de Saúde Santa Terezinha sita à Avenida Simôa Gomes nº 342 no mesmo dia que nasceu David Gilmour (1946), um dos guitarristas que na adolescência fariam minha cabeça para a música e para a guitarra. Era uma sexta-feira, dia seis de março às nove horas e cinquenta e cinco minutos em Garanhuns – Pernambuco, também conhecida como: a Suíça pernambucana, terra de frio e bastante aconchegante. Meu berço estava à minha espera na Rua Alice Dourado número 113 no bairro de Heliópolis. Fui batizado como Jorge José Ferreira de Lima Alves em homenagem ao meu avô paterno e, mais tarde, adotei o nome artístico de Jorge Ribbas, mas essa história ainda será contada.

A vida não estava fácil, “Deus e o Diabo estavam na terra do sol”. Jânio Quadros já tinha renunciado e o povo tinha eleito João Goulart (Jango). Pois é também sou filho da revolução de 1964, o movimento que depôs João Goulart justificando uma “ameaça comunista”. Uns chamam de revolução outros de golpe de estado e, depois da ditadura, preferiram chamar de golpe militar que deixou a ideia de violência e Ilegitimidade nas costas do Marechal Humberto de Castelo Branco. No entendimento de hoje, as elites, junto aos militares e a imprensa, catalisaram o que hoje se chama de golpe civil-militar que afetou toda a sociedade.
Pelo resto do mundo aconteceram os XVIII jogos olímpicos em Tóquio, a moda da minissaia foi lançada pela inglesa Mary Quant e Nikita Khruschev perde o poder para Leonid Brezhnev.
Nasci na gestação da MPB, junto com a estreia do show Opinião[2] no RJ, num momento onde a bossa-nova declinava e gestavam os movimentos populares de contestação ao sistema que refletiam os dissabores do golpe de 64 na ânsia pela democracia.
O xará Jorge Goulart já prenunciava a moda dos cabelos grandes quando lançou “Olha a Cabeleira de Zezé” enquanto Roberto Carlos antecipava as futuras campanhas anti-fumo com “É Proibido Fumar”, especialmente descendo a augusta a 120Km por hora.
Eram os chamados anos 60 da gestação da MPB, do auge do Baião que vai ceder espaço para a jovem guarda – iê, iê, iê, no caldeirão da revolução. Desde o ano anterior a garota de Ipanema ainda não dormia, deslumbrada com a composição de Tom Jobim e Vinícius de Morais. O baião saia da moda, sendo substituído na mídia pela bossa-nova e depois pela jovem-guarda. Sou da mesma idade de Diana Krall, Tracy Chapman, João Gordo, Dinho Ouro Preto, Lenny Kravitz, Courtney Love, Tom Morello do Rage Against the Machine e Eddy Veder, vocalista do Pearl Jam.
A música popular internacional desse ano nos deu muitas canções, mas as que, mais tarde, fizeram parte da minha existência foram: Canção tema de The Addams Family (Vic Mizzy), Glad All Over (Dave Clark & Mike Smith), Oh, Pretty Woman (Roy Orbison & Bill Dees), A World Without Love (John Lennon e Paul McCartney) e Zorba's Dance (Mikis Theodorakis).
De janeiro a maio os Beatles, que se tornariam muito presentes na minha carreira musical, fizeram a festa; lançaram o Beatles for Sale, fizeram sua primeira viagem pelos Estados Unidos quebrando todos os recordes de audiência na televisão ao se apresentarem no Ed Sullivan Show, Lennon lançou “In His Own Write” seu primeiro livro e, ainda, foram os primeiros artistas pop a serem representados em cera no Museu de Madame Tussaud. Ocupam todas as cinco primeiras posições na lista de Top Pop Singles da Billboard com "Can't Buy Me Love", "Twist and Shout", "She Loves You", "I Want to Hold Your Hand", e "Please Please Me", detêm 14 posições na lista dos Hot 100 da Billboard - Anteriormente, o maior número de singles de um único artista a fazerem parte da Hot 100 ao mesmo tempo foi de nove de Elvis Presley em 1956. E pra completar a febre Beatlemaniaca, nos Estados Unidos, o Segundo Disco dos Beatles sobe ao primeiro lugar nas paradas de LPs apenas duas semanas após seu lançamento, sendo o primeiro álbum na história a atingir o primeiro lugar tão rápido, além de ocupares as seis primeiras posições das paradas australianas.
Enquanto na BBC estreia o Top of the Pops, os Rolling Stones lançam seu primeiro trabalho em 26 de abril, o grupo The Mamas & the Papas e Marianne Faithfull iniciam suas carreiras e Elvis Presley lança o seu 14º filme (Kissin' Cousins) no cinema.
Na música clássica Aaron Copland estreava sua: Musica para uma grande cidade, meu xará George Crumb dava nascimento ao seus quatro Noturnos (Música Noturna II) para violino e piano e Dimitri Shostakovich estreava seus quartetos de cordas nº 9 em Mi bemol maior, Op. 117 e nº 10 em Lá bemol maior, Op. 118, e eram estreadas as óperas Traces de Luciano Berio, Curlew River de Benjamin Britten e Don Rodrigo de Alberto Ginastera, onde o tenor Plácido Domingo fez sua estreia na cidade de Nova York. Continua...


[1] “Mas que nada”, música do xará Jorge Benjor no disco Samba Esquema Novo de 1963..
[2]  “Podem me bater, podem me prender, podem até deixar-me sem comer que eu não mudo de pinião”.
[3] Filmes lançados em 1964.

Essa é uma parte da história do nascimento do cidadão Jorge Ribbas, cantor e compositor da vida brasileira. Espalhem esse nome... Eu gostaria de ouvir o Jorge tocando e cantando junto com Vandré, Milton Nascimento, Paulinho da Viola e Socorro Lira. Jorge Ribbas é multi. Ouçam mais um pouco do Jorge Ribbas: https://tratore.com.br/smartlink/realidadehttps://tratore.com.br/smartlink/cantoandino

O ROCK TEM CRONISTA: JORGE RIBBAS

Você conhece Jorge Ribbas?
Você já ouviu falar de Jorge Ribbas?
Você já ouviu Jorge Ribbas?
Se você não conhece Jorge Ribbas, se você não ouviu falar, e nem o ouviu num palco, num disco, num programa de rádio ou televisão, você, meu amigo, está mais por fora do que casca de ovo.
Não, você não tem culpa. De qualquer modo, se eu fosse você ia deixar pelo avesso todas as ferramentas da internet, pois em algumas delas ou em todas certamente ele está. Mas adianto: Jorge Ribbas é um pernambucano de Garanhuns, cidade localizada ali no agreste pernambucano onde nasceu muita gente boa, como o sanfoneiro Dominguinhos.
Outro dia pedi que o Ribbas se definisse como músico e cidadão. Ele respondeu: "Sou simplesmente um músico honesto na arte e na vida, noutras palavras, sou um cidadão comum como tantos".
Jorge Ribbas começou a fazer música ainda em pernambuco por volta de 1980. Essa arte que ele abraçou como profissão, ganhou forma em Campina Grande, PB, onde passou a morar a partir de 1982. De lá pra cá, gravou musicas autorais num LP (Delírio - Apocalipse Já) e em vários CD's, ao mesmo tempo que acompanhava performances de artistas como Dominguinhos, Marines Belchior Nando Cordel, Miucha, Maria Creuza e Tadeu Mathias. Dos treze ou quatorze discos da paraibana Socorro Lira, onze trazem sua assinatura em todos os arranjos.

Fora isso, ele dá aulas na UFCG e fundou a escola de MUSIDOM, em Campina. Agora  ele esta disponibilizando uma dezena de novas obras nas principais plataformas de streaming SPOTIFY, Deezer e iTunes. Uma mostra: https://open.spotify.com/track/7qiteckpr9EI3t0IdYE34F.
Nosso mundo é o título do novo projeto de Jorge Ribbas. É ele mesmo quem conta: "O meu trabalho posso classificar como uma crônica do nosso cotidiano. O rock é a linguagem que encontrei para melhor expressar as inquietações que perturbam a paz dos nossos dias". Mais uma mostra que ele intitula de Mundo hipócrita: https://open.spotify.com/track/3abYAJCiHp6A9s2X0vC15r.
Alguns dos melhores músicos em atuação no pais estão ao lado de Ribbas, como Moisés Freire, Rainere Travassos, Giordano Frag, Silvio Silva, Beto Piller dentre outros. E ele já está desenvolvendo arranjo para um texto poético atualíssimo da sua lavra, este:


INCERTEZA (Jorge Ribbas)

 EM UM TEMPO DE INCERTEZA E APREENSÃO
AS LEMBRANÇAS DE UM PASSADO
VEJO CLARA A UTOPIA QUE SONHEI
SENTIMENTO DE IMPOTÊNCIA

SE OS ACORDES DESSE TEMPO DÃO CANÇÕES
SERÃO BALAS FUGIDIAS
EU APRENDO COM OS PROBLEMAS QUE ENFRENTEI
VOU SURFANDO EM MINHA ONDA

EU SÓ QUERO SABER SE VAI TER
UM LUGAR PRA TODO MUNDO
DIGA ENTÃO SE VOCÊ PREPAROU
SEU TRANSPORTE PRO FUTURO

SE AS PALAVRAS NÃO PERMITEM COMPREENSÃO      
É QUE A LÍNGUA JÁ NÃO FALA
MESMO CLARA A LETRA QUE IMAGINEI
SERPENTEIA INCOMPREENSÍVEL

Antes de optar seguir a carreira de músico, Jorge Ribbas concluiu o curso de química Industrial pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
O poeta Augusto dos Anjos (1884-1914), paraibano, iria certamente lisongear-se com os rótulos assinados por Jorge Ribbas na obra Nosso Mundo. Essa obra, prestem atenção, é marco fundamental da música como música e não só como rock. O mundo está doente. O cronista do rock brasileiro percebeu isso

O NEGRO NA MPB
Bonito, de uma boniteza sem igual foi o espetáculo que assisto ontem à noite no espaço cachuêra. Esse espaço cultural fica logo ali na rua Monte Alegre, Perdizes, na capital dos paulistanos e paulistanas. No palco, apresentando o repertório que forma o Negro na MPB estavam: Brown e Rosângela, cantora de bom gogó. Enriquecendo o ambiente, o grupo cabedal quarteto e convidados especiais Douglas e Karina, filha do peixe-cobra Vidal França, meu amigo do peito de anos que o passado nem o futuro roubam. Esse espetáculo para correr o Brasil inteiro, a parte do Cachuêra e da rede SESC etc. Ah! ia me esquecendo: na noite de ontem no cachuêra, reencontrei pessoas incríveis como Airto Mugnaini e sua companheira a artista plástica, Martha Zimbarg. Claro, o Vidal estava lá. O Cortez da editora homônima, saiu do ambiente com as mão ardendo de tanto bater palmas. Emocionei-me, já que lá estive para abrir e fechar o espetáculo.

POSTAGENS MAIS VISTAS