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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

UM HOMEM CHAMADO CHICO

Nesse LP, se acha o Xote Ecológico
 Xapuri, Acre.
A noite chegava naquele fim de mundo, pelo olhar de quem vive noutras regiões do Brasil.
Faltavam três dias para o Natal. Ano: 1988.
Pássaros noturnos anunciavam presença com seus trinados especiais, enquanto um vento morno balançava a copa das árvores.
No céu, a lua Crescente dava seus últimos suspiros chamando a lua Cheia.
Ali nas proximidades, um homem alisava o gatilho da escopeta.
Ele estava tranquilo, não demonstrava nervosismo. Sabia o que fazer.
De repente, um estampido fez-se ouvir no silêncio da noite.
Um ai, seguido de um baque surdo, pôs pra correr o autor do disparo.
Em menos de uma hora, o mundo tomou conhecimento do assassinato de Chico Mendes.
O xapuriense Chico, uma das mais significativas vozes do povo da floresta amazônica, tombou covardemente no começo da noite de 22 de dezembro de 1988. Quem o matou foi um sujeito chamado Darci, a mando do pai Darly.
Darly foi um dos maiores grileiros do Amazonas. Pai e filho foram condenados em 1990.
Darly fugiu três anos depois de ser preso e preso de novo, passou a cumprir pena domiciliar.
A lembrança da morte de Chico Mendes chega na hora em que o Brasil toma conhecimento da maior apreensão de madeiras no Amazonas: 31mil m³, ou 43,7 mil toras de boa madeira colhida de modo ilegal por madeireiros, a mando de grileiros e tal.
A memória brasileira continua curta, pois poucos lembram da importância e legado de Chico Mendes.
Em 1989, Luiz Gonzaga e Aguinaldo Batista compuseram um xote falando do Chico. Ouça:

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