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segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

MULHERES: NA REALIDADE E NA FICÇÃO (2)



Ao contrário de Duarte, um cara que nasceu pobre e que lutou para ficar rico e depois milionário, Falcão nasceu pobre e virou milionário já ali na casa dos 40 anos. Seu prazer era fartar-se a ver a montanha de dinheiro, ouro e títulos. Gastava só o extremamente necessário. 

Duarte é um pai dedicado e bem casado. Depois de trabalhar muito e ganhar o que queria, satisfazia-se em ajudar amigos necessitados.

Duarte é cria do escritor José de Alencar. 

Falcão é cria do escritor Machado de Assis e personagem central do conto Anedota Pecuniária.

A história aqui começa em abril de 1870, com Falcão andando pra lá e pra cá dentro de casa. Uma casa simples, de poucos cômodos. A cama em que dormia não era fofa. 

Solteiro, ao chegar aos 45 de idade Falcão passou a sentir falta de um filho ou uma filha. Mas aí já era tarde. A sorte é que o personagem recebeu a incumbência de criar uma sobrinha de 11 anos cuja mãe morrera. 

A menina, Jacinta, logo apegou-se a Falcão e Falcão a ela. 

O tempo foi passando e, com 13 anos de idade, a menina já tomava conta da casa. Aos 17, era já como se fosse a dona. É quando chega um gavião...

Chico Borges era um cara que tinha grana e era amigo de Falcão com quem, aliás,  matava parte do tempo noturno jogando cartas. Sem dinheiro na parada. 

Um dia Falcão procura Chico para oferecer um negócio envolvendo títulos bancários. Falcão já esperava faturar uns 30 ou 40 contos. Chico respondeu que iria lhe fazer proposta idêntica. 

A história segue. E o detalhe é que Chico estava de olho crescido na figura de Jacinta. 

Chico e Jacinta terminam juntos, casando-se. Pra isso porém, Chico ofereceu um negócio a Falcão, que sem titubear aceitou. Era negócio envolvendo grana, tenso como objeto Jacinta.

O tempo, no seu movimento incessante, continuou a passar.

Um dia, Falcão recebe em casa mais uma sobrinha órfã. Linda, nos seus 17 anos, Virgínia chamava fácil, fácil a  atenção de todos. 

Um dia, a menina recebe a carta de um jovem admirador. Vem dos EUA.

A carta cai nas mãos de Falcão, que já fica todo ligado.

Reginaldo é o cara que está chegando dos EUA trazendo na bagagem 300 mil dólares e uma coleção de moedas de vários países. 

Encurtando a história: Falcão encontra-se com Reginaldo, que nem precisa pedir a mão da bela Virgínia. O motivo disso, dessa rapidez,  é que Falcão aceita de bom grado a coleção de moedas estrangeiras que lhe fez brilhar os olhos.

O castigo, alguém já disse, anda a galope: as moedas estrangeiras da coleção que tanto encantou Falcão eram falsas.

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