A manhã do dia 26 de julho de 1844 trouxe a surpresa de um
corpo feminino inanimado. Nele havia a marca de um tiro e quatro facadas. A
vítima, Fabiana, tinha 28 anos de idade e era mãe de Antônio Carlos Gomes
(1836-1896), a época criança de oito anos.

O crime ocorreu no lugar hoje chamado Campinas, SP.
Na obra do maestro e compositor Carlos Gomes essa tragédia
aparece de modo implícito. Mas aparece.
Carlos Gomes, uma sumidade nacional, é considerado o maior
compositor erudito das Américas. A propósito: Gomes, apadrinhado por D. Pedro
I, estreou artisticamente no Teatro ALLA SCALA de Milão, Itália, com a Opera Il
Guarany, baseado no romance homônimo do cearense José de Alencar. Essa estreia
deu-se na noite do dia 19 de março de 1870.
Sem dúvida: Antônio Carlos Gomes é um gênio, morreu pobre e
tal, em Belém do Pará. Sua casa em Campinas não foi preservada, como preservada
também não foi a casa em que viveu boa parte da vida o poeta baiano Castro
Alves.
Eu escrevi um livro sobre Carlos Gomes.
No acervo do Instituto Memória Brasil se acham livros sobre
o compositor campineiro e quase toda a sua obra, incluindo a primeira gravação
completa (ai na foto), em três LPs, feita na extinta Continental. Essa gravação
foi feita em 1969, portanto exatamente 50 anos.