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sábado, 16 de setembro de 2017

E DEPOIS DO HOMO SAPIENS, O QUE VIRÁ?

Ao descer das árvores e caminhar mais ou menos ereto, e ainda indefinido, o homem passou logo a inventar meios para matar em nome da própria sobrevivência. É isso o que concluem os estudiosos da matéria. A pedra, o pau e o cipó inspiraram aquele que ia virar gente a fazer sua primeira arma, uma espécie de machadinha. daí para o arco e flecha, passaram-se mais alguns anos, milhares, milhões, quem sabe e surgiram o arco, a flecha e tudo mais, e hoje temos os que temos...
Da machadinha à bomba atômica, foi um passo, melhor, milhões e bilhões de passos, trilhões, quem sabe?
Os pré-históricos, ao descerem das árvores, comiam o que encontravam pela frente. Fosse o que fosse, inclusive seres diversos encontrados mortos por razões quaisquer. E foi quando, certamente, os nossos antepassados, já se parecendo conosco, passaram a caçar, a pescar, a se juntar em grupos. O frio eles resolviam com a pele de animais que matavam e cuja carne comiam. A primeira guerra, o primeiro confronto armado, debitado ao homo sapiens, ocorreu há uns cinco mil anos a.C., na Alemanha. Os indícios levam a crer que desse confronto participaram pelo menos quatro mil homens. Deduz-se que foi um verdadeiro massacre, como os que ainda hoje ocorrem nos quatro cantos do mundo.
O homem está se matando o tempo todo e cada vez mais. Agora mesmo, o ditador da Coréia do Norte, Kim Jong-un, está mais do que ameaçando o Japão e os EUA, com suas bombinhas de Nitrogênio e sabe-se lá mais o quê. A coisa tá feia.



A propósito, acabo de ouvir o audiolivro Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas, obra do brilhante português José Saramago (1922-2010). Nesse livro que ele não concluiu, é abordada a questão das guerras desde o Neolítico, ou a Era do Metal.
O saque de Saramago foi genial. Ele, em leituras esparsas, questionou-se sobre a produção de armamentos que alimentam guerras em todo o planeta. Quem fabrica esses armamentos? Ele se perguntava, e por quê nunca há greves de funcionários que fabricam esses armamentos, era outra pergunta que ele se fazia o tempo todo. E foi quando, em 2009 ele iniciou aquele que seria o seu último trabalho literário.
O enredo de Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas gira em torno de um cidadão, Paz Semedo, funcionário antigo de uma empresa fabricante de armas, separado da mulher Felícia, uma pacifista renitente. É visível o conflito entre os dois. Saramago deixou apenas 3 capítulos escritos, mas são capítulos que mostram com clareza, o enredo imaginado, e iniciado portanto, pelo grande português autor de O Ano da Morte de Ricardo Reis e Ensaio Sobre a Cegueira.
Até o final do livro ele se imaginou, com a personagem Felícia, dando um Vá à Merda, dirigido a Paz (Sem Medo). Esse mundinho de berda vai um dia aos ares, numa explosão colossal. E o homo sapiens, vai virar o quê, Hein?


BRINCANDO COM A HISTÓRIA (55)






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