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domingo, 7 de agosto de 2016

FALTOU BAIÃO NO MARACANÃ

Os Jogos Olímpicos começaram ali pelos anos 800 a.C.
No começo, não eram tão espalhafatosos como o são hoje. E eram bons, principalmente por que não havia TV Globo e nem o chato de voz chata Galvão Bueno.
Na antiguidade, os jogos tinham por finalidade enaltecer e valorizar a força dos gregos.
Tudo começou em Olímpia, no ano de 776 a.C. com o domínio romano, as coisas ficaram ruins para os gregos.
Os jogos eram de cunho pagão.
O imperador romano Teodósio I, que de uma hora pra outra converteu-se ao Cristianismo, decidiu extinguir os Jogos. Isso no ano 993 d.C.
Cerca de 1500 anos depois de iniciados os Jogos Olímpicos, o barão de Coubertin (1863 - 1937), decidiu reascender a chama dos Jogos, isso em 1896, em Atenas.
O barão era francês, educador e historiador muito respeitado no seu tempo.
O barão, portanto, deu o pontapé aos jogos da Era Moderna.
Por razões até hoje ignoradas, as mulheres não participavam dos jogos da Antiguidade.
As mulheres só começariam a participar dos Jogos Olímpicos na virada dos 900.
Também demorou muito até que fossem criados os Jogos Paralímpicos.
As pessoas com deficiência visual, total ou quase total, passaram a disputar os jogos oficialmente em 1984, acho.
Em 1978, cegos de vários lugares do País participaram dos jogos estudantis, em Natal/RN, disputando o futebol; futebol dos cinco. Depois, em 1984, foi realizado o primeiro Mundial em São Paulo.
A presença de pessoas deficientes visuais nos Jogos Paralímpicos ocorreu em 1998, na Grécia.
Pessoalmente, acho de suma importância a realização desses jogos. Primeiro e principalmente porque reúne representantes de todos os países, incluindo os não reconhecidos pela ONU, como Vaticano, Palestina e poucos mais. É uma confraternização entre os povos. Ficamos sabendo, por exemplo, que o Brasil acaba de receber 207 representações estrangeiras. Detalhe: a ONU reconhece, oficialmente, apenas 193. 
Uma coisa, porém, não posso deixar de dizer: a sociedade em que vivemos é totalmente visual. Melhor: os poderosos que mandam. Na sociedade em que vivemos insistem em não reconhecer a existência de pessoas com deficiência física, visual ou mental. Quer dizer: grosso modo somos uma sociedade hipócrita, individualista... Uma sociedade que valoriza os seres "perfeitos". Quer dizer, somos ainda uma sociedade preconceituosa e aparentemente sem salvação. Doente.
O show de abertura dos Jogos Olímpicos, no Maracanã, dizem, foi liiiindo!
A televisão dos donos do poder não descreve os eventos para cegos.
Até onde ouvi, o espetáculo ganhou beleza com a participação do querido Paulinho da Viola. No mais a ver.
Musicalmente, o espetáculo ficou a dever. Não é o que as mídias estão dizendo por aí a fora. Foi uma salada de ritmos, mas não uma amostra real, que represente o nosso cancioneiro. E quem fez o repertório apresentado aos quatro cantos, sabe disso. Faltaram o baião, o forró, o xote, o arrasta pé, a marcha junina, que poderia ser uma reunião perfeita, mas faltou. E cadê o cantador repentista? Oliveira de Panelas, Ivanildo Vila Nova, Oliveira de Panelas, Valdir Teles. Lembraram, ainda bem, do mineiro Ary Barroso... 
Na batucada final, por ironia do destino, de um colapso, morreu em sua casa o mais importante cirurgião plástico do mundo, que era brasileiro, Ivo Pitangui.
Pois bem, a plástica das Olimpíadas 2016, me disseram que foi perfeita.
Ivo Pitangui passou a vida inteira fazendo plásticas perfeitas, mas ele não cuidava de conteúdo... E ele, na véspera, carregou a tocha Olímpica pelas ruas do Rio de Janeiro.




ENTREVISTA À TV VEJA:
No último dia 2, dos 27 anos de desaparecimento do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, dei entrevista ao jornalista Sérgio Martins, da TV Veja: http://veja.abril.com.br/tveja/veja-musica/luiz-gonzaga-e-a-criacao-da-identidade-nordestina/ .

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