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quinta-feira, 18 de junho de 2020

BRASIL SEM RUMO


Dormi pouco e chorei muito.
Não paro de pensar no meu País.
O Brasil começou a chorar desde a chagada dos primeiros invasores, a partir dos finais do século 15. Passou a piorar, a partir do começo do século seguinte.
Índios e negros são assassinados brutalmente desde sempre.
O Brasil foi tomado por muita gente de fora. Os primeiros foram os portugueses e depois todo mundo.
Os Estados Unidos da América, EUA, sempre fizeram conosco o que bem quiseram. Bem?
Os estados Unidos da América nunca fizeram bem ao Brasil.
É triste ver brasileiros eleitos por brasileiros destruindo o Brasil.
Morro de vergonha quando ouço notícia de Bolsonaro dengoso nos braços do Trump.
Tinha ele 28 anos de idade quando exibia a patente de tenente, no Exército.
Relatório do exército datado dos anos 80, dá conta da vida do então militar. Lá pras tantas é dito que ele era uma espécie de lunático, sem juízo, sem lógica e garimpeiro nas horas vagas. Segundo o relatório, o então tenente tinha “reflexos de imaturidade e exteriorização de ambições pessoais, baseadas em irrealidades, aspirações distanciadas do alcance daqueles que pretendem progredir na carreira pelo trabalho e dedicação”.
Diante disso, dá pra entender sua total irresponsabilidade na atuação da preservação das terras indígenas.


O que Bolsonaro e Trump têm feito sem que nós, pobres mortais, sabemos?
O Bolsonaro mentiu, hoje sabemos, para ganhar o voto dos unidos brasileiros. E continua mentindo. Essa é a sua prática mais comum. Dele e dos filhos. E dos seguidores perdidos, que não veem além dos olhos.
Nunca o Brasil esteve tão desgovernado, com um presidente ocupado o tempo todo em defender-se da Justiça pelos crimes cometidos.
Triste Brasil.
Ouço notícia no rádio e na TV dando conta do assassinato de um garoto negro de 14 anos numa favela do rio, há poucos dias. Tiro nas costas. E na sociedade.
Negros, índios e pobres são mortos pela força bruta da canalhas que vive do Poder.
Meu Deus, quando isso tudo vai acabar?
A manhã do dia 15 de novembro de 1889, o jornalista negro Zé do Patrocínio, cabeção brilhante, estava na Praça da Aclamação, no Campo de Santana, já sabendo do golpe que inauguraria a República.
Deodoro e seus pares derrubaram o imperador Pedro II.
O golpe foi patrocinado pelos poderosos da época, civis inclusive. Igualzinho como aconteceria em 1930 e em 1964.
No romance Esaú e Jacó (1904), de Machado de Assis, o leitor terá ideia do que aconteceu naquele dia pela boca do personagem Ayres.
Antes da República grandes homens negros apostaram na vida, entre os quais o próprio Machado, um discreto observador daqueles tempos.
Não podemos jamais esquecer de José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Luiz Gama, Cruz e Souza e tantos outros baluartes do cotidiano negro do século 19.
É claro que também não podemos esquecer do poeta baiano Castro Alves (1847-1871), autor da obra prima O Navio Negreiro (1880).
À época da Proclamação da República, cerca de 70% da população era de analfabetos.
Manipular essa população desse tipo é, certamente, a coisa mais fácil do mundo.
Temos um ministro da Educação com diploma não sei de quê, mais analfabeto nas questões humanas.
Há mais de mês o Brasil está sem ministro da Saúde.
O que dizer de um país que não dá bola à Educação e a Cultura?
O Ministério da Cultura foi extinto e no seu lugar ficou uma Secretaria, sem representante até agora.
As questões políticas, as questões econômicas e as questões sanitárias, todos os problemas te altíssimo grau, se sobrepõe a tudo, inclusive à pandemia provocado pelo Coronavírus que está desequilibrando o planeta.
Desde março estamos sendo vítimas de um inimigo invisível chamado Coronavírus. O Corona matou, até agora, 47 mil brasileiros e brasileiras de todas as idades e condições sociais.
Enquanto isso, o que faz o presidente Bolsonaro?
Do meu restrito entender, Bolsonaro é um vírus tão grave e violento quanto o Novo Coronavírus.
Que Deus tenha piedade de nós.

CASTELINHO: 100 ANOS

Ó o time: Machado de Assis (1839-1908), João do Rio (1881-1921) e Carlos Castelo Branco (1920-93).
Os três craques aí citados tinham em comum a inteligência, a sabedoria, respeito pelo próximo, a literatura e o Jornalismo.
Machado e João do Rio, de batismo João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, eram negros. Além de negro, Rio era um homossexual assumido. Queria seguir a carreira de embaixador, mas o preconceito do chefe do Itamarati à época (barão do Rio Branco) não permitiu.
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, como João do Rio. Logo cedo, aos 14 anos, Machado identificou-se com as letras e publicou o primeiro poema (Ela), na revista Marmota Fluminense. Enquanto seguia os estudos, tornou-se tipógrafo de jornal, e aos 21 anos iniciou a carreira de jornalista cobrindo o que sucedia no Senado. Podemos assim dizer, que ele foi o primeiro jornalista Parlamentar do País. Noutras palavras: colunista político.
Um século depois, em 1961, o jornalista piauiense de Teresina Carlos Castelo Branco, o Castelinho, virava assessor de imprensa do presidente mato-grossense Jânio da Silva Quadros. Sua passagem por esse setor, foi meteórica.
Castelinho deixou sua cidade em 1937 para cursar Direito em Minas Gerais. Ele mesmo bancou seus estudos, trabalhando como repórter do jornal O Estado de Minas. 1943 concluiu o curso e foi aventurar-se no Rio de Janeiro.
Se Machado de Assis foi o primeiro colunista político de jornal no País, João do rio foi o criador da figura do repórter.
João do Rio começou a carreira no jornal O Tribunal, em 1899. Nesse mesmo ano, a título de curiosidade, a maestrina Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935), a Chiquinha Gonzaga, inaugurava na música o gênero Marcha Carnavalesca (Ó, Abre Alas).
No livro a alma encantadora das ruas, publicado em 1907, João do Rio mergulha no mundo dos pobres desvalidos, marginais, bandidos e no society. Descreve noitadas da elite, rodas de batuque etc.
Naqueles inícios de século, do Rio descreve a figura por todos apreciada do palhaço, poeta, cantor, compositor negro Eduardo das Neves (1874-1919), que gravara com Bahiano (Manuel Pedro dos Santos; 1870-1944) a marcha de Chiquinha.
Dados biográficos à parte, os nomes aqui referidos foram de grande valia para o engrandecimento do Jornalismo.
Do século 20, Castelinho foi o colunista político mais respeitado entre colegas, leitores do Brasil. Sua famosa coluna (Coluna do Castello) surgiu nas páginas da tribuna de imprensa e migrou para o JB, onde foi publicada durante 31 anos.
Até os donos do Poder gostavam dele. Isso, porém, não impediu que fosse preso logo após a decretação do AI-5, em dezembro de 1968.
Machado e João do Rio nunca foram preso.
Além de jornalistas e escritores, Machado, João do Rio e Castelinho tinham em comum o fato de assumirem assentos na Academia Brasileira de Letras, ABL.
A ABL foi fundada por Machado de Assis, no dia 20 de julho de 1897.
Os três deixaram uma obra monumental.
Em 1989, a ABL publicou o livro “O Velho Senado”. Esse livro teve a apreciação de uma dezena de jornalistas e escritores analisando o pensamento político de Machado. Entre esses analistas, Castelinho.
Curiosidade: Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho.
João do Rio morreu no dia 23 de junho.
Castelinho nasceu no dia 25 de junho e morreu aos 72 anos, no dia da Imprensa, 1º de junho.

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