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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (157)

Marques Rebelo
A vida tem por costume nos surpreender de tudo quanto é jeito.

Uma Senhora é título de um conto do jornalista carioca Marques Rebelo (1907-1973). Nada a ver com Senhora, de José de Alencar. Rebelo conta o caso de uma mulher que passa o ano todo cuidando da casa, dos filhos e do marido. Seu prazer é desfilar no Carnaval.

Não são poucos os contos e romances que trazem o Carnaval como pano de fundo para personagens de todo tipo se movimentarem, tanto na avenida como nos bares e camas da vida. 

Há livros inteiros abordando a temática momesca. 

É do baiano Jorge Amado o livro O País do Carnaval. O título já diz tudo. E foi esse livro o primeiro da densa bibliografia de Amado. 

Carnaval é fantasia, brincadeira e coisas tais que podem nos remeter à série monumental de contos e causos que formam As Mil e Uma Noites.

Coisas das Arábias. 

Um Beijo no Deserto, que nada tem a ver com folia carnavalesca, traz uma história fantasiosa e mirabolante capaz de facilmente encantar o leitor ou leitora de qualquer idade.

Começa em Londres e tem desfecho fantástico lá pras bandas de Beirute. A protagonista, Christine, aceita o desafio para passar-se por uma princesa e como tal convence o sheik Abu Hamid a negociar com o irmão Charles e o amigo Michael, esse um conde que pretende realizar uma grande compra de cavalos árabes.

Quanto ao amigo do irmão Charles, esse termina por apaixonar-se por Christine. Os dois pombinhos não se aguentam e dão uma passadinha em Delfos, na Grécia… E mais não digo.

Barbara Cartland

A autora dessa história é Barbara Cartland.

Histórias do Oriente sempre mexeram com a cabeça de todo mundo, principalmente da molecadinha, dos jovens em formação. 

Quanto à molecada mais robusta o que mais encanta hoje tem a ver com histórias cujos roteiros são permeados por personagens vagando mundos desconhecidos, muito além desse nosso mundinho besta, esculhambado e sem futuro que estamos destruindo ao destruirmos o meio ambiente.

Há escritores de ficção científica, incluindo mulheres: Octavia Butler, Connie Willis e Carol Façanha.

A afro-norte-americana Octavia Butler (1947-2006) ficou conhecida pelos livros de ficção científica que escreveu.  No livro Kindred - Ligações de Sangue (1979), ela cria personagens que têm tudo a ver com o racismo ainda reinante no mundo todo.

A escritora Carol Façanha, doutora em Literatura Inglesa pela UFRJ, tem vários livros publicados, entre os quais Não Esqueça (2021). A história que insere nesse livro se passa numa imaginária São Paulo do futuro. A personagem principal, Pandora, enfrenta problemas de todos os tipos. Perde a memória e corre risco de morte.

Juízo Final (1992), de Connie Willis, é um mergulho no passado e no futuro. Vai até à Idade Média e num salto maior chega ao ano de 2050. A personagem Kivrin faz uma incrível viagem de pesquisa em campo colhendo informações sobre doenças que afetam e afetaram a humanidade, como a Peste Negra. Em Juízo Final, a protagonista corre um grande perigo.


Foto e ilustrações de Flor Maria e Anna da Hora

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