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segunda-feira, 4 de abril de 2022

LYGIA FAGUNDES TELLES, UMA MULHER DE FIBRA

"Me leiam, não me deixem morrer", pediu certa vez a escritora paulistana Lygia Fagundes Telles.
Lygia partiu pra uma viagem sem volta domingo ontem 3, faltando duas semanas e dois dias para completar 99 anos de idade. Foi uma mulher fantástica, incrível mesmo.
Em 1938, um ano depois de Vargas criar o famigerado Estado Novo (1937-1945), Lygia tinha 15 anos. E foi com essa idade que ela estreou no campo da literatura com o livro Porões e sobrados.
Ela deixou uma obra monumental, com cerca de 40 títulos, entre esses Ciranda de Pedra (1954) e As Meninas (1973).
As Meninas trata de uma história envolvendo três amigas: Lorena, Ana Clara e Lia. 
O enredo desse livro tem a ver com a ditadura que o Brasil viveu entre 1964 e 1985. É um livro que traz cenas chocantes, como prisão, tortura e morte de quem protestava contra o sistema militar da época. Virou filme em 1995.
Ciranda de Pedra teve adaptação pra novela da Globo, em 1981 e 2008.
Lygia Fagundes Telles foi uma mulher extremamente participativa e defensora dos direitos humanos. No começo dos anos de 1970, ano em que As Meninas foi publicado, Lygia esteve à frente de um movimento de intelectuais contra a censura. Deu reboliço.
A autora de As Meninas viveu a vida na plenitude, sem jamais render-se à covardia de poderosos.
A sua obra deveria estar sendo estudada nas escolas.
Em 2016, Lygia Fagundes Telles teve o nome indicado ao Nobel de Literatura. 
Que Deus a tenha.


HORRORES DA DITADURA

Um dos filhotes do presidente Bolsonaro, Eduardo, voltou a achincalhar o Brasil e brasileiros de bem, como a jornalista Miriam Leitão.
Miriam foi presa e torturada por agentes da ditadura militar, naqueles anos de chumbo. Estava grávida e depois de levar socos e pontapés, foi obrigada a despir-se e assim ficar durante horas com os torturadores. Depois disso, Miriam ficou presa num compartimento do Exército tendo por "companhia" uma jiboia. Tudo às escuras. Foi um terror e hoje Eduardo, que é deputado federal por São Paulo, diz na sua rede social ter tido pena da cobra. Esse deputado fere quaisquer normas de cidadania. É um beócio, pra dizer o mínimo.

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