Eu tinha um amigo chamado José Ramos Tinhorão (1928-2021). Esse Zé, de uma inteligência analítica fora do comum, via na vida brasileira o fazer da arte popular.
Esse Zé era jornalista e cheio de onda. Provocava.
Eram poucas as pessoas que ele admirava trocando ideias.
Esse Zé levava porrada de tudo quanto era artista da música popular.
Uma vez eu disse pra ele, Zé, que na nossa música popular há e sempre haverá grandes e anônimos artistas perdidos nas esquinas da vida.
E aí eu disse que gostava muito de um cabra chamado Nelson Cavaquinho.
Foi de repente, que vi pela primeira vez uma pessoa arregalando os olhos pra mim. Surpresa.
Pois é, essa surpresa era Zé: José Ramos Tinhorão.
Tinhorão era um cara completamente apaixonado por Nelson Cavaquinho.
Eu disse com-ple-ta-men-te...
Por que estou falando disso agora?
É que Magrão, um queridíssimo amigo telefonou perguntando se eu gostava do Nelson Cavaquinho.
Pois é, eu conheci de perto Nelson Cavaquinho. Bebemos juntos um conhaquinho e um uisquinho. De lado, ao nosso lado, meu querido Fernando Coelho.
O resto é história.
Nelson nasceu no dia 29 de outubro de 1911.
Um dos grandes amigos do Nelson foi Cartola, que nasceu no dia 11 de outubro de 1908.
Em 1908 partiu para a eternidade o grande Machado de Assis.