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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

MESTRES DE FEVEREIRO: MARTINHO DA VILA, OSVALDINHO DA CUÍCA...

Meu amigo, minha amiga, você já ouviu falar de Américo Jacomino?
Martinho, Osvaldinho e Dominguinhos.
Dos três, José Domingos de Moraes é o mais novo. Já está no céu tocando sanfona pra Deus e seu filho Cristo e todo mundo que gosta de alegria e ama. Deixou uma obra incrível, iniciada em 1964 com a gravação do LP Fim de Festa (Cantagalo; Direção de Pedro Sertanejo).
Martinho José Ferreira, da Vila, é o mais velho, nascido em 1938.
Osvaldo Barro, o Osvaldinho da Cuíca, nascido em 1940, acaba de trocar a Capital paulista por Atibaia, SP, lugar onde viveram seus últimos dias Noite Ilustrada (Mário de Souza Marques Filho; 1928-2003) e Sílvio Caldas (1908-1998). Começou a gravar discos pela extinta Marcus Pereira, nos anos 70.
Osvaldinho tem uma obra fenomenal e fundamental para que o Brasil seja melhor visto através da música, naturalmente.
No decorrer de todos os anos que até aqui tem vivido, Osvaldinho acompanhou Adoniram Barbosa, Nelson Gonçalves, Ângela Maria, Ismael Silva, Nelson Cavaquinho, Cartola, Zé Keti, Nelson Sargento, Elton Medeiros, Clementina de Jesus, Beth Carvalho, Toquinho e Vinícius de Moraes, Paulinho da Viola, Martinho da Vila…
A história de Osvaldinho da Cuíca, como a história de Martinho da Vila e Dominguinhos, não cabe neste espaço. É grande demais.
Os três artistas aqui lembrados nasceram no mesmo dia e mês: 12 de fevereiro.
Um testemunho: vivi de perto com Dominguinhos (1941-2013), que chegou a prefaciar um livro meu (Eu Vou Contar pra Vocês; Ed. Ícone, 1990) e a gravar uma música que fiz em parceria com Gereba, Hino ao Céu. Ouça: 

Pra Osvaldinho compus Batuque pra Cuíca, este:

Em São Paulo tem batuque
Digo e provo, sim senhor!
E muita gente bonita,
Demonstrando seu valor

Osvaldinho da Cuíca
Do pandeiro e do tambor
É um grande ritmista
Do batuque, professor!

Mas pra ele tanto faz
O pandeiro ou o tambor
Importante no batuque
É o que vem da sua cor

O batuque vem de longe
Vem da alma, vem da dor
Vem dos olhos, vem das mãos
E dos pés do dançador

Todo mundo bate palmas
Pra quem é batucador
Quem batuca também dança
Ao som livre do tambor

Osvaldinho da Cuíca
Também é batucador
Ele toca ele encanta
Abraçado a bom tambor

Osvaldinho da Cuíca
Do batuque é professor…

Sobre Martinho e Dominguinhos, mais Osvaldinho, já escrevi tanta coisa e temendo repetir, sugiro que vocês acessem os links: OSVALDINHO DA CUÍCA, 80JOSÉ DOMINGOS DE MORAES, 70. VIVA!O HISTÓRICO DIA DO FICO
Martinho da Vila vocês vão encontrar no programa São Paulo Capital Nordeste. Aqui: SÃO PAULO CAPITAL NORDESTE, parte 4
Ia-me esquecendo: Américo Jacomino foi um violonista nascido em São Paulo no dia 12 de fevereiro de 1889. Era canhoto. E por ser canhoto ganhou o apelido “Canhoto”. Gravou o primeiro disco em 1912. O tempo foi correndo e ele encantando quem o ouvia. Morreu em 1928. A sua obra é fabulosa. Dela consta
Abismo de Rosas. Ouça: ABISMO DE ROSAS, por Canhoto

CARMÉLIA DE BAIÃO TAMBÉM ERA DO FREVO

Você já ouviu falar de Carmélia Alves?
Carmélia Alves era uma mulher arretada, filha de cearense com carioca. Cheia de graça. Risonha o tempo todo. Cativante.
Muita gente pensa que Carmélia era nordestina. Pois é, não era não.
Carmélia nasceu em 1923, no Rio de Janeiro.
Era uma grande intérprete, composição não era com ela. Mas ela sabia distinguir o bom do não bom. E foi assim que ela conheceu Luiz Gonzaga e suas músicas e seus parceiros, como Zé Dantas e Humberto Teixeira.
Virou Rainha do Baião, com coroa e tudo posta na sua cabeça pelo, rei Luiz Gonzaga.
Carmélia foi minha amiga. Ela vinha a minha casa e eu à casa dela, em Teresópolis, RJ.
Carmélia Alves começou a carreira imitando Carmen Miranda (1909-1955).
O primeiro disco de Carmélia, um 78RPM, foi gravado de modo independente na RCA. Final dos 40. Nelson Gonçalves e outros bambas participaram do coro.
De voz possante, ela gravou de um tudo. Até música de Carnaval. Ouça:


FOME COM VONTADE DE COMER. EITA!

Sarcástica, com sorriso no canto da boca, Anninha da Hora pergunta sobre a possibilidade de Bolsonaro se reeleger nas próximas eleições. Hummm dois mil e vinte e dois está ai, batendo à porta. 
Nesta semana que termina, muitas incógnitas surgiram no mundo político. De repentemente. 
Começou com o imbróglio na Câmara e no Senado que resultou no quebra pau entre ACM Neto e Rodrigo Maia.
Maia é, até o momento, do DEM. 
ACM Neto é o presidente do DEM, ex-prefeito de Salvador e herdeiro político de Antônio Carlos Magalhães, o Toninho Malvadeza. Uma raposa.
Esse quebra pau acabou ressoando no MDB e no PSDB. 
O MDB abandonou a candidatura da senadora Simone Tebet à presidência do Senado para apoiar de corpo inteiro o candidato de Bolsonaro, Rodrigo Pacheco (DEM). 
Na Câmara, quase todos os partidos de esquerda, centro e centro-esquerda apoiaram o candidato de Bolsonaro, Arthur Lira.
E o causo não parou ai, pois o governador psdebista João Doria enfureceu-se. Ora pois, como pode, hein, hein?
E foi fundo: gritou pela expulsão do deputado Aécio Neves, que desde que foi pego com a mão na cumbuca anda escondido na moita. 
E a coisa não parou ai.
Fulo da vida com ACM Neto, Rodrigo Maia ameaçou deixar o DEM. Dito isso, rapidamente Dória chamou Maia pra engrossar as fileiras do seu partido. Detalhe: o convite a Maia caberia fazer o presidente do PSDB, Bruno Araújo.
Dória é candidato declarado à sucessão de Bolsonaro. Daí o rolo.
Cuidemo-nos.
E o pau continua a cantar na ribalta política. 
E quem ganha com isso? Claro, Bolsonaro. 
Se os partidos de esquerda não se juntarem, Bolsonaro papará as próximas eleições. 
Ah sim: puta velha, Lula mandou Haddad botar o bloco na rua. Ai, ai, ai...
Comentário da Anninha: "Poxa, eu não tinha pensado nisso". 
E ainda tem a pandemia da Covid-19 que exige do governo federal que se dê o mínimo de grana (auxílio emergêncial) para o pobre viver: é a fome com vontade de comer. 

É CARNAVAL. E AS MARCHINHAS?

A primeira marchinha de carnaval foi composta em 1899 pela carioca Chiquinha Gonzaga (1847 - 1935), você sabia disso? Leia: https://assisangelo.blogspot.com/2010/02/chiquinha-gonzaga-em-revista-no-sesc_6665.html
Chiquinha esteve muitos anos a frente do seu tempo. Muitos carnavais se passaram desde que ela compôs Ó Abre Alas. 
A marchinha de Chiquinha pode ser classificada como marcha rancho. 
A última grande marcha rancho foi máscara Negra, de Zé Keti. 
Antes de Zé Keti, inúmeros compositores se aventuraram nesse gênero. Um deles foi José Roberto Kelli, que emplacou na história do carnaval Cabeleira do Zezé (abaixo). 
Os carnavais marcaram a vida de muita gente boa no Brasil. Sem saudosismo, é possível dizer que nos tempos de ontem as letras das marchinhas tinham um sabor mais gostoso do que as "marchas" improvisadas. Aliás, já não há mais espaço para marchinhas. Pena. 


HISTÓRIA DA CABELEIRA

Conta-se que o autor de Cabeleira do Zezé estava de olho na namorada de um cara que ele bebericava à mesa de um bar. O cara era, digamos, pra frentex. Cabeludo e tal. Cheio de graça. E o compositor na dele... Olha a cabeleira do Zezé... Enquanto ele improvisava a letra que se tornaria sucesso nos fins do 60, a namoradinha do cara pra frentex caia na risada. O final dessa história eu não sei, a não ser que a marchinha virou um tremendo sucesso. 

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