Fazia artes plásticas na Divisão de Extensão Artística da Universidade Federal da Paraíba.
Professores meus eram vários.
João Câmara Filho, um deles.
Raul Córdula, outro.
Celene Sitônio, também.
Brennand era visitante.
Foi por essa época que conheci Brennand e a sede da sua usina de criação em Recife.
Fui lá pelas mãos de Câmara Filho.
Era um espaço incrível e como tal, até onde me dizem, continua sendo.
De abestalhar qualquer vivente com um mínimo de sensibilidade.
Por essa época, eu assinava como Di Angelus as bobagens que inventava de pintar em tela sobre óleo. Câmara achava que eu tinha futuro como pintor, e até escreveu isso numa coluna semanal que tinha no Diário de Pernambuco.
Sim, e por momentos cheguei a acreditar nisso, tanto que expus por aí a fora, em individuais e coletivas.
Até em Connecticut, EUA.
E também na Bienal de São Paulo.
E ontem à noite eu compareci a abertura da Bienal de São Paulo, na sua 30ª edição.
Representantes de muitos países estavam presentes, mostrando uma enormidade de bobagens como aquelas que eu fazia no começinho dos anos 1970.
Até um monte de terra vermelha, na forma de cone, lá estava desafiando a minha sensibilidade.
Muito nó em pingo d´água.
A única coisa que despertou os meus neurônios adormecidos foi a exposta pelo Bispo do Rosário, reconhecidamente um louco de camisa de força.
O que ele nos legou é para pensar.
O resto, lá, é dispensável totalmente.
Amigos à volta de mim me pedem calma, paciência, que arte contemporânea é isso mesmo.
Ou seja: nada.
Eu, hein, pulei fora das cores e pincéis.
E viva Miguel dos Santos!
Vocês conhecem Miguel dos Santos e a sua obra?
Foi meu colega de sonhos na Divisão.
E ele, sim, é artista.
Na foto que ilustra esta postagem, uma criação do Bispo.
INSTITUTO HISTÓRICO DE SP
Amanhã 7, a partir das 15 horas, haverá uma intensa programação cultural no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Fica na Benjamin Constant, ali no centro da cidade. Vamos lá?