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domingo, 3 de junho de 2018

PRIMEIRO DOMINGO SEM AUDÁLIO



Este é o primeiro domingo sem a presença térrea do cavaleiro andante de Tanque D'Arca, Audálio Dantas. É um domingo triste, meio feioso.
Audálio foi um baluarte, um ser briguento, uma pessoa que não conseguia ficar indiferente diante das injustiças, da opressão praticada pelos poderosos de plantão.
O desenho acima, da querida Laerte, ao lado de quem por  anos trabalhei na Folha, Folhetim, resume a grandeza de Audálio. Quer dizer, diz tudo o que nem conseguimos dizer.
Outro grande artista, o poeta Marco Haurélio, também externa num soneto (Guerreiro Sereno) o sentimento que todos nós alimentamos por Audálio. Leiam:

GUERREIRO SERENO

Foi Audálio Dantas, guerreiro sereno,
Dotado de rara sensibilidade,
Repórter que sempre buscou a verdade,
Senhor de si mesmo, altivo e tão pleno.

Em tempos sombrios, sempre em tom ameno,
Falava de um mundo com mais liberdade,
Foi sopro da brisa contra a tempestade
E fez da decência seu firme terreno.

Audaz cavaleiro das lutas inglórias,
Depois registradas nas muitas memórias
De vozes e letras, de livros e gentes...

Amigo querido, que a tua coragem,
Guiando-te agora na Terceira Margem,
Esparja nas almas dos justos sementes


O jornalista José Hamilton Ribeiro, um dos mais completos do País, gerou um texto excepcional sobre o bom , velho e terno Audálio Dantas. Esse texto, que releio emocionado, é para ser impresso, emoldurado e fixado no ponto mais visível do nosso coração. Confiram no link, clique:

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/06/audalio-dantas-era-reporter-aliado-dos-fracos.shtml

Para encerrar, Audálio por Audálio, no discurso pronunciado na Igreja da Sé de São Paulo, durante o ato ecumênico em memória de Vlado Herzog. Clique:


Abaixo a transcrição do discurso de Audálio na Sé:
"Em nome do Deus-Homem, nós pedimos paz. Nós desejamos a paz! Nós desejamos a paz! A paz que é uma necessidade do homem!
Nós pedimos em nome da consciência, neste momento de dor para todos nós, não só os jornalistas, mas a todos os nossos irmãos de todas as crenças religiosas, eu quero fazer um apelo, uma de todas as crenças religiosas, eu quero fazer um apelo, uma última homenagem, ao nosso irmão morto, ao homem morto, ao Deus-homem morto, ao Deus que está em todos os homens. Em silêncio saiamos daqui, deste templo, sob o qual se reúnem todas as crenças. Saiamos em silêncio e aguardemos o caminho da paz!"






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