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sexta-feira, 31 de julho de 2020

CASCUDO PEGA A ESPANHOLA (2)


A Gripe Espanhola alastrou-se pelo mundo a partir dos Estados Unidos, no começo de 1918.
Essa gripe ficou conhecida por Gripe Espanhola por ter sido divulgada pelos jornais da Espanha, já que os jornais dos países envolvidos na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), não o faziam. Censura pura.
Os Estados Unidos da América, EUA, país de que tanto gosta o Presidente Cloroquina, um dia foi colônia do Reino Unido, que é formado por Irlanda do Norte, País de Gales, Escócia e Inglaterra.
Os EUA separaram-se do Reino Unido após uma guerra que começou em 1775 e findou oito anos depois.
A moeda do Reino Unido é a Libra Esterlina, criado em 1561.
É a moeda mais valorizada do mundo, até hoje.
A segunda moeda mais valorizada do mundo é o Euro, criada em 1998 e adotada por 19 dos 27 países que formam o bloco europeu, quer dizer, da chamada zona do Euro.
E o dólar, hein?
É como eu disse: era muito bom conversar com o mestre Luís da Câmara Cascudo. Foi não foi, lá estava eu batendo a sua porta para um dedo de prosa.
Sei não, mas acho que os passarinhos da casa do mestre adoravam minha presença. 
Na sua casa da rua Junqueira Aires, hoje Câmara Cascudo, em Natal, RN, Luís da Câmara Cascudo recebia gente de toda profissão, incluindo deputados, senadores, ministros e até presidentes da República, como João Figueiredo (1918-99).
A todos tratava muito bem.

Uma vez, ele me disse que quando morresse viraria estampa de papel moeda. Não deu outra.
Em março de 1990, Cascudo enfeitou com sua cara redonda a nota de 50.000 cruzeiros. Essa nota circulou durante três anos. Pouco antes de sair de circulação, a inflação no País batia recorde: 2700%.
O real foi a moeda salvadora da Pátria, que deu equilíbrio nas contas nacionais.
Antes do real, o Brasil adotou oito moedas.
Antes da Independência em 1822, circulava nas províncias a Pataca e o Patacão.
O Réis, a moeda que mais durou em circulação, foi substituída em 1942 pelo Cruzeiro.
A importância de Luís da Câmara Cascudo não se mede com palavras, nem com régua.
Na cidade em que nasceu, há inúmeras ruas e avenidas, praças, escolas, com o nome dele.
Cascudo é tão valoroso quanto a libra Esterlina, o Euro, o Dólar e por quantas moedas existem ou venham a existir mundo afora.
A propósito: o Dólar, foi criado em 1786, inspirado na Libra Esterlina. Pra lembrar Cascudo, clique: 






IIIH! DEU MOFO NO PULMÃO, COLEGA...

França e Alemanha tem seus dicionários do palavrão. O Brasil, também.
O Dicionário de Palavrão e Termos Afins, do pernambucano Mário Souto Maior (1920 - 2001), registra cerca de três mil expressões chulas ou mais ou menos chulas.
Entre o amontoado de palavras colhidas por Souto Maior não se acha porém o maior palavrão de nossa língua.
Meu amigo, minha amiga, você sabe qual é o maior palavrão da nossa língua? 
Não, não é inconstitucionalissimamente.
O maior palavrão registrado pelo filólogo Antonio Houaiss (1915 - 1999) é pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico. 
Houaiss e outros dicionaristas também ditam a menor palavra. Começa com C.
As palavras ganham novas formas e significados a cada geração. 
Houve um tempo que foder era um palavrão. E vejam vocês, tem só duas sílabas. 
É um palavrão quando alguém diz: "fulano se fudeu"? Não, né?
Quando essa frase é dita, significa simplesmente que o sujeito em questão ganhou um belo problema pra resolver na vida.  
O Brasil, num passado remotíssimo, teve vulcões. Hoje já não os há mais, porém pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico tem a ver com o cara intoxicado por poeira de vulcão, daí esse palavrãozão. 
Ontem o Presidente Cloroquina disse que está sarado da Covid-19, mas seus pulmões estão mofados pelos vinte dias que permaneceu no bem bom do seu Palácio, pago pela grana de impostos do povo brasileiro. Ele disse: "peguei mofo no pulmão". E aí lembrei, de repente, do bom baiano Dorival Caymmi (1914 -2008).
Em 1957, Caymmi lançou a joinha musical intitulada Fiz uma Viagem. Essa música termina com "deu mofo na farinha".
Na versão do violeiro Renato Braz ficou assim, escutem: 


quinta-feira, 30 de julho de 2020

CASCUDO PEGA A ESPANHOLA (1)

Dois meses antes de completar 20 anos de idades, em 1918, Luís da Câmara Cascudo pegou a Gripe Espanhola.
O pai de Cascudo, Francisco Justino (1863-1935), também pegou a Espanhola.
Pai e filho, portanto, escaparam da praga que matou muitos milhões de pessoas na Europa e no resto do mundo.
No Brasil, a Espanhola matou pelo menos 35 mil pessoas.
Como hoje, o Governo Federal nada fez. Até porque ainda não existia Ministério da Saúde.
No livro História da Cidade de Natal, de 1947, Luís da Câmara Cascudo conta que registros da época indicavam que a praga, denominada Gripe Espanhola, matou no Rio Grande do Norte pouco mais de mil pessoas. Isso mostra o seguinte: que as autoridades de plantão já procuravam esconder a realidade escrachada pela Espanhola. I-gual-zi-nho como hoje.
O Presidente Cloroquina tentou também fazer isso, esconder dos brasileiros a desgraça que está matando brasileiros. Isto é, a COVID-19.
Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) foi jornalista, advogado, etnólogo e tudo o mais.
Cascudo foi incrível!
Cascudo escreveu até poesia, você sabia? Ouça: 



Luís da Câmara Cascudo morreu em Natal, RN, sua terra, no dia 30 de julho.
No correr de sua vida Cascudo publicou cerca de 150 livros. Foi o mais importante estudioso da cultura popular brasileira.
Eu adorava conversar com Luís Câmara Cascudo.
Um dia Cascudo me disse que quando morresse viraria cédula, moeda. Falarei disso amanhã.

DEPOIS DA LUA, O HOMEM QUER MARTE

Um barato!
Acabo de ouvir na plim plim notícia segunda qual árabes mandaram a pouco uma geringonça até Marte, chamado por todos, e há muito, de “Planeta Vermelho”.
Os gringos do Norte, também acabam de mandar máquina parecida com as dos árabes até o distantíssimo Marte.
É um barato ou não é?
Em julho de 1969, os gringos do Norte representados por Armstrong, Aldrin e Collins, pisaram pela primeira vez na Lua. Pisaram não, violentaram a Lua. Com isso, os românticos ficamos todos tristes.
Antes disso tudo, os antigos soviéticos fizeram Gagarin (1934-68) rodar até se cansar na órbita da Terra.
A ousadia dos gringos europeus inspiraram filmes engraçados no Brasil.
Ah! Você lembra meu amigo, minha amiga, a jóinha musical que a nossa querida Elis gravou sobre Marte? Clique: 


VIVA SÉRGIO RICARDO!



Sérgio Ricardo foi um puta artista.
Em outras palavras: o paulista de Marília, Sérgio Ricardo, desaparecido há sete dias, foi uma pessoa incrível. Era acessível, ouvia a todos com calma. Quer dizer, aprendia e ensinava.
Sérgio expressava pensamentos com a maior naturalidade do mundo.
Quem conheceu Sérgio Ricardo, sabe que foi um puta cara.
Uma vez o convidei para participar de um projeto sobre os nervosos anos 1960, com exposição e tudo.
Eu o levei a Fortaleza, junto com o compositor e violonista Théo de Barros e o jornalista Zé Hamilton
Ribeiro. Esses três caras produziram uma história fantástica, cada qual a seu modo.
Sérgio compôs a música-tema da trilha do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, em 20 minutos. Talvez 30. Foi o que me disse. E acreditei.
Théo é coautor de Disparada, com Vandré. Sua obra é pequena, porém intensa.
Zé, autor de quase duas dezenas de livros, foi o único jornalista brasileiro a cobrir a guerra do Vietnã, em 1968.
Um dia Sérgio perguntou o que eu pensava sobre sua atitude de quebrar o violão no palco e atirar os restos à plateia delirante que o vaiava.
Eu disse que no lugar dele faria o mesmo. Disse também que homem que é homem, não é barata, não é rato, não é inseto. E que falaria sobre o assunto quantas vezes fosse preciso. Olhou-me nos olhos e disse:
− Você tem razão, Assis. Irritei-me muitas vezes quando me perguntavam sobre aquele ato. Isso que você diz é correto, me deixa mais aliviado.
Na hora da nossa apresentação num espaço do BNB, em Fortaleza, comecei nossa conversa perguntando exatamente sobre a fatídica noite do festival em que ele quebrou o violão. Olhou pra mim e riu, assim de modo meio cúmplice.
Sérgio escreveu um ótimo livro sobre essa história. Nesse livro, Quem Quebrou Meu Violão (Editora Record, 1991, 288 páginas), além de lembrar em detalhes o episódio, ele conta os encontros que teve com o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).
O motivo da vaia foi o samba Beto Bom de Bola, que a plateia sequer deixava que ele cantasse. Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=I81WNRdYsoM&feature=youtu.be
Anos depois, audaciosamente gravou em disco a música que a plateia sem cabeça criticava. Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=bodRpC6rxdE&feature=youtu.be
Bom apreciador de emboladas nordestinas e poemas de cordel, neles Sérgio se inspirou para musicar Estória de João-Joana, de Drummond, em 1985, com orquestração de Radamés e regência de Alexandre Gnattali.
Quer conhecer melhor essa figura incrível que foi Sérgio Ricardo? Clique: https://assisangelo.blogspot.com/2020/07/brasil-mais-pobre-sem-sergio-ricardo.html
No acervo de onde se está a sede eternamente provisória do Instituto Memória Brasil (IMB) é possível encontrar quase tudo que o artista Sérgio Ricardo produziu.
Quer conhecer mais? Acompanhe a entrevista que fiz com ele, em São Paulo.




quarta-feira, 29 de julho de 2020

PRESIDENTE PEGA CARONA NO TIMÃO


Assis e Sócrates discutindo sobre a Democracia Corintiana, no Parque São Jorge
No dia que o número de mortos provocados pela Covid-19 passa dos 90 mil no Brasil, o presidente Cloroquina veste a camisa do Corinthians três dias depois da vitória contra o Oeste por 2 x 0, num campo de Barueri.
O detalhe é que o presidente não é Corintiano, mas veste qualquer camisa para aparecer bem na fita diante dos seus seguidores. Ele vestiu a camisa do Timão, junto com o ex-jogador Marcelinho Carioca. Isso foi há poucas horas, em Brasília. 
O Corinthians é, tradicionalmente, um time de respeito.
A história do Timão começou em 1910, com operários do Bom Retiro.
Nos momentos mais difíceis do País, o
Corinthians e sua torcida costumam se manifestar a favor do ir e vir, do livre pensar, da Democracia.
Nos anos 80, Casa Grande, Sócrates (foto acima) e outros grandes craques da época criaram  a histórica Democracia Corintiana. Mas é sabido que déspotas faturam em cima do futebol. Sempre foi assim.
Quer saber mais? Leia o livro, A Presença do Futebol na Música Brasileira, que escrevi em 2006 (capa ao lado). 


O CANGAÇO CONTINUA...

O cangaceiro mais novo do bando de Lampião tinha por nome Francisco dos Santos, mais conhecido pelo apelido de Volta Seca.
Volta Seca era sergipano de Itabaiana e entrou no cangaço pelas mãos de Cristino Gomes da Silva Cleto, o Corisco, quando tinha 11 anos de idade.
Corisco foi um cangaceiro que, durante dois anos, fez e desfez para vingar a morte do compadre Lampião, de batismo Virgulino Ferreira da Silva.
Virgulino e seu bando foram surpreendidos na manhã do dia 28 de julho de 1938, na localidade denominada Grota do Angico, SE. Ele, Maria Bonita e mais nove cangaceiros tombaram pelas balas da volante comandada pelo tenente João Bezerra (1898-1970).
Corisco era de uma cidadezinha chamada Água Branca, AL.
Corisco morreu quando tinha 32 anos de idade e seu compadre Lampião 40.
Na trilha do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, do baiano Glauber Rocha, Corisco aparece na voz do paulista, de Marília, Sérgio Ricardo. Ouça: https://youtu.be/pc5BZ6wgis8
De modo mais lírico, onírico, eu e Zé Ramalho interpretamos uma beleza de poema do paraibano José Nêumanne, intitulada Desafio de Viola Repentina e Guitarra Cética, num CD lançado no ano de 2002 (selo El Dorado). Ouça: 


A história do cangaço, é a história do Brasil.
O cangaço começa com os bandeirantes paulistas.
O cangaço e cangaceiro como tal conhecemos, são termos inseridos na língua portuguesa em fins da primeira parte do século 19.
Maria Bonita, mulher de Lampião, ganhou esse nome no Rio de Janeiro. Clique: http://assisangelo.blogspot.com/2019/07/maria-bonita-e-uma-criacao-de.html
Lampião foi integrante de um ninho de nove irmãos.
Maria bonita foi integrante de um ninho de 11 irmãos.
Corisco perdeu-se na vida, na adolescência, após matar quem não devia. Feito isso, correu e caiu no braços de Lampião. Era forte e elástico, capaz de atirar numa estrela e por ela morrer.
No passado cangaceiro de chapéu de coro e gibão os meninos tinham como ídolo Lampião, algo parecido com o que ocorre hoje nos morros cariocas e em Brasília.
Os meninos da periferia brasileira viram “aviãozinhos” dos traficantes armados de balas até os dentes. As meninas, por sua vez como Maria Bonita, se atiram apaixonadas ao colo de bandoleiros, como Lampião.
O cangaço de ontem, continua. Clique: https://youtu.be/-Tphzj8Vivc

terça-feira, 28 de julho de 2020

HÁ 82 ANOS MORRIA LAMPIÃO



Deputados constituintes, de 1934, consideravam Lampião e o seu bando verdadeiros vírus, um perigo real para o povo nordestino.
Por pouco, Lampião e o cangaço, não foram constitucionalizados na carta de 1934.
O deputado paulista Antonio Covello chegou a ironizar a situação, comparando Lampião a Deus.
No decorrer dos debates, o deputado paulista Francisco Rocha, disse, que o remédio para Lampião e o cangaço seria social e não policial, como queria Covello.
À época, as polícias estaduais não tinham o poder de ultrapassar fronteiras pra pegar lampião. Essa questão, porém, foi resolvida pelo presidente Getúlio Vargas. Que foi aí que Lampião se deu mal. Leia: https://assisangelo.blogspot.com/2014/07/lampiao-personagem-da-mpb.html
Lampião foi o cangaceiro mais famoso, dentre todos.
O primeiro cangaceiro de fama foi o pernambucano José Gomes, O Cabeleira, nascido em 1751. Ele era pernambucano, como Antônio Silvino, e o próprio Lampião. Jesuíno Brilhante e Sinhô Pereira antecederam Lampião e também se tornaram legenda, no Nordeste.
O escritor cearense Franklin Távora (1842 - 1888) escreveu o primeiro livro sobre o tema, biografando aquele que foi o primeiro cangaceiro: José Gomes. Leia: https://assisangelo.blogspot.com/2018/09/a-historia-no-romance-brasileiro.html
O tema cangaço é um tema excitante. E tem a ver ainda com a realidade brasileira.
Lampião e o seu bando foram eternizados na literatura de cordel, na música, no teatro, tv e cinema. Agora mesmo, por exemplo, o compositor e instrumentista paraibano Vital Farias, acaba de apresentar ao público sua nova obra: O Auto de Lampião. Confira:




segunda-feira, 27 de julho de 2020

JOSÉ DA COSTA LEITE, 93 ANOS


Quando José da Costa Leite nasceu, Sapé tinha dois anos.
Sapé é um município da Paraíba localizado a 55 quilômetros da Capital.
José, um dos quatro filhos de seu Paulino e Dona Maria, nasceu no dia 27 de julho de 1927. Está forte e serelepe, produzindo como nunca.  
A atividade principal de José da Costa Leite é a poesia de cordel, que publica desde 1949.
Nunca contou, mas é certo que já publicou centenas de folhetos. Talvez até mais de mil.
Esse José nunca sentou-se num banco escolar. Aprendeu a ler e a escrever por intuição: identificando letras e palavras e juntando palavras para formar a poesia que brota da sua memória como as flores brotam do chão. 
José da Costa Leite perdeu o pai em 1935 e a mãe, em 1947. 
Seu Paulino morreu a tiros após reagir a um assalto. 
A vida dura nunca intimidou esse poeta. 
José da Costa Leite é uma legenda da literatura popular brasileira. Um mestre. E hoje em sua casa, em Condado, PE, recebeu amigos e fez a festa simples como ele para brindar mais um aniversário:
seus 93 anos de idade.






domingo, 26 de julho de 2020

HÁ 90 ANOS JOÃO PESSOA ERA MORTO

Oficialmente, suicidou-se numa cadeia de Recife, PE.
Em 1935, às 17h, um touro pegou o toureiro Ignacio Sanches Megía.
Em 1930, às 17h30min, três balas pegaram o Governador da Paraíba, João Pessoa.
O rolo na Paraíba começou no dia da posse de João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, no dia 29 de julho de 1929. Em 29, o mundo entrava em depressão com a queda da Bolsa de Valores de Nova York.
Ao virar governador por obra e graça do primo Epitácio, à época presidente da República, João Pessoa encontrou o Estado quebrado e decidiu fazer uma Reforma Tributária.
Os coronéis enlouqueceram. Um deles, José Pereira Lima, virou líder. Armado até os dentes, botou pra quebrar e logo transformou o município paraibano de Princesa num território livre, por não reconhecer o governo recém empossado.
Encurtando a história: pego de surpresa numa confeitaria da capital pernambucana, Pessoa tombou instantaneamente atingido pela fúria e pelas balas de advogado João Duarte Dantas, correligionário do ex-governador João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna (1924-29).
João Suassuna era paraibano de Catolé do Rocha. Figura de grande influência na política era pai do escritor Ariano Suassuna.
Ariano chorou a morte do pai no correr de toda sua vida.
Após disparar contra João Pessoa, João Dantas foi preso na hora. Isso, no dia 26 de julho de 1930.
A situação de violência que vivia Princesa, estancou.
Estancou, aspas.
Ao tomar conhecimento da morte de João Pessoa, Pereira Lima rapidamente concluiu que tudo acabara.
A briga que Pereira Lima mantinha contra João Pessoa não tinha por fim a sua morte.E logo depois fugiu, temendo ser morto pelos correligionários do governador assassinado.
A história é longa.
João Suassuna foi acusado de mandante do crime. Foi defender-se no Rio de Janeiro e lá assassinado por um pistoleiro de aluguel, identificado como Miguel Alves.
No dia 4 de setembro de 1930, João Pessoa virou nome da  Capital Paraibana. Antes era Parahyba do Norte. Nesse mesmo ano o cantor Francisco Alves Gravou Hino a João Pessoa, de Eduardo Solto e Osvaldo Santiago.
Essa música fez um sucesso estrondoso. João Duarte Dantas foi encontrado morto na cela onde foi posto.
A versão de suicídio foi desmantelada pelo ex-cangaceiro pernambucano Antônio Silvino (1875-1944), que estava trancafiado numa cela próxima à da vítima.
Quanto ao destino do touro que pegou Ignacio Sanches Megía... Essa é outra história.

sábado, 25 de julho de 2020

VIDA E MORTE NA LITERATURA

Anayde Beiriz e Alphonsus de Guimarães eram poetas excepcionais.
Pedro Nava era memorialista, talvez o maior que já tivemos. Anayde era paraibana.
Alphonsus e Pedro eram mineiros.
Anayde envenenou-se.
Alphonsus enforcou-se.
Pedro optou por um tiro.
E assim, aos poucos, o Brasil que sabe das coisas vai morrendo, desde sempre.
Anayde da Costa Beiriz tinha 25 anos de idade quando despediu-se da vida, depois de um tumultuado caso envolvendo seu nome na política paraibana. Ela matou-se 19 dias antes de Getúlio Vargas assumir o poder, derrubando o presidente Washington Luís e impedindo a posse de Júlio Prestes como presidente da República eleito pelo povo.
Getúlio também matou-se. Mas essa é outra história.
Alphonus, de batismo Afonso Henrique da Costa Guimarães,  era muito novo quando apaixonou-se por uma prima. Essa prima morreu com 17 anos e ele, meio doido, findou por casar-se. Teve 14 filhos. Dois seguiram sua profissão.
E Pedro, hein?
Pedro da Silva Nava era natural de Juiz de Fora e em 1968 trocou os instrumentos da profissão de médico por uma máquina de escrever. E foi assim que tornou-se um dos mais aplaudidos memorialistas brasileiros.
Alguém há de estranhar o fato de eu trazer à tona esses nomes da nossa literatura. Faço isso pra lembrar que nós somos, uns mais outros menos, todos frágeis. Não é só no Brasil que a história registra o suicídio de intelectuais, de escritores, de poetas e inventores como Santos Dumont.
Anayde Beiriz foi o pivô feminino de Revolução de 30. Ela é mais lembrada pelo fato de ter sido a amante do assassino do governador da Paraíba, João Pessoa.
Alhonsus de Guimarães é lembrado pelo poema Ismália. Um obra prima, claro.
Pedro deixou meia-dúzia de livros fundamentais pra quem quiser conhecer o Brasil. No livro Chão de Ferro ele conta o que lembrava da Pandemia que dizimou milhares e milhares de brasileiros, em 1918.
Esses três autores fazem parte da nossa história, embora não tenham escrito tanto quanto o paulistano Ryoki Inoue (entrevista, acima). Ryoki, como Pedro trocou a profissão de médico pela profissão de escritor. Ele já publicou cerca de 1200 livros. Ele está no Guinnes.
O que faz um escritor importante: a quantidade ou a qualidade de livros escritos?
Hoje é o Dia do Escritor.
Esse dia foi criado em 1960, por iniciativa dos escritores Peregrino Júnior e Jorge Amado.

UM PASSEIO DE MOTO

Ler é coisa muito boa. Boa mesmo.
Um amigo telefona pra dizer que o Capeta saiu da toca.
Não entendi e ele repetiu: "o Capeta saiu da toca".
E ele foi dizendo que o Capeta saiu da toca, que deu uma risada dos infernos. O ambiente segundo amigo encheu-se de pó, poeira, fumaça e de um odor forte que conhecemos como Enxofre. Virgem, nossa!
Estrondos romperam o ar, na Capital federal.
De repente, não mais do que de repente, um sujeito de capacete enfiado na cabeça saiu em disparada numa moto louca.
Aí foi que dêi-me conta, que o Capeta referido, era, nada mais nada mesmo, do que o Presidente Cloroquina.
O telefone não para de tocar.
Agora é o bom baiano Darlan Zurc que liga pra lembrar que hoje é o Dia do Escritor.
Enquanto o Capeta voava na  moto, na toca alguém o esperava.
Quem esperava o Capeta na toca?

sexta-feira, 24 de julho de 2020

COMETAS E LUA BRILHAM NO CÉU. E O HOMEM?



Mais um cometinha metido a besta parece querer desbancar a beleza do Halley.
O Halley, que apareceu pela primeira vez aos olhos humanos há 240 a.C, mede a besteirinha de 11 quilômetros.
Eu nunca ouvi falar nesse tal de Neowise, que há dois ou três dias, começou a dar a cara no céu da Paraíba. No céu paulista está desde ontem 23.
Bonito que só, o Halley tem cabeleira e cauda. Seu brilho é incrível. Vaidoso, o Halley apareceu duas vezes no século passado. A primeira em 1910, e a segunda, em 1986.
Meninos, eu vi!
O Neowise eu não vi nem verei, até porque já não tenho luz nos olhos.
E a lua, hein?
No começo da tarde do dia 24 de julho de 1969, três homens desceram do céu numa geringonça e caíram nas águas do Pacífico. Minutos depois, soldados da marinha norte americana acorreram ao local e resgataram os três homens: Armstrong, Aldrin e Collins.
Esses homens foram os primeiros a chegar à lua. Armstrong, o primeiro a pisar no solo lunar, à 0h24min. O segundo, Aldrin, cerca de 20 minutos depois.
Armstrong e Aldrin permaneceram explorando o solo do nosso único e belo satélite durante quase 22 horas. Enquanto um colhia fragmentos lunares, o outro fincava a bandeira dos EUA no coração da Lua.
Nesse ínterim, Collins girava com sua geringonça entorno da lua. Foi ele o responsável pelo resgate de Armstrong e Aldrin.
Essa foi a primeira e mais importante missão espacial realizada pelos norte-americanos. Isso quer dizer que os americanos do Norte ganharam a corrida espacial travada contra os soviéticos, que ficaram fulos da vida.
Entre 1959, apogeu da Bossa Nova, e 1973 os EUA investiram pouco mais de 130 bilhões de dólares, em custos atuais.
A ida do homem à lua foi dolorosa para os poetas românticos.
Muitas músicas sobre a lua foram compostas e gravadas por artistas do mundo inteiro. Algumas muito engraçadas como Eu Vou pra Lua, do belenense Ary Lobo (1930-80). Ouça: 


Pouco antes de o homem pisar na lua, Helena dos Santos compôs para Roberto Carlos gravar, Na Lua não Há, uma bobagem jovem guardista. Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=H-uN2_kjYVA
Até eu e Téo Azevedo compusemos uma pequena joia sobre a lua, dedicada à minha caçula, Clarissa. Essa música, gravada pela cantora mineira Fatel, integrou a trilha sonora do filme franco-brasileiro, Saudade do Futuro. Ouça:


Revistas e jornais do mundo inteiro registraram essa grande façanha. Pois é, parece que foi ontem.
Armstrong, Aldrin e Collins deixaram a terra rumo à lua na manhã de 16 de julho de 1969. Quatro dias depois, eles já estavam lá.
Os três partiram na fase da lua Nova e voltaram na lua Crescente.
Ora estamos em lua Nova.
Curiosidade: Armstrong, Aldrin e Collins nasceram no ano de 1930.
Armstrong morreu no mês do folclore, em 2012.
Aldrin ficou meio doido, lelé da cuca, e de tanto encher a cara, viciou-se no álcool.
Collins completará 90 anos no próximo 31 de outubro. Nesse dia, mês e ano, Getúlio Vargas punha fim à chamada República velha. Mas essa é outra história.
Ah sim: o Halley, com sua beleza resplandecente, deixar-se-á ver a olho nu em 2061.
Quanto ao Neowise, posso dizer o seguinte: quem o viu, viu. Metido a besta como eu disse lá em cima só voltara a se amostrar daqui a 6800 anos. Ô bicho besta!
No acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, há uma quantidade enorme de jornais, revistas (foto ao lado), livros, folhetos de cordel e músicas, muitas músicas, que tratam da lua e de outros corpos celestes.
O Halley inspirou o sambista Benito de Paula a compor a joinha aí abaixo:




quinta-feira, 23 de julho de 2020

BRASIL MAIS POBRE SEM SÉRGIO RICARDO


O nosso país tão querido, tão espoliado, continua vivendo quando não na unha de políticos, na unha do destino.
Foi isso o que ocorreu, mais uma vez, no campo da nossa música popular. Estou triste.
Hoje cedo, fiquei sabendo do passamento involuntário e irreversível do cantor, compositor, pianista, violinista, escritor, pintor, cineasta brasileiro Sérgio Ricardo.
Sérgio era paulista de Marília, da safra de 1932.
Bom de papo, bom de copo, Sérgio deixou marca própria e definitiva do melhor que há na Música Popular Brasileira.
Sempre mantive bom contato com Sérgio.
Eu gostava do papo do Sérgio, da música do Sérgio.
Há uns anos eu o levei pra contar sua história em público, num projeto que tive aprovado numa instituição do Ceará. Comigo foram o jornalista José Hamilton Ribeiro, o compositor violinista Théo de Barros e ele, Sérgio, pra falar sobre os tumultuados anos de 1960.
É como eu disse, escrevi muito a respeito do Sérgio. Clique: 
https://www.yumpu.com/pt/document/view/12995388/especial-cultura-popular-jornalistas-cia

UM CIDADÃO DO MUNDO

Pela ordem, Bill, Assis e Paulo Vanzolini, em São Paulo
Vivemos momento de medo, angustia e incertezas, provocados pelo novo coronavírus, que saiu da China pra pegar todo mundo.
Mais de 15 milhões de pessoas já foram contaminadas pelo novo vírus.
Só nos EUA, os mortos já passam de 140 mil. No Brasil, mais de 84 mil.
Cientistas de todo canto procuram desesperadamente antidoto que acabe com a Covid-19, gerada pelo vírus.
A pandemia parece ter parado o mundo.
Tudo está mudando. Parece não, parou.
Profissionais atendem demandas a partir no lugar onde moram. Fazem o que chamam de Home Office. Jornalistas, inclusive.
Bill Hinchberger é um norte americano nascido em Los Angeles.
Formado em Ciências Políticas pela Universidade de Berkeley, California, mas logo cedo ganhou o mundo escrevendo para jornais e revistas, sem esquentar assento. Já esteve em mais de 50 países, sempre levantando dados para as suas reportagens.
A primeira vez que Bill Hinchberger esteve no Brasil foi em 1986. Por aqui, ficou mais do que o tempo desejado. Entrevistou Lula, Fernando Henrique e outros grandes políticos e economistas brasileiros.
É dele uma das mais bonitas entrevistas cedidas pelo escritor baiano Jorge Amado (1912-2001).
Seus textos já foram publicados em jornais de várias partes do mundo.
Jorge Amado e Bill, na Bahia
Aos sessenta e três anos de idade, solteiro e sem filhos, Bill considera-se uma espécie de "nômade digital". Isso, claro, por não esquentar assento em lugar nenhum. No momento, e entre várias idas e vindas, é "achável" em Paris, França.
Antes da pandemia que ora o mundo vive, Bill Hinchberger estava formando turmas de jornalistas investigativos na África do Sul e de outros países do Continente africano. Antes disso, ele ministrou cursos de extensão em Jornalismo, na Sorbonne.
Bom de conversa, Bill ouve, fala e escreve em inglês, francês, espanhol e português.
Alto, fora do esquadro considerado normal entre as pessoas de estatura mediana, Bill Hinchberger é informal, e fácil, fácil, faz amizade com todo mundo.
Cultura popular é uma das coisas que mais Bill gosta. "A música brasileira é muito rica, é muito bonita", diz ele.
Fez amizade com o cientista e compositor Paulo Vanzolini (1925-2013), Téo Azevedo, Ibys Maceioh,  Bráulio Tavares, Tom Zé, Ze Kéti (1921-99), Sebastião Marinho, Andorinha, Oliveira de Panelas, Mocinha de Passira, Luzivan Ferreira, Inês Tavares e tantos outros.

Viva Bill!
Quer saber mais um pouco? Clique:
No próximo dia 29, às 20:30, Bill participará do programa Em Quarentena, ao vivo, de Carlos Sílvio.



INSTITUTO MEMÓRIA BRASIL, IMB.
Clique:https://institutomemoriabrasil.com.br/



quarta-feira, 22 de julho de 2020

MAIS UM SANFONEIRO NO CÉU

Pinto do Acordeon e o seu biografo, Onaldo Queiroga
O poeta do acordeon, Pinto, morreu no começo da madrugada de ontem 21. O fato se deu numa enfermaria do hospital Beneficência Portuguesa, cá em sampa.
Seu corpo foi velado em João Pessoa e sepultado em Patos, no sertão paraibano.
Pinto do Acordeon, de batismo, Francisco Ferreira Lima, nasceu em fevereiro de 1948. O lugar onde isso se deu foi Conceição, cidade do Vale do Piancó. Tinha, pois, 72 anos de idade quando um câncer o levou para reencontro com Luiz Gonzaga, Sivuca, Dominguinhos e outros e outros sanfoneiros que já há anos fazem festa no Céu (https://assisangelo.blogspot.com/2013/05/pinto-do-acordeon-no-programa-do-jo.html
Em 2015, o juiz de direito e apreciador da música popular, Onaldo Queiroga, publicou o livro Por Amor ao Forró. O livro começa com uma bela entrevista de Onaldo com Pinto. 
Há vários depoimentos de artistas sobre o famoso sanfoneiro. 
Sobre Pinto do Acordeon, Onaldo Queiroga inseriu um texto meu no seu livro.
Na noite de 2013, o ator e ex apresentador de televisão Jô Soares recebeu no seu extinto programa, na Globo, Pinto para uma entrevista. Acompanhe:


FLORESTAN FERNANDES: 100 ANOS

O sociólogo paulistano Florestan Fernandes nasceu há exatamente 100 anos, isto é: no dia 22 de julho de 1920. De origem humilde, Florestan nem chegou a conhecer o pai. Filho único, comeu pão que o diabo amassou. Foi engraxate, garçom e tal. Formou-se na USP. Deixou uma obra fascinante e seis filhos. Com um deles, Florestan Fernandes Junior, cheguei a trabalhar na Tv Manchete, O Globo. O velho Florestan é até hoje um orgulho para o Brasil.   

segunda-feira, 20 de julho de 2020

BRASIL TRISTE E FEIO QUE NOS FAZ CHORAR


No começo da tarde do dia 20 de julho de 1969, Apollo 11 já tinha tomado impulso e ganhado o espaço profundo em direção à lua. 
Pois é, 51 anos depois de o homem por os pés no solo lunar, o solo terrestre continua minado, sendo destruído pelos pés e mãos humanos.
Na Amazônia é fogo só, só.  
Até o ano de 2050, quando o homem já estiver em marte, a terra estará com quase dez bilhões de pessoas sofrendo, passando fome, se desgraçando. Claro, se não explodir antes. 
O futuro não promete coisa boa para nós, terráqueos. 
Os cabeções da Economia dizem que a pandemia pode levar o número de miseráveis a casa do bilhão. No momento, esse número já passa de 850 milhões. 
Em pleno terceiro milênio, o Brasil mostra ao mundo que tem no seu quadrado cerca de 100 milhões de pessoas sofrendo por não ter o básico, além do alimento: tratamento de esgoto. 
Até luz elétrica ainda falta nos grotões do Brasil. 
Dados do IBGE indicam que mais de 30 milhões de pessoas também não tem água limpa pra beber. 
Essas e outras chagas estão sendo escancaradas pela pandemia. 
Tristemente podíamos até dizer que esse é o "lado bom" da Covid-19. 
O Brasil está atrasado em tudo, tecnologicamente, cientificamente, educacionalmente. 
Meu amigo, minha amiga, você sabia que há mais de 40 milhões de brasileiros e brasileiras vivendo do que recolhe nos lixões espalhados País afora? Pois, é. 
São quase três mil lixões em quase três mil cidade brasileiras.
Em 1974, eu era repórter do jornal O Norte, da Paraíba. Neste jornal, que virou portal na internet, publiquei uma reportagem contando as agruras do povo que vive do lixo (chamada de 1º página, ao lado).
O Brasil não é só um Brasil. 
O Brasil são vários Brasis, cheios de desigualdade e irracionalidade. 
O poeta popular Patativa do Assaré (1909-2002) escreveu um poema a que deu o título de Brasí de cima, Brasí de baxo. 
A cantora Elza Soares nos alerta quando canta o samba estilizado Brasis, de Seu Jorge, Gabriel Moura e Jovi Joviniano (acima, ouça).
No dia 27 de dezembro de 1947, o poeta, professor, tradutor e crítico de arte pernambucano, Manuel Bandeira (1886-1968), escreveu um poema intitulado O Bicho, cuja leitura dói profundamente na nossa alma. Leia:

O Bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.
  


domingo, 19 de julho de 2020

EDUCAÇÃO EM PRIMEIRO LUGAR

O Brasil é um País muito novo.
Do ventre do Brasil mulher surgiram brasileiros incríveis, depois que D. João VI deixou a sua terra pela nossa, corrido de Napoleão.
Nas suas memórias, Napoleão Bonaparte (1769-1821) disse que D. João VI (1767-1826) foi o único cara que lhe passou a perna. Disse isso baseado no fato de que D. João o enrolava enquanto ganhava tempo para a fuga que planejava ao Brasil.
Nesta nossa Terras Brasilis nasceram Machado de Assis. E antes dele muitos outros, como José Hipólito.
Hipólito foi o fundador do primeiro jornal que trás o Brasil como tema de tudo.
Impresso em terras britânicas, o Correiro Braziliense foi o primeiro jornal brasileiro. Esse arrodeio todo que faço, tem uma razão: na cabeça do brasileiro houve sempre a vontade de ser grande como o próprio Brasil.
Leiam, além de Machado, José de Alencar, Alphonso Guimarães, Lima Barreto.
Barreto foi incrível. Um doido incrível, como Guimarães.
Faz-se importante ler o que deixou o baiano Rui Barbosa.
Rui foi político, Rui deixou pecado, Rui disputou a Presidência  da República e perdeu para o Marechal Hermes.
Procurem saber dessa história.
O tempo rapidamente passou. Passou com Hermes, passou com Epitácio e chegou até Getúlio.
Getúlio, diga-se o que disser, foi o cara que criou o Ministério da Educação.
O Ministério da Educação, MEC, respira por instrumentos.
Tomara que o novo ministro, o quarto do Governo em andamento, corresponda às expectativas de todos nós.
Uma coisinha só: uma vez perguntei ao mestre Paulo Vanzolini, professor Harvard, como andava o Brasil no campo da educação. E ele respondeu: mal.

sábado, 18 de julho de 2020

DE NOVO, A VELHA QUARENTENA

Tenho ouvido muitas palavras novas. Também palavras de uso passado, como pandemia e quarentena.
No dicionário da língua portuguesa há cerca 400 mil palavras. Talvez mais.
A primeira vez que ouvi a palavra "quarentena" foi ali pelo dia 25 de julho de 1969. Dias antes eu vira na TV, ainda em p&b, transmissão da chegada do homem a Lua. Na ocasião, eu passava férias em Timbaúba dos Mocós, PE.
Além de Pandemia, quando se classifica uma desgraça que a todos nos atinge, como o Novo Coronavírus, outras palavras e expressões chegam até a nos irritar pela repetição exaustiva. Exemplos: impactado, distanciamento, novo normal, isolamento social, média móvel, aplicativo, cada qual faz sua parte, furar a quarentena, cloroquina, platô, achatamento da curva, novas regras, ninguém sabe o que será depois da pandemia, lockdown, drive-thru, drivin, delivery, live, coach, home office... E os ensinamentos: lavar as mãos com água e sabão, usar álcool em gel, usar máscara de pano e/ou papel, não sair de casa, etc.
O mundo já registra mais de meio milhão de mortos.
No Brasil, estamos chegando à casa de 80 mil mortos. O número de contaminados pelo danado do vírus no mundo, já passa de 14 milhões.
No começo dos anos de 1970, o Governo Militar escondeu a Pandemia da Meningite. Foi uma desgraça!
Em 1918, a Gripe Espanhola matou mais de 35 mil brasileiros em menos de 3 meses. Um horror!
No mundo, essa gripe matou milhões.
A quarentena foi aplicada pela primeira vez na Itália, quando lá chegou a Peste Negra.
Essa palavra eu só viria a conhecer em julho de 69. Naquele ano, escutei à exaustão repórteres de rádio e televisão dizerem que Collins, Armstrong e Aldrin iriam ficar em quarentena antes de se comunicar com amigos, familiares e Imprensa.
Os astronautas ficaram 21 dias trancados, em quarentena.
Nas origens, quarentena significa 40 dias. Não se sabe, porém, se a palavra tem a ver com a Quaresma, os 40 dias que Cristo ficou no deserto ou o pós parto em que as mulheres ficam em resguardo.
Depois que a mulher dá à luz diz-se, no Nordeste, que ela descansou, que está em descanso. Depois disso, ela fica descansada e pronta pra começar tudo de novo.
Ah! Ia-me esquecendo: outra palavrinha que está enchendo o saco é B-o-l-s-o-n-a-r-o.

EXEMPLO DE EDUCAÇÃO

Nesses tempos bicudos de Pandemia, de agressão, desrespeito, roubo, em que muitos passam a perna nos outros, chega a ser louvável a notícia que dá conta de um prefeito do Interior puxar as orelhas de um filho adolescente que pisou na bola ao inscrever-se no programa Auxílio Emergencial, patrocinado pelo Governo Federal. O prefeito, Luís Cássio de Souza Andrade, Nova Soure, BA, chamou o filho para uma conversa e...
E mais do que falar, prefiro que vocês assistam o vídeo:



sexta-feira, 17 de julho de 2020

O BRASIL SABE O QUE QUER, ACHO



A manhã do dia 17 de julho de 1934 chegou trazendo alvíssaras: nova Constituição, pauta reivindicatória do povo paulista. Leia-se: Revolução Constitucionalista de 1932.
A nova Constituição garantia, como havia de garantir, liberdade e o bem do povo.
No dia 10 de novembro de 1937, o presidente que deveria garantir o que garantia a Constituição, Vargas, mandou prender, torturar e matar pessoas nascidas no nosso solo.
Eram tempos dos Estado Novo.
Muita gente se lascou, no tempo de Vargas.
Entre as pessoas que se lascaram, não podemos nunca esquecer do escritor alagoano Graciliano Ramos (1892-1953).
Graciliano é o autor da obra-prima Vidas Secas (1938), livro que narra a triste história de uma família castigada pelas intempéries.
A diferença da Constituição de 1934 para a Constituição de 1988, a que ora nos rege, é que o Brasil cresceu, sabe o que quer e não vai deixar que lhe engalobem.
Nunca o Brasil teve um presidente tão mau como o atual, Bolsonaro.
Bolsonaro é um genocida, um sujeito que parece sentir prazer com a desgraça do povo.
Mais de dois milhões de brasileiros já estão contaminados pelo novo Coronavírus. Ele, inclusive. Coisa de “gripezinha”.
Quase 80 mil brasileiros já morreram vitimados pela Covid-19. E muito mais ainda, infelizmente, morrerão até o fim dessa nova praga.
Bolsonaro está humilhando o Exército. Nosso brioso Exército.
Bolsonaro tem feito tudo que quer: admite, demite e quem o demitirá?
Entre os constituintes de 1934, se achava o paraibano José Pereira Lira (1899-1985).
Lira, que foi deputado duas vezes e homem forte do governo Dutra, foi quem motivou o baião Paraíba. Ouça acima e leia abaixo: http://assisangelo.blogspot.com/2017/03/a-revolucao-de-30-e-o-baiao-paraiba.html

ZÉ PAULO DE ANDRADE


Mais um jornalista, mais um brasileiro, é vitimado pelo tempo da Covid-19. Tinha ele 78 anos de idade, mais de 50 dos quais dedicados à Rede Bandeirantes de Rádio. Deixou saudades, muitas. 
Outro dia, pra minha alegria ouvir na Internet o Carlos Sílvio entrevistando no seu programa Paiaiá na Conectados, o jornalista Claudio Junqueira falando sobre o livro que acabara de escrever contando a história, rica em todos os sentidos do ás do Jornalismo brasileiro: José Paulo de Andrade.
O livro do Claudio, Esse Gato Ninguém Segura - O Pulo do Gato(Ed. Letras do Pensamento; 2019, 218 págs), trás para o leitor a história incrível do mestre do Rádio José Paulo de Andrade. Recomendo a leitura.
Uma historinha: um dia o querido Manézinho Araújo, rei da embolada, pediu-me para entregar ao Zé uma medalha de ouro que ganhara do jogador de futebol Leônidas da Silva, o Diamante Negro. Isso foi feito. Manézinho era amigo de Leônidas, que era amigo de Zé Paulo de Andrade.
Lá em cima, a festa está boa com esses três cabras.


quinta-feira, 16 de julho de 2020

DE METEORISTOS A CHATÔ: UMA HISTÓRIA


Eu olho pra cima, para o céu e não vejo nada. Mas amigos e amigas olham pra cima e veem as tantas e tantas belezas que o céu oferta.
São uns privilegiados, os meus amigos.
Ontem 15, à noite, fragmentos de um meteorito iluminaram o céu da Paraíba, Pernambuco, Ceará e Bahia.
Fiquei morrendo de inveja só de ouvir o relato.
Lembrei-me das chuvas de meteorito, das estrelas cadente alumiando a minha infância.
Já que não vejo com os olhos, ouço:

O rádio me dá notícia de que o Reino Unido, os EUA e o Canadá estão acusando a Rússia de usar seu exército de hackers para subtrair dos computadores de Oxford, e de outras universidades, apontamentos de pesquisas que deverão levar à descoberta de uma vacina que ponha fim ao pandemônio provocado pela pandemia gerada pelo novo Coronavírus.
Esse vale tudo é o fim do mundo.
Ouvi ontem 15, com agrado, notícia dando conta de que a rainha Elizabeth II, da Inglaterra, encontrara-se com militares do seu Exército. Quisera ela saber como eles estão enfrentando o vírus, que já provocou a morte de mais de meio milhão de pessoas mundo afora.
Hoje 16 o Brasil deve cravar a triste marca de 76 mil mortos em 4 meses, provocadas pela Covid-19.
A primeira morte provocada pela Covid no Brasil ocorreu no dia 16 de março, em São Paulo.
Hoje 16 o Brasil deve bater a marca de dois milhões de brasileiros contaminados pelo novo Coronavírus.
Enquanto isso, o presidente Cramunhão procura fazer de conta que está tudo normal. Tanto que o Ministério da Saúde continua sem ministro há mais de dois meses.
Mas ele, Bolsonaro, pegou a “gripezinha” que alardeu o tempo todo.
Sabem o que acho?
A rainha Elizabeth foi coroada em abril de 1953. Entre os convidados, o paraibano (primeiro e único imperador da imprensa do Brasil) Assis Chateaubriand, na intimidade chamado de Chatô. Mas ele não teve a oportunidade de apertar a mão da rainha, na ocasião. Mas essa é outra história.
O que o céu nordestino mostrou ontem fez-me lembrar a história do Bendegó.
Bendegó foi assim chamado o meteorito que despencou do céu atingindo um pedaço do sertão da Bahia, em 1784. Peso: 5,3 toneladas de ferro etc. Essa “pedrinha” ainda se acha nas dependências do quase recuperado Museu Nacional, que pegou fogo em setembro de 2018.
A Bahia quer de volta o Bendegó.
Sobre Bolsonaro, eu acho o seguinte:

PUXINANÃ E RECIFE


Puxinanã é um município paraibano localizado a pouco mais de 150 km da capital, João Pessoa. Hoje é dia da padroeira dessa cidade: Nossa Senhora do Carmo. Essa santa, um dos muitos nomes de Maria mãe de Jesus, também é padroeira do município de Recife, PE. A Capital pernambucana tem uma das mais belas praias do Nordeste: Boa Viagem, que está sendo engolida pela erosão política. Hoje é feriado nessas duas cidades.

ELIZETH CARDOSO, 100 ANOS



Tinha dez anos de idade, quando se viu obrigada a abandonar os estudos para ajudar a família, constituída de pai, mãe e mais cinco irmãos.
Elizeth Moreira Cardoso nasceu no dia 16 de julho de 1920, no Rio de Janeiro.
O pai, Jaime, era violonista e adorava levar a filha para cantar nas festas.
Aos 16, 17 anos Elizeth saiu de casa por não suportar mais brigar com o pai. Nessa época namorava o jogador de futebol Leônidas da Silva (1913-2004), que entraria para a história como o Diamante Negro.
Leônidas foi o jogador mais importante da copa de 1938, mas o pai de Elizeth não gostava disso nem dele. Por isso ela saiu de casa.
A vida dessa artista foi muito atribulada, enfrentou muitos preconceitos.
Iniciou a carreira artística pelas mãos de Jacob do Bandolim (1918-1969), na antiga Rádio Guanabara.
Era ainda muito jovem quando encontrou à sua porta um bebê dentro de um cesto. Era uma menina. Não pensou duas vezes e a adotou.
Grana curta, poucos convites para cantar e muito trabalho para cuidar da bebê. A essa altura, ela já se casara e ganhara um filho. Para suportar o tranco, aprendeu a dirigir e durante quase dez anos sustentou-se e a seus filhos dirigindo táxi nas ruas do Rio.
Na discografia de Elizeth, a Divina, constam uns 20 discos de 78 rpm e 40 LPs, entre os quais o intitulado Canção do Amor Demais (1958). Esse disco, é considerado um marco da Bossa Nova.
Elizeth apresentou-se na França e gravou discos em Japão, Portugal e Venezuela.
Um causo: ela namorava, em 1966, o sambista Ciro Monteiro. Briga vai, briga vem entre eles, Elis Regina achou de dar pitaco. Ela retrucou: “Se você não gosta de mim como cantora, não se intrometa na minha vida”. Consta que Elis nutria um certo ciúme da Divina.
Elizeth Cardoso Moreira morreu em 7 de maio de 1990, de câncer.
O acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) abriga quase todos os discos que Elizeth Cardoso gravou.



quarta-feira, 15 de julho de 2020

E SE BOLSONARO PEDISSE PRA SER PRESO, HEIN?


Em 1986, poucos dias depois de publicar um texto na revista Veja falando que ganhava pouco, o capitão Jair Messias Bolsonaro era repreendido e obrigado a puxar 15 dias de cana numa cela do exército. Na ocasião, ele servia no 8º Grupo de Campanha Paraquedista.
Bolsonaro aposentou-se com 33 anos de idade, recebendo um soldo de 10 mil reais. À essa grana somaram-se mais 27 mil, que recebia como deputado federal. Como presidente, a grana que embolsa passa dos 30 mil reais.
No correr das diversas fases da República, sete dos 37 ex-presidentes foram presos. Outros quatro renunciaram ao mandato, incluindo o primeiro (Marechal Deodoro da Fonseca; 1827-92).
Outros quatro foram depostos: Washington Luís, Getúlio Vargas, Carlos Luz e Jango.
Ocuparam a cadeira presidencial 4 marechais: Deodoro, Floriano Peixoto, Hermes da Fonseca e Eurico Gaspar Dutra.
Entre 1964 e 1985, vários generais aboletaram-se na disputada cadeira.
O primeiro ex-presidente preso foi Hermes Rodrigues da Fonseca (1855-1923), o segundo Washington Luís (1869-1957), Artur Bernardes (1875), o quarto Café Filho (1899-1970), Juscelino Kubitschek (1902-1976), Luiz Inácio Lula da Silva (1945-) e Michel Miguel Elias Temer Lulia (1940-).
Lula e Temer foram acusados de corrupção. JK também, mas nada se provou contra ele. Esse, aliás, foi o pretexto que os militares dos anos de chumbo encontraram para tirá-lo de circulação.
Sobre as costas de Bolsonaro, pesam várias acusações.
No Superior Tribunal de Justiça, STJ, há processos de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.
O presidente poderia renunciar ou pedir pra ser preso, até porque de cadeia ele já entende.
Enquanto isso, no Planalto, o vice-presidente declara que vai suspender por 120 dias as queimadas legais na Amazônia.



PRÊMIO GRÃO DE MÚSICA GANHA A INTERNET

Televisão foi uma das grandes invenções do século XX.
As primeiras experiências que levaram a invenção dessa caixinha de fazer doido, como dizia Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto; 1923-1968), foram feitas por um engenheiro escocês, em 1920. Mas somente em 1923, acho que na Rússia, a TV passou a ganhar alguma forma.
A TV chegou ao Brasil pelas mãos do paraibano Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello (1862-1968).
Voltarei a esse assunto.
A internet como tal a conhecemos existe há vinte e cinco anos, completados hoje.
A internet é um mundo a parte neste mundo louco em que vivemos. E nestes tempos de pandemia, tem sido o caminho de grandes descobertas.
Meu amigo, minha amiga, você sabe o que é live?
Pois bem, live uma palavra de origem inglesa que significa "vivo", quer dizer, entrada ao vivo na internet ou televisão.
Todo mundo, ou quase todo mundo, faz live. Principalmente, artistas famosos e não famosos.
Roberto Carlos, Milton Nascimento, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Toquinho. Brasileiros e estrangeiros como Andrea Bocelli, Stevie Wonder, Lady Gaga.
É preciso fazer coisas para ocupar o tempo ocioso.
O editor José Cortez telefona pra dizer que acaba de concluir um livro sobre a sua história.
A cantora, compositora e instrumentista paraibana Socorro Lira por telefone me diz que está se tornando viciada em live.
Um dia sim, outro também, fácil, fácil, é encontrável na internet, cantando e tocando.
Socorro acaba de inaugurar na Internet o projeto Grão de Música, envolvendo dezenas de artistas Brasil afora. Da Paraíba à Tocantins, do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo, da Bahia ao Amazonas. E assim, segundo ela, o Brasil continua vendo e aplaudindo a nossa boa música popular. Quer saber mais? Clique: https://www.youtube.com/user/graodemusica/featured

RODAS GONZAGUEANAS

Socorro Lira é uma das mais importantes e afinadas cantoras brasileiras. Veio do sertão da Paraíba para brilhar no coração da gente. Conheço Socorro desde sempre. Em 2013, eu a levei ao Rio de Janeiro como participante do projeto Rodas Gonzagueanas. Depois disso ainda tive tempo de produzir um Cd junto com o arranjador e instrumentista Jorge Ribbas, intitulado o Samba do Rei do Baião. Depois da pandemia provocada pelo novo corona vírus, a artista promete voltar a se apresentar em tudo quanto for lugar. Sem deixar as lives, claro.


terça-feira, 14 de julho de 2020

AMOR EM TEMPOS DE PANDEMIA

Fala-se de pandemia no mundo inteiro, de todas as formas.
A pandemia desperta atenções e perigos.
Recomendam-se tudo sobre a pandemia gerada pelo novo Coronavírus.
Diz-se: faça isso, faça aquilo. Tome cuidado. Precavenha-se.
Tudo é dito a favor de todos, sobre a peste pandêmica provocada pelo novo Coronavírus.
O homem dorme, o homem acorda.
A mulher dorme, a mulher acorda.
Todos dormimos e acordamos, imaginando que estaremos sempre no amanhã.
O amanhã é sorrir, e chorar, é tossir, é ter dor de barriga. É também planejar, imaginar um futuro positivo pra si, pra nós, pra todos.
O homem e a mulher vivem, de preferência em paz um com o outro.
Rádio e televisão orientam as pessoas a se comportarem bem diante da loucura epidêmica que todos nós vivemos, hoje.
Fala do negro, fala do branco, que bom.
Que bom que falássemos de igual pra igual, que entendêssemos o branco e o negro como pessoas iguais a nós: negros e brancos, brancos e negros. Ricos e pobres, também.
É tabu falar da urgência humana, em/ou/sobre determinados pontos.
Trezentos anos depois de Cristo, um indiano incrível cujo o nome não me lembro, escreveu uma espécie de manual que hoje conhecemos como Kama Sutra.
Esse manual traz mais de 500 posições sexuais, praticadas por um homem e uma mulher.
Consegui, eu, exercitar 4 ou 5 só do que consta desse manual. Papai e mamãe etc.
Mas o manual escrito pelo indiano, não traz só a indicação do prazer em posições diversas entre uma pessoa e outra. Tem ensinamento, nisso tudo. Tem sabedoria, conhecimento, ou tentativa de conhecimento entre pessoas. Filosofia.
Pergunto, neste tempo terrível de pandemia provocada pelo novo Coronavírus: por que a imprensa e intelectuais e especialistas não falam, não dão orientação, sobre a questão mais simples do mundo. Um homem e uma mulher se amando, procriando com prazer. Tão simples.
Por que não se fala de sexo, neste tempo duro de pandemia, em que poucos visitam poucos?
Tabu é tabu e como tabu não é bom, isso precisa ser quebrado.
O tabu precisa ser quebrado, inclusive no tocante sexo.
Em abril de 1980, a TV Globo inaugurou o programa Tv Mulher. Nesse programa, a paulistana Marta Suplicy apresentava um quadro em que falava sobre sexo, educação sexual, para todos. É por ai. 
Outro dia o novo ministro da Educação, Milton Ribeiro, meteu o pau numa universidade do Rio de Janeiro. Ele fez crer que a universidade era uma espécie de Sadoma e Gomorra. Ai, ai, ai, pelo jeito estamos lascados. 

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