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sábado, 25 de julho de 2020

VIDA E MORTE NA LITERATURA

Anayde Beiriz e Alphonsus de Guimarães eram poetas excepcionais.
Pedro Nava era memorialista, talvez o maior que já tivemos. Anayde era paraibana.
Alphonsus e Pedro eram mineiros.
Anayde envenenou-se.
Alphonsus enforcou-se.
Pedro optou por um tiro.
E assim, aos poucos, o Brasil que sabe das coisas vai morrendo, desde sempre.
Anayde da Costa Beiriz tinha 25 anos de idade quando despediu-se da vida, depois de um tumultuado caso envolvendo seu nome na política paraibana. Ela matou-se 19 dias antes de Getúlio Vargas assumir o poder, derrubando o presidente Washington Luís e impedindo a posse de Júlio Prestes como presidente da República eleito pelo povo.
Getúlio também matou-se. Mas essa é outra história.
Alphonus, de batismo Afonso Henrique da Costa Guimarães,  era muito novo quando apaixonou-se por uma prima. Essa prima morreu com 17 anos e ele, meio doido, findou por casar-se. Teve 14 filhos. Dois seguiram sua profissão.
E Pedro, hein?
Pedro da Silva Nava era natural de Juiz de Fora e em 1968 trocou os instrumentos da profissão de médico por uma máquina de escrever. E foi assim que tornou-se um dos mais aplaudidos memorialistas brasileiros.
Alguém há de estranhar o fato de eu trazer à tona esses nomes da nossa literatura. Faço isso pra lembrar que nós somos, uns mais outros menos, todos frágeis. Não é só no Brasil que a história registra o suicídio de intelectuais, de escritores, de poetas e inventores como Santos Dumont.
Anayde Beiriz foi o pivô feminino de Revolução de 30. Ela é mais lembrada pelo fato de ter sido a amante do assassino do governador da Paraíba, João Pessoa.
Alhonsus de Guimarães é lembrado pelo poema Ismália. Um obra prima, claro.
Pedro deixou meia-dúzia de livros fundamentais pra quem quiser conhecer o Brasil. No livro Chão de Ferro ele conta o que lembrava da Pandemia que dizimou milhares e milhares de brasileiros, em 1918.
Esses três autores fazem parte da nossa história, embora não tenham escrito tanto quanto o paulistano Ryoki Inoue (entrevista, acima). Ryoki, como Pedro trocou a profissão de médico pela profissão de escritor. Ele já publicou cerca de 1200 livros. Ele está no Guinnes.
O que faz um escritor importante: a quantidade ou a qualidade de livros escritos?
Hoje é o Dia do Escritor.
Esse dia foi criado em 1960, por iniciativa dos escritores Peregrino Júnior e Jorge Amado.

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