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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

VIVA CHICO ANTÔNIO! E MÁRIO DE ANDRADE, HEIN?

Eu conheci Chico Antônio em março de 1983.
Você sabe quem foi Chico Antônio meu amigo, minha amiga?
Chico, de batismo Francisco Antônio Moreira, nasceu no dia 20 de setembro de 1904, no lugar de nome Pedro Velho, RN.
Esse Chico foi incrível.
Esse Chico foi cantador de coco de embolada, que é um tipo de música feita por artistas anônimos no Brasil.
Vocês sabem da importância de Luís da Câmara Cascudo e do carinho e admiração que tenho por sua obra, não é mesmo?
Pois bem, cascudo convidou o paulistano Mário de Andrade (1893-1945) para conhecer a sua terra, o Rio Grande do Norte.
Convite feito, convite aceito.
Rolava o fim do ano de 1928.
E lá estava em dezembro, na casa do Cascudo, uma das luzes da Semana de 22.
Encurtando a história:
Mário encantou-se com o Rio Grande do Norte, encantou-se com o sol, com o céu, com o vento, com o mar daquela terra. E também encantou-se com um cantador de coco Chico Antônio.
No dia que conheci Chico Antônio, foi o dia que conheci rolando Boldrin. Chico era de uma espontaneidade singular.
Antes de gravar a participação do programa do Boldrin (Som Brasil), chico começou a cantar com um amigo seu. Boldrin não sabia o que era coco de embolada, e eu disse: “isso é coco de embolada”.
Ele não gostou do que eu disse.
Mas coco de embolada, meu deus do céu, é coco de puxador de coco de embolada. Simples, não?
Na ocasião, Chico Antônio estava lançando o seu primeiro e único LP intitulado Na Pancada do Ganzá.
Beleza pura, esse disco.
Foi o ritmo desse disco/Chico que encantou Mário de Andrade.
Chico Antônio é o principal personagem do livro Turista Aprendiz, de Mário.
A cultura popular representada por gente como Chico Antônio é o que enobrece o Brasil.
No acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, se acham o disco do Chico e o livro do Mário, E outras centenas de discos que registram a presença de poetas repentistas que dão identidade ao nosso País.
Na Pancada do Ganzá foi um disco gravado nos dias 26 e 28 de agosto de 1982. lançado pela Funarte.
Chico Antônio morreu em outubro de 1993, mês e ano em que boa parte do Brasil comemorava o centenário de Mário de Andrade.
Meu amigo, minha amiga, ouça Chico Antônio interpretando Boi Tungão: https://youtu.be/CWboJcSSr_A

CAOS BRASIL

Os fatos ocorrem na velocidade do raios. Em tudo quanto é área, de norte a sul do País. Com tiroteios, inclusive. 
E agora no momento em que se discute o retorno às aulas, o IBGE informa que somos atualmente 211.755.692 brasileiros habitando os 26 Estados e o Distrito Federal.
A pandemia provocada pelo novo Coronavírus escancara as chagas sociais em que vivemos. São cerca de 100 milhões de brasileiros vivendo em condição de miséria.
Além de saneamento básico, falta até comida na mesa dos mais pobres.
É enorme também o número de pessoas que vivem nas ruas, sem teto pra se abrigar.
São milhões e milhões de desempregados e, mesmo sem grana no caixa, o presidente promete continuar a dar o que o erário não tem. Isto é: fazer graça com o chapéu alheio, estendendo, assim, o "auxílio emergencial" previsto no "orçamento de guerra".
Especialistas da área de Economia temem que a "graça" do Presidente fure o teto do orçamento. Se isso ocorrer, estaremos ainda mais lascados. É o que dizem.
O prefeito de São Paulo está adiando mais e mais o retorno as aulas.
Em todo o País o total de estudantes se aproxima da casa dos 48 milhões, incluindo o ensino Médio, Fundamental e Superior.
Ensino é coisa séria, não é guarapa.
Embora mal remunerados, os professores dão a alma para ver se os alunos concluem os estudos. Os números, porém, indicam uma realidade gritante: 56% desistem da faculdade antes de concluírem um curso.
Em muitos casos os professores sentem-se incapazes de convencer os alunos a darem prosseguimento aos estudos. Principalmente nos morros, nas favelas, do País inteiro. Há casos em que eles chegam até a jogar fora os livros, cadernos e lápis. E casos também que familiares chegam a vender material escolar e até merenda fornecida por instituições e órgãos oficiais.
Dados do IBGE colhidos em 2010 mostram que haviam 6.329 favelas no País. As maiores, em São Paulo e Rio. Nesses conglomerados foram identificados 11,4 milhões de pessoas, incluindo crianças e adolescentes.
Em 2010, a população do País era de 190,7 milhões de pessoas. Desse total, 51,5 milhões achavam-se em idade escolar. Em idade escolar, entenda-se, estudantes na faixa dos 4 a 17 anos.
O número de estudantes matriculados tem registrado queda. Isso é mal. 
Dados do IBGE de 2019, só no Ensino Médio, a baixa foi de 4%.
E a figura do nem-nem, hein?
Nem-nem é o estudante que não estuda e nem trabalha. Os números assustam: 11 milhões de jovens de 15 a 29 anos de idade nessa situação.
Em um ano e meio de governo Bolsonaro, 2 ministros da Educação já escafederam-se. O terceiro acaba de chegar...
No correr desse mesmo tempo, foi extinto o ministério da Cultura. E o da Saúde está sem titular até agora.
O ministério do Meio Ambiente está cuidando de acabar com as matas, incluindo a Amazônia. E os índios.
Os ministérios estão cheios de militares. Lugar de militar, todos sabem, é o quartel. Ou nas ruas, em tempo de guerra.
Enquanto isso, o presidente continua fazendo campanha à reeleição e reforçando sua figura de político populista. E batendo nos jornalistas.
Ainda ontem 27 o Brasil chorava a morte de uma mãe atingida por balas perdidas num tiroteio, ao defender o filho de três anos. 
Hoje, desde cedo, essa tragédia é posta de lado ante a notícia de que o governador daquele Estado fora afastado do cargo, acusado de corrupção.
Ah, sim! Em 1918 o presidente Delfim Moreira assinou um decreto passando de ano todos os estudantes. Naquele ano, a Gripe Espanhola matava milhares e milhares de brasileiros. E esse foi o motivo do decreto do Presidente.
O Brasil vive um tempo de caos.


EITA BRASIL! 

Não tenha preguiça, meu amigo, minha amiga. Clique e leia: http://assisangelo.blogspot.com/2017/04/historia-pra-bopi-dormir.html

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