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terça-feira, 31 de março de 2020

Sptify Jorge Ribbas e Assis Ângelo

O cantor, compositor, arranjador e maestro pernambucano nascido na Paraíba Jorge Ribbas, mostra-se cada vez uma pessoa criativa sem limites. Deus me pôs no seu caminho. Meus versos na sua batuta ganham aries de beleza.

Ouçam no Spotify:
https://open.spotify.com/album/6iZW4LYgKkyvYcJyXnwoFQ?si=PATlVLYwSkit2ccWlMHsHw&fbclid=IwAR1hO8dPEKWJ1bnJCtvb2G-YeyFHpR3MVO1xLoFienYiabFmi2l-GTMTA9c

VIVA O BRASIL!

-Você sabe quem é o presidente do Brasil?
-Você sabe qual é a função de um presidente da República?
-Você sabe qual é a importância de um presidente da República?
-E o povo, você qual é a importância de uma povo num país-nação?
-Você sabe meu amigo, minha amiga, o que é Nação?
-Você sabe meu amigo, minha amiga o que é um país?
-Meu amigo, minha amiga, você sabe a diferença entre país e nação?
O Brasil como país e Nação, entristecido, votou na última eleição convencido de que foi roubado pelas esquerdas. Assim convencido, pôs na cadeira de presidente um capitão expulso pelo Exército brasileiro. Deputado com 28 anos na Câmara Federal, foi eleito sem fazer nada. A Nação paga pelo erro cometido. Mas o Brasil se recuperará, pois nada melhor do que uma eleição depois da outra.
O atual presidente da República anda procurando um jeito de usar a Bic para decretar a Ditadura. Mas isso não a-con-te-ce-rá.
O presidente atual do Brasil é uma besta e como tal terminará.
Quem sobreviver, verá.

segunda-feira, 30 de março de 2020

PRAGA , DEPRESSÃO E MORTE

O Brasil é líder em depressão, na América Latina.
Depressão é uma praga invisível que mata pobre, rico, negro, branco. Não escolhe sua vítima.
Eu conheço essa desgraça. Achegou-se a mim logo após eu perder a luz dos olhos. Terrível!
A depressão não tem hora para atacar. Ela chega de mansinho e...pimba!
Essa desgraça tem um dia só pra ela além de todos os dias, se é que me entendem.
O dia à ela dedicado é 15 de setembro.
Eu não ia falar sobre isso agora, mas nesse tempo louco de Novo Coronavírus leva me a crer que como eu em cetos momentos, há milhões e milhões de pessoas chorando, sofrendo, pensando em morrer...
Acabo de ouvir notícia dando conta de mortes decorrentes do Corona: 159, no Brasil. No mundo, o número a casa dos 40 mil. Na Itália, já são quase 12 mil e mais uma quantidade enorme de médico e enfermeiros contaminados por essa nova praga.
No século XIV, a Itália foi o epicentro da Peste Negra.
A Peste Negra ceifou um terço da população europeia.
O presidente Norteamericano acaba de voltar atrás e recomenda que todo mundo fique em casa. Aliás, essa recomendação tem sido feita por todos os chefes de nação, incluindo os da China, Cuba e México. Só o do Brasil, um gênio da raça imune a tudo e a todos, insiste em correr pra trás. Coitado.
Vocês já notaram que o presidente brasileiro está sendo isolado pelo pessoal de sua equipe?
Pois é, depressão é tão grave como o Covid-19, doença decorrente do Novo Coronavírus.
Hora dessa compus fiz em verso o que sinto da depressão:

Devastadora e sonsa 
E filha da implosão 
Ela pega ferra e mata...
É a mãe da solidão
Mãe e filha quando juntas
São do Inferno danação

Não tem cara, corpo ou alma
É invisível e letal
Nunca fez bem a ninguém
È uma mal universal
E não vou falar mais dela
Porque não presta e ponto final!

domingo, 29 de março de 2020

CANSADO, VALDIR TELES FOI PRO CÉU...

Março 29 faz, hoje, uma semana que um amigo meu morreu. Morreu porque, sei lá.

Mundo de dor e guerra:
De presidente prepotente
De vírus correndo doido
E matando muita gente
Cansado Valdir Teles
Foi pro céu cantar repente

Brilhou no repentismo
Cantador, cantou pra gente
Cantou sol, terra e mar
No ar plantou semente
Cansado Valdir Teles
Foi pro céu cantar repente

Muita coisa ele cantou
Cantou bem, contente
Cantou a natureza
E a Deus se fez presente
Cansado Valdir Teles
Foi pro céu cantar repente

Tomando meus versos do dia a dia, por acaso alguém me liga falando da tristeza que foi o cantador morrer. Cantador não morre, cantador é sonho, é esperança. Cantador é cantador.
Eu disse isso a uma amiga, essa amiga Mirianês Zabot, que coincidentemente, curiosamente, estranhamente a mim me ligou pra dizer que Valdir Teles ela o amava, como cantador. Valdir, amigo querido de muitos anos tinha especial atenção pela música do Rio Grande do Sul.  O chamamé e o vanerão eram ritmos especiais da predileção dele. Mirianês é gaúcha. E numa estrofe de sextilhas ela disse:

Que mais faria o cantador
Se não fosse um ser pensante
Andaria no espaço
Iluminada vertente
Cansado Valdir Teles
Foi pro céu cantar repente

Valdir Teles, de Livramento no Cariri paraibano, deixou pra vida a história do amor.
Valdir, amigo meu de tantos anos, provou que viver é amar. Ele, como Bule Bule, frequentavam a minha casa com o carinho que o amor nos dá.
Viva Valdir e o Bule Bule, alí na Bahia está a nos ver.





sábado, 28 de março de 2020

QUARENTENA SEM FUTEBOL

O amigo Carlos Sílvio, apresentador raçudo da Rádio Conectados ( programa Paiaiá na Conectados, aos sábados, 12h), conta por telefone que está subindo paredes por duas razões: a primeira dela, a quarentena forçada. A segunda, "porque nem sei como estou aguentando acompanhar, ao vivo, uma partida de futebol. Nem de várzea!"
Pois é, da minha parte acho apenas graça até porque já estou quase acostumado a quarentenas. Digo isso porque fico em casa quase todo tempo do mundo. Razão óbvia: perdi a visão dos olhos, como muita gente sabe.
A falta de futebol na telinha do Sílvio faz com que eu lembre de notícia recentemente ouvida no rádio. Essa notícia da conta de que jogadores e técnico, que integram times famosos como Juventus (Itália), Barcelona (Espanha) e PSG (França), estão doando cifras fabulosas para amenizar os problemas provocados pelo Novo Coronavírus. Messi, Cristiano Ronaldo, o técnico Pepe Guardiola. Doaram cerca de 1 milhão de Euros.
 E no Brasil, hein?
Acabo de me informar que a mais recente edição da revista Forbes traz a relação dos 20 brasileiros mais endinheirado do mundo. O primeiro Joseph Safra, na conta a bagatela de 25 bilhões de dólares.
O último da lista,  Candido Pinheiro Koren de Lim,conta apenas com uma merreca US$ 2,3 bilhões.
Bom, mas como o presidente Biloliro disse que tudo sabe é que o novo vírus não passa de uma gripezinha, talvez se justifique aí o fato de esses bilionários ficarem quietos, segurando a grana no bolso. E, assim, evitando qualquer gesto de solidariedade.

VIRGENS GUERREIRAS DO CONTESTADO

O rebuliço do Novo Coronavírus que está provocando mundo a fora traze-me à memória história do Tifo que virou epidemia na região do Contestado. Essa praga levou à morte da jovem virgem guerreira Maria Rosa. Maria foi morreu em campo de batalha, com balas nas costas.
Essa história é incrível, como tantas e tantas outras esquecidas com o tempo.
A chamada guerra do Contestado ocorreu entre outubro de 1912 e agosto de 1916.
A guerra originou-se pela gula de dinheiro e poder, envolvendo coronéis e investidores Norteamericanos. No meio disso, milhares de homens, mulheres e crianças abandonados à própria sina.
O presidente da República à época era o Marechal Hermes da Fonseca.
Os miseráveis tinham como líder o monge José Maria.
Maria sonhava com a implantação do Império no Contestado, localizado entre o sul do Paranã e o norte de Santa Catarina.
Fanáticos liderando fanáticos, Maria criou um forte esquema de segurança a que denominou os 12 pares. Era homens fortíssimos, pau pra toda obra. Lembravam, e essa era a ideia, os 12 Pares de França.
Em volta do Monge, várias virgens. Maria Rosa, de 15 anos, era uma dessas virgens.
Após a morte do líder católico/messiânico, Maria Rosa rapidamente tornou-se guerreira.
Segundo a história, Maria Rosa era uma menina "alourada", cabelos longos, olhos penetrantes, forte e muito bonita. Corajosa, não temia nada. Vivia para combater injustiça e tirania. montada num cavalo, em luta ela fazia seus guerreiros gritarem "viva a Monarquia" e "Viva o Rei Dom Sebastião!"
Sebastião referido por Maria Rosa era o Rei Menino de Portugal que sumiu num campo de batalha e até hoje sua volta é esperada por fanáticos de várias partes do mundo.
O sebastianismo foi um movimento religioso muito forte no Brasil.
Maria Rosa, tombou no dia 28 de março de 1914.


quinta-feira, 26 de março de 2020

A VIDA É DE MORTE

O tempo é de Novo Coronavírus, no mundo todo.
É tempo disso, e minha vó Alcina diria também daquilo, assim.
O que minha vó Alcina queria dizer com isso, era uma coisa só: todo mundo é besta e o mundo vai se acabar.
Pois é, a vida segue.
Duzentos ou trezentos anos depois que a minha vó Alcina falou o que falou, encontro nos caminho tortuosos da vida o riograndense do Norte Germanno Jr. e o baiano Carlos Sílvio.
As vidas se cruzam.
São milhares de doenças que Deus deu ao mundo sobreviver.
E nós, cá estamos, com esse tal de Novo Coronavírus.
Só não aprende quem não quer, em qualquer tempo que viva o ser que não quer aprender.
O Novo Coronavírus está chegando como desafio. Mas um desafio...
Só não aprende quem não quer.
A morte é vida.
Germanno Junior é um desses caras incríveis que tropeçando na vida a vida nos dá, nos remete, como amigo.
Germanno tem muita, muita...pra contar.
A propósito: a trilha sonora da novela Fina Estampa era pra estar assinar com o nome dele.É uma história bonita.
Clique:
Pois é, falei de pessoas incríveis que conheci na vida.
Carlos Sílvio, de batismo Carlos Sílvio Lima Ramos, é um cara que fará sempre bem ao mundo em qualquer tempo. Não cantor, não é compositor, não pintor, não cineasta, não é dramaturgo, é uma pessoa.
Viver pessoas é fundamental que vivamos.
O tempo é de Novo Coronavírus, no mundo todo...

quarta-feira, 25 de março de 2020

INDIGNAÇÃO E POVO

Atos de insensatez de uma personalidade, pública no caso, leva à tristeza e indignação.
Ontem 24 o presidente falou em rede nacional coisas que um presidente lúcido jamais falaria. Resultado: indignação do povo.
A indignação levou brasileiros de todas as regiões do país a bater panela e a gritar "fora, Bolsonaro!"
O presidente direcionou sua metralhadora giratória contra a Imprensa e governadores. Faltou chamar o povo de vagabundo. Na verdade, ele fez isso quando desconectado e fora de si disse que todo mundo tinha que trabalhar. Do jeito que disse, faltou só empunhar uma chibata. De Roldão, o presidente, todo investido do cargo, disse, mais uma vez, que o Novo Coronavírus não passa de uma gripinha, de um resfriado, "como bem disse aquele médico conhecido, daquela televisão conhecida".
Destemperado, depois de maltratar os jornalistas, o presidente "recomendou que somente as pessoas com mais de 60 anos de idade poderiam ficar em casa".
Claro que o presidente reclamou da escolas e comércios fechadas. E que isso não pode continuar.
Uma pergunta, pois perguntar não ofende: e as pessoas com mais de 60 anos que ou vivem só ou precisam trabalhar para, ainda, sustentar a casa?
No Brasil, há mais de 60 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade.
Em São Paulo, há cerca de 2 milhões de pessoas que moram sós.
E quanto aos miseráveis da vida que habitam as ruas do Brasil, o que deverão fazer?
E os moradores das favelas, gente humilde, como devem estar depois da fala do ilustre presidente, que vive procurando sarna pra se coçar?
Esse presidente é sem noção, sem limites. Sua língua não cabe no caminhão, mais o seu cérebro cabe e fica sobrando espaço numa caixa de fósforo.


CULTURA
Se os brasileiros fossem depender do Governo pra sobreviver, não viveriam. A propósito: onde anda e o que está fazendo a secretária da Cultura, Regina Duarte?

CONVERSA DE COMPADRE SOBRE O CORONAVÍRUS

o Texto abaixo, uma crônica, foi escrito pelo baiano Tonho do Paiaiá. Paiaiá é um povoado localizado a 225 km de Salvador. É de lá, aliás, o presentador de rádio Carlos Sílvio do programa Paiaiá na Conectados.
O texto de Tonho, no mais perfeito falar baianês, é delicioso.
Confiram: https://tonhodopaiaia.wordpress.com/2020/03/23/cum-nois-voce-num-se-cria-coronavirus/?fbclid=IwAR2S5JzltvdWbHwAE5oWoblK4YfcdchcTYZPgo9WCclMr2D1WIx7MY3khpI


segunda-feira, 23 de março de 2020

CORONAVÍRUS É TEMA DE CORDEL

Não dá pra afirmar que foi o poeta e dramaturgo português Gil Vicente (c. 1465 — c. 1536) quem inventou o folheto de cordel ou a literatura de cordel. Mas dá pra afirmar que foi ele, o primeiro autor a captar o viver do povo e transformar isso em cultura popular.
Foi no tempo de Gil Vicente que o Rei D. João V autorizou aos integrantes de uma espécie de associação constituída por cegos de Lisboa, a vender folhetos para sua sobrevivência. A ideia era fazer o cego ocupar-se e não depender de doações etc.
A literatura de cordel chegou ao Brasil por iniciativa da real coroa portuguesa no século XVII. Os primeiros folhetos, entre os quais A Donzela Teodora, aportaram por estas plagas ali por 1810, 12. A propósito foi o maranhense Arthur Azevedo a fazer a primeira versão de a Donzela Teodora.
Gil Vicente nasceu em 1465.
Em 1865 nascia na Paraíba aquele que se tornaria o "pai dos cordelistas" no Brasil: Leandro Gomes de Barros.
Leandro, que morreu em 1918 deixou uma obra espetacular no campo da literatura de cordel.
A história da literatura popular, é muito bonita.
Na literatura popular se acham todos os grandes temas da vida cotidiana.
Como cego que não tenho o que fazer, resolvi escrever uns versos pra cordel. A capa, que traduz o que escrevi, tem a assinatura do mestre Klévisson Viana.


Confira:
https://institutomemoriabrasil.com.br/pagina/1415409/coronavirus-piolho-do-cramunhao-faz-o-mundo-todo-tremer/


domingo, 22 de março de 2020

PRESIDENTE SEM NAÇÃO


Enquanto o mundo pode socorro, sofrendo com a praga desse novo Corona o presidente do Brasil faz gracinha e debocha dizendo que o que anda por aí é só uma gripinha. Chegou a dizer que se nem uma facada o matou, a gripinha não o derrubará, tá ok?
Os casos de contaminação se multiplica em todo canto. Os óbitos, também.
Na Itália, o número de mortes já beira os 5 mil. Se é que a essa hora do dia, esse número já não beira os 6 mil.
O inimigo é visível. Que dizer, não é, né?
Bom, o presidente nunca perde a oportunidade de esculhambar jornalistas.
O papel da imprensa na história é importantíssima, desde sempre.
Pra relaxar escrevi esses versinhos em homenagem ao P:

Contra tudo, contra todos
O presidente bufão
Fazendo pose de macho
Declara a toda Nação
Que a gripe é "gripinha"
E dela não tem medo, não

Faca não o matou
Ignorância também não
Que diacho o matará
O louco piolho do Cão
Ou sou língua comprida
Que não cabe num caminhão?

Contar só a verdade
É da Imprensa obrigação
Quem faz o inverso mente
Fazendo só confusão
Caso do presidente
Que ama ser falastrão!

AI5
... E pensar que há ainda quem queira de volta o famigerado Ato Institucional nº 5, que fez o Brasil inteiro mergulhar no breu. Meu Deus! Leia: AI5 Nunca Mais!

sexta-feira, 20 de março de 2020

CRENÇA E FESTA NA CULTURA POPULAR



Não era nem uma da manhã quando o Outono rompeu o tempo e chegou, hoje, ao nosso hemisfério. Portanto, já estamos vivendo a bela estação outonal, que se estenderá até junho, quando nos dará a cara o Inverno.
O Outono faz nos convencer de que os dias são mais curtos e as noites são mais longas. E o frio é danado. Lá fora, as árvores mudam de folhas e os passarinhos fazem festa.
Somente no Sul e Sudeste essa estação é mais claramente observada, pois no Norte e Nordeste o clima parece sempre o mesmo no correr do ano todo. Quer dizer, imutável. Lá a seca sempre dá um jeito de se fazer presente, maltratando sertanejos e estorricando o solo. 
Muitos artistas, eruditos ou não, desde sempre compuseram belas peças pra nos lembrar o Outono. O italiano Antonio Vivaldi (1678-1741) foi um desses artistas. Ouça:


O nordestinos são cheios de crenças. 
A Natureza é incrível. Tudo nela, é incrível.
Quando formigueiros trocam o pé da serra por um lugar mais alto, é sinal de que vai chover. E chuva grossa!
Quando a asa branca troca de lugar é porque o lugar trocado vai entrar num período de seca brava.
Se no período correspondente aos meses de novembro e março não chover é porque o inferno vem à terra.
O dia 19 de março, de São José, é a data máxima dos sertanejos. Se não chover até esse dia, da terra não nascerá nada além de poeira e tristeza.
A crença está aliada à sabedoria popular.
O estudioso da cultura brasileira Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), potiguar, deixou nos seus livros um legado invulgar. Em muitos dos seus livros, ele enfoca a simplicidade do povo. Nessa simplicidade se acha retalhos da vivência milenar da vida humana.
O sanfoneiro e cantador Luiz Gonzaga (1912-86) também retratou a vida do povo na sua obra. As crenças estão lá, como a pedra de sal que o sertanejo em que tanto acredita. Expostas num lugar qualquer da casa, essas pedras se amanhecerem umedecidas é sinal de que a terra propiciará fartura naquele ano.
A festa do milho é uma das muitas que o sertanejo promove em junho.
O Rei do Baião traz na sua discografia um LP (A festa do Milho, 1963) que lembra um pouco o saber, no seu estágio puro, do homem do campo. Ouça: 


No acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, se acha a discografia de Luiz Gonzaga e quase todos os livros de Câmara Cascudo. 

quinta-feira, 19 de março de 2020

GATO TAMBÉM É GENTE


Bons tempos: Geraldo e Luna
Mais um gato morreu atropelado por um estúpido voador. Isso aconteceu à boca da noite de segunda 16, numa rua da Zona norte da Capital paulista.
O gato que as rodas do carro do motorista estúpido matou não era um gato qualquer, era um gato grande e bonito com pinta de gente. Chamava-se Geraldo.
Geraldo era um gato dono da noite, rei dos telhados. Tinha miaus diferentes, vários, para momentos muito próprios. Fácil, fácil, conquistava a todos: meninos, meninas, todo mundo. Era uma graça. Negro e manhoso, que nem um puma. Não tinha um cachorro ou cachorra que não gostasse dele, por exemplo. Pidão, no que pedia era sempre atendido. Dono de si, só faltava gargalhar. E jogava-se ao colo de quem escolhia. Era c-a-r-i-n-h
-o-s-í-s-s-i-m-o.
Quem teve a alegria de conhecer o Geraldo, teve a alegria de conhecer um gato, gato. E se, embora rapidamente, um ser feliz. Até o grande historiador José Ramos Tinhorão, paulistano do céu, apaixonou-se por ele. E até dizia: "Esse gato é rico, feliz".
Geral partiu deixando
saudade em corações
infantis e adultos,
como o meu
Pessoalmente, confesso que em muitos momentos senti ciúmes do Geraldo. Aiaiai!
Geraldo era poliglota. Sei, sei, vocês podem achar que estou exagerando. Mas, não. Ele não fala, por exemplo em inglês pra todo mundo. Ele escolhia o interlocutor, que poderia ser francês ou italiano. Os miaus dele eram incríveis. Nada não, Geraldo era quase gente. Não que isso fosse especialmente importante...
Segunda alí pelas sete, Geraldo achou de desafiar a noite dando um pulo na rua. Foi aí que um motorista tresloucado passou por riba dele. Pegou de repente, Geraldo não teve tempo nem de miar. E encantou-se. Sua companheirinha Luna, Leide Luna, anda pra lá e pra cá procurando com seu miau doce de viúva o seu Geraldo.
Embora ciente, de quarentena e cuidando-se do vírus da corona, foi dar uma espiadinha fora de casa e...
Dados do IBGE indicam que há 22 milhões de gatos no Brasil. Agora, menos um.
No livro mais recente do cartunista Fausto, Gataiada (capa ao lado). Minha por ele foi registrada a frase: "Eu não sei, você não sabe, mas há quem ache que o gato também é gente". Essa frase tem haver com Pistolinha, que também foi atropelado há uns cinco meses.
Pistolinha era um gato miúdo e alegre, feliz, que enchia de beleza a casa do Fausto.
Geraldo era um gato grande e bonito com pinta de gente.



segunda-feira, 16 de março de 2020

VERÍSSIMO, VIETNÃ: O PRISIONEIRO



O exército norte-americano cometeu uma das maiores atrocidades numa guerra. Foi no dia 16 de março de 1968 numa aldeia de My Lai, no Vietnã. Brutalmente assassinadas crianças, homens e mulheres. No total mais de 500 pessoas.
Esse massacre lembrou-me a cantora Joan Baez, o jornalista José Hamilton Ribeiro e do escritor Érico Veríssimo (1905-1975), esse último autor do romance O Prisioneiro (Editora Globo; 1ª edição, 1967).
Veríssimo identifica o lugar onde transcorre a história num ponto qualquer da Ásia, próximo à China.
Os personagens principais são um tenente que deixa o seu país para servir fora, sob o comando de um coronel.
O coronel determina ao tenente que interrogue um prisioneiro. E isso pouco antes de o tenente retornar ao seu país de origem e já no fim do livro.
O romance é fortíssimo e bem movimentado. Fantástico!
Na terra onde foi prestar serviço militar, o tenente faz amizade com uma voluntária francesa que dedica todo o seu tempo a ajudar crianças órfãs. Ele à ela conta toda sua história.
O romance chega ao ápice com a explosão de um bordel no qual se achava uma prostituta por quem o tenente se apaixonara. Nenhum dos personagens tem nome no livro, à exceção da prostituta que aparece apenas pela letra K.
Veríssimo também não diz, mas deixa crer que o lugar onde se passa a história é o Vietnã.
E foi no Vietnã, no dia 20 de março de 1968, que Hamilton Ribeiro pisou numa bomba e foi aos ares. Escapou, mas deixou lá um pedaço do seu corpo. Antes disso, a cantora e instrumentista nova-iorquina Joan Baez foi às ruas com Martin Luther King (1929-68), chamando a atenção do mundo para os horrores da guerra.
José Hamilton Ribeiro é o jornalista mais premiado do Brasil e também um dos escritores mais festejados. Lê muito e é viciado em moda de viola. Pra ele escrevi o poema ZÉ:

O mundo anda perdido
Que nem galo sem terreiro
Que nem um cego sem guia
Ou barco sem timoneiro
Mas ainda bem que tem
José Hamilton Ribeiro

 Repórter de boa cepa
Ouro puro, verdadeiro
É um galo bom de briga
Doido por galinheiro
Hoje seu nome é marca
Do jornalismo brasileiro

Na pauta desse José
Tem sanfona, tem pandeiro
Tem cantiga de Matuto
E prosa de marrueiro
Fora isso ainda tem
Verso, viola e violeiro

Ele foi a todo o canto
Foi até o estrangeiro
Foi à luta, foi à guerra
Lutou foi bom guerreiro
Caiu mas levantou-se
De modo muito ligeiro

Incansável segue firme
Livre, leve e faceiro
Redescobrindo na vida
O prazer aventureiro
De fazer mais reportagens
Com o carimbo Zé Ribeiro

Novas guerras continuam
No Brasil, no mundo inteiro
É gente matando gente
Por nada, só por dinheiro
Mas nem a morte mata
José Hamilton Ribeiro

JÚLIO MEDAGLIA DÁ SHOW NO PAIAIÁ

O maestro paulistano Júlio Medaglia deu uma das mais espontâneas e esclarecedoras entrevistas que já ouvi. Foi sábado 14 no programa Paiaiá, apresentado pelo baiano Carlos Silvio. Durou uma hora. Do meio dia às 13hrs.
O apresentador começou o programa apresentando o entrevistado. Em seguida, brincou dizendo que ambos tinham pelo menos um ponto em comum: o futebol.
Silvio é goleiro de um time de Varzea e Medaglia foi ex-goleiro e por pouco não profissionalizou-se.
O maestro revelou que na infância costumava pular o muro do estádio do Palmeiras para, como penetra, acompanhar os treinos do seu time: o Palmeiras. E entre uma pergunta e outra, o grande maestro brasileiro contou que virou músico por acaso, pois nenhum parente próximo tinha nada a ver com música.
No começo encantou-se com uma réplica de violino. Coisa de brinquedo. Até que um dia ganhou um violino de verdade e aí não teve mais jeito, transformou-se no artista que todo o mundo aplaude com carinho e respeito.
Dentre os compositores brasileiros de preferência de Medaglia estão Carlos Gomes e Caetano Veloso. Pois é, do erudito ao popular.
Júlio Medaglia já regeu grandes orquestras do Brasil e do Exterior.
Ainda neste ano, na Hungria, Medaglia deverá voltar a reger orquestra interpretando O Guarany.
O Guarany, estreou mundialmente na noite de 19 de março de 1870. O palco dessa apresentação foi o Alla Scala de Milão, Itália. Logo após o concerto, o compositor italiano Giuseppe Verdi (1813-1901) respondendo a um repórter disse: "Esse moço começa por onde eu termino." Esse moço era o paulista de Campinas Antonio Carlos Gomes (1836-96).
O que tem a ver Caetano com Medaglia?
Bom, prefiro que vocês descubram o ponto comum entre os dois acompanhando a entrevista feita pelo craque Carlos Silvio. Cliquem:



sexta-feira, 13 de março de 2020

DITADURA NUNCA MAIS! (1)

O dia 15 de março é histórico, no Brasil.
Foi nesse dia que o carioca João Baptista Figueiredo (1918-99) encerrou o ciclo de generais presidentes da República, inciado com o golpe militar de 1964. Esse golpe foi deflagrado na madrugada do dia 1º de abril.
Também a ver com o 15 de março é o fim do governo do gaúcho Ernesto Geisel (1907-96) iniciado, aliás, no 15 de março de 1974.
Figueiredo foi aquele que dizia preferir cheiro de cavalo a cheiro de gente.
Geisel foi aquele da abertura democrática, cujo o processo seria lento, gradual e seguro. Foi no decorrer desse processo que brasileiros e brasileiras exilados começaram a retornar ao País.
A história é longa, mas não podemos esquecê-la.
Será que o atual presidente da República está planando semente daninha pra o governo assumir o País todo fardado?



segunda-feira, 9 de março de 2020

ROSIL CAVALCANTI PARA BONS OUVIDOS

Após três anos o público consumidor de boa música tem a oportunidade de escutar com prazer meia dúzia de títulos do pernambucano Rosil Cavalcanti (1915-68). Essas músicas receberam especial atenção do compositor e instrumentista Jorge Ribbas. São elas: Aquarela Nordestina, Vassoureiro, Tropeiros da Borborema, Pacífico Pacato, Sebastiana, Meu Cariri.
O talento inventivo de Ribbas o levou a enveredar no mundo de Cavalcanti como poucos o fizeram até agora. Foi mergulho profundo e o resultado, uma delícia.
As músicas selecionadas por Jorge Ribbas foram diversas vezes gravadas por grandes nomes da melhor música do Brasil, entre os quais Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Marinês.
Para ajudar na missão de rever ou revisitar um pouco da obra de Rosil Cavalcanti, Ribbas convidou os craques Marquinho Drums (bateria) e Rainere Travassos (baixo). O resultado, repito: uma delícia!
As músicas rearranjadas por Jorge Ribbas se acham em todas as plataformas digitais, como Spotify, Deezer.
Ah! Ia-me esquecendo: o bloco de músicas de Cavalcanti escolhido por Ribbas, encerra com um forró assinado por mim e por ele, intitulado Viva Rosil! Ouça:


LEIA TAMBÉM:

sexta-feira, 6 de março de 2020

SOMOS TODOS IGUAIS, HOMENS E MULHERES



A cantora e instrumentista Inezita Barroso
morreu no dia 8 de março de 2015.
Ela também foi uma guerreira,
despreconceituosa e ativa
A Venezuela anda quebrada e a população mais humilde, também.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro foi à televisão estatal para convocar as mulheres a engravidar. Disse ele: "Vão parir, pois, vão parir! Todas as mulheres tendo seis filhos, todas. Que cresça a pátria!".
Há muito desaforo contra as mulheres, no Brasil e em todo canto.
A Constituição brasileira, de 1988, garante no seu artigo 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
        I -  homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição...”
O Dia Internacional da Mulher é há muitos anos lembrados no dia 8 de março. O que provocou isso foi um incêndio que matou muitas operárias numa fábrica estadunidense. Esse incêndio foi provocado pelos donos da fábrica. Clique: 8 DE MARÇO: DIA INTERNACIONAL DE TUDO QUE É BOM
Em 2019, quer dizer ano passado, foram registrados 1.314 feminicídios, maior parte no Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia.
Casos de feminicídio são encontrados na vida real e na literatura romanesca do Brasil, desde José de Alencar (1829-1877) a Manoel de Oliveira Paiva (1861-1892). Leia: O FEMINICÍDIO NAS ARTES.
A grande Clarisse Lispector (1920-1977) também abordou a questão feminicídio no conto A Língua do P, de 1974. Leiam: A LÍNGUA DO P
A luta das mulheres por igualdade ocorrem no mundo todo e há muito tempo. Clique:



quinta-feira, 5 de março de 2020

MAIS UM MAL DOS TEMPOS

O mundo é uma bola e como tal vive rodando, nos entonteando. Desde sempre.
As mazelas que nos chegam, nos matam. Não são poucas e vem de longe.
As desgraças mais recentes, desde a Idade Média, dão conta de milhões de mortes provocadas por doenças de muitos tipos.
A peste negra matou milhões e milhões de pessoas ao deixar seu berço, a China, e seguiu serelepe ceifando vidas no Continente africano, Itália e daí, Europa. Isso, em fins do século 14. Essa peste passou pelos Estados Unidos e chegou a “nostra” América.
O último caso de peste negra, ou bubônica, foi registrada no Ceará há poucos anos.
Além das guerras no Oriente Médio e noutras partes, agora temos entre nós, o chamado Corona Vírus, que resulta na COVID-19. Esse novo vírus já matou milhares de pessoas na China, Irã, Espanha, França, Itália.
Noutros tempos, o assunto já teria rendido tema para cordelista e compositores da música popular. Como isso não ocorreu até agora, entro no tema escrevendo os versos em sextilha que seguem.

Corona Vírus chegou
Montado num furacão
Chegou bem de repente
Provocando confusão
Enchendo de medo o mundo
Desde China até Japão


Claro que dá pra dizer
Que é mais forte que tufão
Mais terrível que pitbull
Quando parte para ação
Corona vírus mata

Olhe bem, preste atenção

Muitos seres já morreram
Muitos outros morrerão
Esse vírus se alastra
Como praga em algodão
Não tem pena de ninguém
Nem de ateu, nem de cristão

Voa nas asas do vento
Que nem piolhos do cão
Está em todo canto
Contaminando nação
Deus, que bicho é esse
Com tanto poder de ação?

Invisível é esse bicho
Maldito sem coração
Mata pobre, mata rico
Com ele não há perdão
Veneno é sua foice
Seu machado, seu facão


O mundo contaminado
Assusta população
Que indefesa fica
Fazendo sua oração
Apostando ser possível

Haver fim pra maldição

Filho da peste negra
Terror, horror, danação
O bicho feio mata
Pela boca, pela mão
Já nem se pode beijar
Isso é fato, meu irmão!

Ouvi repórter dizer
No rádio, televisão
Terrível é esse vírus
Que maltrata cidadão
Que põe fim a bom abraço
E impede apertar mão

Apanhar maldito vírus
É ganhar condenação
É ganhar um passaporte
Só de ida num caixão
O bicho pega e mata
Sem qualquer explicação

O mundo ficou doido
Agitado, em convulsão
Não se sabe o que fazer
É grave a situação
Os governos procuram
Para o mal a solução

Especialistas pedem
Para o povo lavar mão
Para o povo se cuidar
Pra não dar bobeira, não
Indícios fazem crer
Ser o Bode a maldição

Parece fim de tudo
De um tempo em perdição
Não há muito o que fazer
Pra possível salvação
Ora pois, vou perguntar:
Jesus Cristo foi-se em vão?


PAULO CARUSO NO PAIAIÁ



quarta-feira, 4 de março de 2020

INEZITA BARROSO, SAUDADE...

Inezita gravou discos em todos os formatos. No link aí, Zuza Homem de Melo e eu falamos sobre a importância dessa artista: https://youtu.be/m01TTKdiEpM


No dia em que a cantora Inezita Barroso completaria noventa e cinco anos de idade, a atriz e instrumentista Adelaide Chiozzo trocaria esta terrinha maluca pelo céu estrelado de Deus.
Adelaide nasceu no dia oito de maio de 1931, em São Paulo. Ficou famosa, primeiro, como atriz do cinema e da televisão. Participou de uma dezena de filmes e começou a gravar discos na década de 1950. Entre as gravações que fez estão Sabiá na Gaiola (Hervé Cordovil e Mário Vieira) e Beijinho Doce (Nho Pai). Curiosamente, também gravou uma música do ator premiado Anselmo Duarte em parceria com Bene Nunes: Pedalando, polca.
A primeira gravação de Sabiá na Gaiola foi feita pela cantora Carmélia Alves (1923 – 2012)
Nós, brasileiros, estamos perdendo o bom hábito de ler livros, ouvir boa música e lembrar dos nossos grandes artistas.
A cantora e instrumentista Inezita Barroso, de batismo Ignês Magdalena Aranha de Lima (1925 - 2015) deixou-nos uma obra grande e ótima. Gravou tudo de bom que queria gravar, incluindo modas de viola, emboladas, toadas, sambas e choros.
Inezita nasceu num 4 de março, de Carnaval, e partiu rumo à eternidade no dia 8 de março, dia Internacional da Mulher. Deixou saudade, muita saudade, uma filha (Marta) e netos.
Inezita frequentava minha casa e eu a casa dela.
Nunca emborcou um copo de cachaça, mas adorava entornar um uisquinho, sem gelo. Fiz-lhe companhia muitas vezes, nesse salutar exercício de levantamento de copo.
Eu e Inezita frequentávamos o extinto restaurante Parreirinha, ao lado de Jamelão, Miltinho, Adoniran.
Escrevi um livro sobre ela: A Menina Inezita Barroso (Cortez Editora; 2011). A ideia, era escrever outro. No primeiro, conto a sua história até os dezessete anos de idade...
Escrevi muito sobre Inezita Barroso, em jornais e revistas. E participei algumas vezes do seu programa, Viola Minha Viola (TV Cultura, canal 2, SP). Ela também participou várias vezes dos programas que apresentei nas rádios Capital e Trianon.
Foi em Recife, PE, que Inezita iniciou a carreira musical. Isso no velho teatro Princesa Isabel, pelas mãos de mestre Capíba. Bela história é a dela. Gravou em 78 RPM, compactos de 33/45 RPM, LP’s, e CD’s.
Inezita estreou em disco em 1951, mas foi a partir de 1953 que ela passou a chamar a atenção do público e crítica. Nesse ano, ela gravou o samba-canção que se tornaria clássico: Ronda, de Paulo Vanzolini (1924 - 2013). Ela costumava a guardar tudo que gravava, incluindo entrevistas à emissoras de rádio e televisão. Guardava também recortes de jornais e revistas a seu respeito.
Uma vez Inezita deixou escapar que não tinha na sua discografia material o 78 RPM que trazia Ronda. Pouco depois presenteei-lhe com um exemplar desse disco.
Pouco antes de Inezita morrer, o multi-instrumentista Papete e eu compusemos A Brasileira Inezita Barroso. Ouçam: https://youtu.be/lvOcOmTo4PI
Em 1998, eu Fernando Faro e outro participamos no programa Roda Viva entrevistando a grande cantora: 



terça-feira, 3 de março de 2020

COM O CORONA VÍRUS, VÃO SE EMBORA O BEIJO E O SEXO

É sempre importante ler Luís Câmara Cascudo. A 1ª edição do Dicionário do Folclore Brasileiro é de 1954...
O corona vírus é mais uma praga que está chegando ao Brasil via Itália. São dois casos confirmados em São Paulo. Mas já passa de 400 o número de pessoas suspeitas de portarem consigo o diacho desse vírus.Vírus que os gringos do norte chamam de "vairus". Corona vírus é corona vírus, ou COVID-19, outra denominação pra essa praga.
Ouvi em algum lugar que já houve corona vírus lá pro lado da China, de onde está vindo para empestear o mundo. Porisso dizem que o atual corona é um novo corona. Fato é que novo ou velho corona é praga. Isso me faz lembrar a praga que foi a peste negra ocorrida em fins da Idade Média, surgido, vejam vocês!, também na China. Da China para a África, da África para Itália, da Itália para Europa e de lá Estados Unidos, América Latina... Não faz muito, em Fortaleza o vírus da peste negra foi detectado em cearenses. Peste negra porque o vírus provocava manchas negras na pele. Mas essa é outra história. Ou não?
Acabou de escutar no rádio notícia dando conta de que a Santa Igreja Católica acaba de sugerir — ou proibir? — ao cristãos que não aperte a mão nem abracem os seus semelhantes na igreja. Essa recomendação me leva a pensar num desastre enorme que está por vir como consequência do corona.
O gesto de apertar a mão e abraçar alguém, data de milênios.
No velho Egito, descobriram-se hierógrafos com imagens de alguém apertando a mão de alguém. Falou-se de um deus apertando a mão do faraó. Que seja.
Uma vez mestre Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) respondeu a uma pergunta que lhe fiz sobre a origem do aperto de mão. A resposta foi mais ou menos esta: Na antiguidade, chefes guerreiros apertavam-se as mãos para indicar que estavam desarmados e dispostos a por fim ao um conflito qualquer.
Esse gesto a que se refere Cascudo, espalhou-se até os dias atuais.
O abraço entre as pessoas surgiu como cordialidade, uma maneira natural de as pessoas manifestarem seu apreço por outras.
Tudo isso pode acabar com a chegada sempre imprópria de mais um vírus maldito entre nós.
E como uma coisa puxa outra, pergunto aos meus botões: se acabar o aperto de mão, se acabar o abraço, o que vai sobrar a nós seres humanos?
Conclusão: ouço dos meus botões a indicação de que o ato de beijar, praticar sexo também vai se acabar.

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