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domingo, 14 de fevereiro de 2016

O POEMA DOS OLHOS

Eu sempre gostei de poesia. O primeiro livro de poemas que li tinha como autor o meu conterrâneo Augusto dos Anjos. Eu devia ter ali uns 12 ou 13 anos. Apaixonei-me por essa forma de expressão. E aí li, li, li e continuo cada vez mais encantado com a poesia. Cheguei até a gravar em disco poemas de autores vários, com Zé Ramalho, Elba Ramalho, Jackson Antunes, entre outros amigos.
A Canção do Exílio, que todo mundo sabe de quem é - de Gonçalves Dias - é um poema que me marcou profundamente. No hino nacional, ele está lá. Um pedaço, pelo menos.
Eu gosto de poesia e às vezes até me arrisco a fazer...


O VERBO E O TRAÇO COM TINHORÃO E FAUSTO

A conversa sexta 12 em casa com Tinhorão, para quem sempre abro as portas todas as quartas e sextas com alegria e respeito, girou sobre assuntos vários. Começamos falando sobre Portugal, fado, Dom João VI e guerras napoleônicas. E de repente, adentra o ambiente o cartunista paulista Fausto.
Fausto é meu amigo dos tempos da Folha, Folhetim e da Última Hora do meu querido Oswaldo Mendes, que é jornalista, compositor, ator, diretor de teatro e o escambau.
Fausto é um menino do meu tempo, cheio de prosa; cheio de graça e traço...
E quando o Fausto chegou, a conversa ficou mais rica. E aí falamos sobre os Cruzados ingleses que puseram pra correr, em 1147, os mouros de Portugal. Os caras eram folgados... De cara, Tinhorão arrematou: “os ingleses são sacanas e mostraram isso ao logo do tempo explorando Portugal”.
O danado é que o diacho do Tinhorão se preparou pra falar e escrever sobre História, o que tem feito com extrema ousadia e categoria.
Na fuga planejada da família Real para o Brasil, a Inglaterra teve importância fundamental, inclusive escoltando a esquadra que trouxe ao Brasil cerca de 13 mil portugueses da Corte portuguesa. 
Parceiro é parceiro. 
E a parceria com Portugal, firmada com os ingleses lá atrás, foi cumprida.
Sem a parceria com os ingleses, duas coisas poderiam ter acontecido: ou o medroso e bonachão D. João VI cairia ou ficaria de pé diante da tropa de Napoleão. Mas prevaleceu a covardia do Imperador, que poderia ter vencido Napoleão e permanecido no seu reino.
E falamos, falamos, falamos...
Na conversa entraram Gutemberg, criador dos tipos móveis que revolucionariam a imprensa, em 1492; Lutero, Da Vinci, Michelangelo, Copérnico, Galileu, que pagou pecados não cometidos.
Na nossa conversa entraram muitos temas, como sempre.
Conversar é muito bom.
Teve uma hora que o Fausto perguntou algo que não me lembro, mas que tinha a ver com Nelson Rodrigues.
Tinhorão é personagem da história rodriguiana Bonitinha mas Ordinária.
E quando dei por mim, o Fausto estava desenhando a minha cegueira.
E conversamos sobre música, naturalmente, poesia, jornalismo, religião e até sobre o mosquito Aedes Aegypti; mosquitinho, que chamou à "luta" nossas soldadas e soldados das nossas três forças: Exército, Marinha e Aeronáutica.
Pois é, quem diria, hein?! Um mosquitinho com carinha de besta, vindo da África de 1947, fazer um estrago desse?
Poxa, nos anos 80 eu trabalhava na TV Globo e, naquela época, o mosquito já aperrava todo mundo. As pautas sobre ele davam ibope. O ibope continua e a nossa irresponsabilidade também.

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