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sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

DEPOIS DIZEM QUE O CEGO SOU EU

O jornalista e historiador José Ramos Tinhorão (1928-2021) morreu cego.
O querido amigo cantor Roberto Luna já perdeu uma visão e a outra está sumindo, ele próprio revela.
Há muita gente por aí afora que têm olhos e não veem. É fato.
Não se sabe o total de pessoas portadoras de deficiência no Brasil, mas segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, o número se acha na casa dos 40 milhões.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas, ONU, cerca de 10% da população mundial, de quase 8 bilhões, carrega consigo problemas físicos, intelectuais etc.
Criado pela ONU, em 1992, hoje é o dia internacional da pessoa com deficiência.
No Brasil, pesquisas de 2010 feitas pelo IBGE indicam que há pelo menos 1 milhão de pessoas totalmente cegas ou de baixa visão.
Deficientes sofrem com todo o tipo de situação, mesmo com a Lei Brasileira de Inclusão, LBI, estando em vigor desde 2015.
Poucas empresas, pra dizer o mínimo, cumprem o que manda a lei.
É dura essa realidade.
O que fazer pra que essa realidade seja mudada?
No último 25 de novembro a Plim Plim andou passando o rodo mais uma vez nos seus pavimentos. Dessa vez foram para o olho da rua grandes profissionais, como Isabela Assumpção e José Hamilton Ribeiro.
José Hamilton Ribeiro, o mais premiado jornalista do País, perdeu parte de uma perna quando cobria a Guerra do Vietnã. Ele pisou numa bomba e pimba! Perdeu, no dia 20 de março de 1968, parte da perna esquerda.
Esse Zé tem uma obra incrível e, pessoalmente, é um cidadão completo. Tem 15 livros publicados e uma história inesquecível.
Eu perdi a luz dos meus olhos em fevereiro de 2013, após várias cirurgias a que fui submetido no Hospital das Clínicas, HC.
Não foi mole a experiência, também inesquecível e que levarei pra sempre comigo. Mas não esmoreci, embora tenha penado muito.
No decorrer dos últimos anos escrevi uma adaptação para canto e cordel do belíssimo poema de Luís Vaz de Camões (1524-1580).
O épico de Camões, publicado originalmente em 1572, é uma obra-prima, que transformei em uma ópera popular que desejo ver no palco. Nesse período também, especialmente no correr da pandemia, publiquei folhetos de cordel, escrevi uma peça e músicas, além de textos especiais para o newsletter Jornalistas&Cia. O mais recente, Imprensa Negra, Resistente e Heroica.
Fora isso, ensaiei uma estreia que não houve na Rádio Cultura. O programa, que eu apresentaria com a produção da colega jornalista Cilene Soares, iria se chamar Raízes do Brasil.
É isso, né?
Depois dizem que o cego sou eu, aham!
Noutro dia o colega jornalista Marcus Aurélio telefonou-me. E conversa vai, conversa vem, foi ao ar na rádio que ele cuida o papo abaixo:

 
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E o meu Instagram, hein? @assisangelo_imb

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