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quinta-feira, 23 de junho de 2022

ADEUS PAULO DINIZ!

Paulo Diniz, Marcelo Melo (Quinteto Violado) Jarbas Mariz e Cátia de França

Paulo Diniz e Jarbas Mariz, em 1982
O Brasil está de luto. E se não está, deveria. Motivo é o desaparecimento do cantor e compositor pernambucano Paulo Diniz.
Paulo Diniz, de batismo Paulo Lira de Oliveira, era também instrumentista. Tocava violão que só. Nasceu em Pesqueira.
Pesqueira é uma cidade distante 215km da Capital recifense.
A primeira gravação de Paulo Diniz, em disco, ocorreu em 1966. Nesse ano, Vandré e Chico Buarque tinham as músicas Disparada e A Banda empatadas, no II Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela TV Record. Mas essa é outra história.
A carreira profissional de artista Paulo iniciou no Rio de Janeiro, onde passou a morar em 1964. Lá seus primeiros amigos foram Paulinho da Viola e Caetano Veloso.
Não recordo bem o ano, mas Paulo Diniz participou umas duas vezes do programa São Paulo Capital Nordeste. Nesse programa, que apresentei na Rádio Capital durante mais de 6 anos, ele cantou e tocou coisas lindas. Entre essas coisas lindas Canção do Exílio.
Canção do Exílio é, originalmente, um poema do maranhense Gonçalves Dias feito em Coimbra, Portugal, musicado por Paulo.
Paulo também musicou um belíssimo poema de Carlos Drummond de Andrade: E Agora José?
Do meu programa, ele participou numa cadeira de rodas. Motivo: Esquistossomose que pegou num banho de rio, em Minas. 
Paulo Diniz morreu ontem 22 nos primeiros minutos da madrugada.
Dono de uma voz rasgada, meio anasalada e possante, deixou marca profunda na nossa música popular e amigos, como Jarbas Mariz.
A propósito, Jarbas chegou excursionar com Paulo Diniz no começo dos anos de 1980 (foto acima).
Jarbas lembra:
"Sempre fui fã de Paulinho, no começo da minha trajetória nos conjuntos de baile eu cantava as músicas de Paulo Diniz. De repente eu to com ele tocando junto no Projeto Pixinguinha ao lado de Cátia de França e do Quinteto Violado. Em 1982, fizemos shows do Rio até Belém do Pará passando por todas as capitais do nordeste. Em Belém que era a última cidade do Projeto, Paulo Diniz me chamou pra fazer 14 shows em Manaus, e assim foi feito. Depois ele me chamou pra ir tocar com ele na festa do caju em Fortaleza, ficamos uma semana por lá, fizemos Recife, voltamos pra Fortaleza até que o tempo passou e aqui em São Paulo eu e Luís Wagner falamos com Luís Carlos Bahia pra trazê-lo pro projeto da UMES, tocamos juntos mais uma vez. Gravei Severina Cooper (Acioli Neto) e José  (Paulo Diniz e Drummond) inspirado na sua performance. Saudades, descanse em paz Paulinho".
 

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