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terça-feira, 14 de julho de 2020

AMOR EM TEMPOS DE PANDEMIA

Fala-se de pandemia no mundo inteiro, de todas as formas.
A pandemia desperta atenções e perigos.
Recomendam-se tudo sobre a pandemia gerada pelo novo Coronavírus.
Diz-se: faça isso, faça aquilo. Tome cuidado. Precavenha-se.
Tudo é dito a favor de todos, sobre a peste pandêmica provocada pelo novo Coronavírus.
O homem dorme, o homem acorda.
A mulher dorme, a mulher acorda.
Todos dormimos e acordamos, imaginando que estaremos sempre no amanhã.
O amanhã é sorrir, e chorar, é tossir, é ter dor de barriga. É também planejar, imaginar um futuro positivo pra si, pra nós, pra todos.
O homem e a mulher vivem, de preferência em paz um com o outro.
Rádio e televisão orientam as pessoas a se comportarem bem diante da loucura epidêmica que todos nós vivemos, hoje.
Fala do negro, fala do branco, que bom.
Que bom que falássemos de igual pra igual, que entendêssemos o branco e o negro como pessoas iguais a nós: negros e brancos, brancos e negros. Ricos e pobres, também.
É tabu falar da urgência humana, em/ou/sobre determinados pontos.
Trezentos anos depois de Cristo, um indiano incrível cujo o nome não me lembro, escreveu uma espécie de manual que hoje conhecemos como Kama Sutra.
Esse manual traz mais de 500 posições sexuais, praticadas por um homem e uma mulher.
Consegui, eu, exercitar 4 ou 5 só do que consta desse manual. Papai e mamãe etc.
Mas o manual escrito pelo indiano, não traz só a indicação do prazer em posições diversas entre uma pessoa e outra. Tem ensinamento, nisso tudo. Tem sabedoria, conhecimento, ou tentativa de conhecimento entre pessoas. Filosofia.
Pergunto, neste tempo terrível de pandemia provocada pelo novo Coronavírus: por que a imprensa e intelectuais e especialistas não falam, não dão orientação, sobre a questão mais simples do mundo. Um homem e uma mulher se amando, procriando com prazer. Tão simples.
Por que não se fala de sexo, neste tempo duro de pandemia, em que poucos visitam poucos?
Tabu é tabu e como tabu não é bom, isso precisa ser quebrado.
O tabu precisa ser quebrado, inclusive no tocante sexo.
Em abril de 1980, a TV Globo inaugurou o programa Tv Mulher. Nesse programa, a paulistana Marta Suplicy apresentava um quadro em que falava sobre sexo, educação sexual, para todos. É por ai. 
Outro dia o novo ministro da Educação, Milton Ribeiro, meteu o pau numa universidade do Rio de Janeiro. Ele fez crer que a universidade era uma espécie de Sadoma e Gomorra. Ai, ai, ai, pelo jeito estamos lascados. 

MÁRIO SOUTO MAIOR, 100 ANOS


Estudiosos da cultura popular brasileira são, podemos dizer, uma raça em extinção.
O pernambucano de Bom Jardim Mário Souto Maior foi uma espécie de Câmara Cascudo. Levava a sério tudo o que fazia, principalmente no que se referia às coisas do cotidiano popular.
Deixou mais de meia centena de livros publicados, entre os quais Dicionário do palavrão e termos afins. Proibido pela ditadura militar, esse livro só chegaria às mãos dos leitores no começo dos anos 1980.
O dicionário do palavrão tem cerca de 3.500 verbetes. Similares da França e da Alemanha registram mais ou menos 9.000 termos de baixo calão. Mas foi um começo. Quem sabe um dia teremos um livro mais completo reunindo a baixaria popular.
Souto Maior foi jornalista, poeta, contista, advogado, promotor público e até prefeito de Orobó (PE). Foi também pesquisador emérito da Fundação Joaquim Nabuco.
Tive a alegria de ter um dos meus livros prefaciados por Mário. Esse livro, Dicionário Catrumano (1966), eu escrevi em parceria com o violeiro cantador Téo Azevedo. É um livro que reúne cerca de 3.000 palavras até então não dicionarizadas.
Dois anos depois foi a minha vez de prefaciar um livro de Mário: Orações que o povo reza (Ibraza, 1998). Mário Souto Maior nasceu em 14 de julho de 1920. Há cem anos, portanto; e morreu em 25 de novembro de 2001, em Olinda (PE).
O acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) tem quase todos os livros dele.


CORNÉLIO PIRES E POLÍTICA

Eu já disse e repito: Cornélio Pires foi um brasileiro muito importante.
De família humilde, e numerosa, Cornélio deixou sua terra natal (Tietê, Sp) pra tentar a faculdade de Farmácia em São Paulo, Capital. Foi reprovado e encontrou o caminho profissional pra se fazer presente na vida.
Poeta, contista, humorista, tinha uma visão muito clara do Brasil, mesmo depois que se fosse, o que ocorreu em 1958.
Em 1910, Cornélio trabalhou na campanha do baiano Rui Barbosa (1849-1923) à presidência da República.
Rui teve formando a sua chapa o então governador de São Paulo, Albuquerque Lins (1852-1926). Perdeu para o marechal gaúcho Hermes da Fonseca (1855-1923).
A campanha da presidência da República de 1910 foi braba.
Cornélio Pires exerceu também a profissão de jornalista em Folha de S.Paulo, Cidade de Santos, O Movimento (São Manuel, Sp), O comércio (Sp), e revistas, O Pirralho, O Saci e o Maio, essa última do Rio de Janeiro.
O Maio foi fundado em 1902 e durou até 1954, coincidentemente, o ano da morte do segundo presidente gaúcho, Getúlio Vargas.
Há quem me pergunte por que falo tanto de política neste Blog. Simples, a vida é arte e arte é política.
Curiosidade: Hermes da Fonseca, o terceiro marechal presidente, foi o primeiro ex-presidente a ser preso. Depois dele, mais sete. O último, Temer.
Voltarei ao assunto.
Cornélio Pires deicou como legado dois filmes: Brasil Pitoresco (1923) e Vamos Passear (1934). Fora isso, 23 livros e 52 discos de 78 RPM produzidos de modo independente entre 1929 e 1931.
A obra de Cornélio se acha no Instituto Memória Brasil (IMB).
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