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quarta-feira, 6 de novembro de 2024

A LITERATURA EM FESTA

Começa amanhã 7 vai até sábado 9 a 9ª Festa Literária de Cidade Tiradentes, a FLICT. Dessa festa participarão autores da região.
Segundo o poeta cordelista Pedro Monteiro "neste ano a FLICT homenageia Milton José Assumpção, poeta, palhaço e dramaturgo que viveu em Cidade Tiradentes e escreveu sobre as histórias do nosso povo".
Da programação da 9ª FLICT constam, ainda segundo Pedro, "saraus, slam, batalha de rima, circo, teatro, música e conversa com escritores".
A Festa Literária de Cidade Tiradentes ocorrerá nas dependências do Centro Cultural Arte em Construção, localizado à Av. dos Metalúrgicos, 2100, Bairro Cidade Tiradentes.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

O POPULAR E O ERUDITO NO CÉU

O compositor e humorista paulista de Martinópolis Ary Toledo deixou essa terrinha doida de tiros, pipocos e geral um dia depois do vendaval que atingiu São Paulo e outros lugares, matando, ferindo e deixando milhões de pessoas na escuridão e sem água potável.
Ary Toledo nasceu no dia 22 de agosto de 1937, curiosamente no Dia Internacional do Folclore.
Com certeza posso dizer que Ary foi o humorista com o maior repertório de piadas e causos que contava com naturalidade no Rádio, na TV, em todo canto.
Conheci Ary Toledo nas dependências da extinta gravadora Copacabana, cá em Sampa. Na ocasião, ele me apresentou, enquanto bebericávamos, a cantora dançarina Gretchen, que estava iniciando carreira. Viramos amigos. Frequentei muito a sua casa. Faz tempo, algum tempo.
Eu e Ary falávamos por telefone, não com muita frequência. E a vida segue.
No correr da sua carreira, Ary foi estrela das TVs Tupi, SBT e tantas e tantas mais. Cantava, tocava violão. Deixou bons discos, bons LPs. Seu maior sucesso em disco e no palco foi Pau de Arara, de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes. Essa música foi gravada ao vivo no Teatro Record, em 1965. Saiu pela extinta Fermata/RGE. Pra lembrar, ouça:


Ah! Sim: Ary Christoni de Toledo foi-se embora na manhã do dia 12 desse mês de outubro, depois de internado durante algum tempo no Hospital Sírio Libanês.

SAUDADE

Hoje é dia de saudade pra quem gosta de boa música.
Nascido no dia 2 de novembro de 1883, o craque do violão João Pernambuco morreu no dia 16 de outubro de 1947. Deixou poucos discos gravados, mas todos de ótima qualidade. Foi amigo do maestro Villa-Lobos. A Villa deve-se a informação de que Pernambuco foi o autor da melodia da belíssima Luar do Sertão. Tida, por muito tempo, ser toda de autoria do maranhense Catulo da Paixão Cearense (1863-1946).
Atenção: hoje também é dia da saudade do compositor erudito Alberto Nepomuceno.
Nepomuceno morreu no dia 16 de outubro de 1920. 
Neste 2024 completam-se 160 anos de nascimento do cearense Nepomuceno.
Lembro que uma vez o querido Belchior sugeriu-me, num dos encontros lá na minha casa, que eu escrevesse um livro sobre o seu famoso conterrâneo. Fiquei devendo.
Sobre Alberto Nepomuceno, leia mais: ALBERTO NEPOMUCENO, 100 ANOS

domingo, 29 de setembro de 2024

TEMPO QUE VAI NÃO VOLTA


Um ano tem 12 meses, 52 semanas e 365 dias. 
Eu já vivi um bocado dessa coisa chamada tempo. Senão, vejamos: 864 meses, 3.760 semanas e 26.300 dias pelo menos. Um pouquinho mais, um pouquinho menos. 
Os números aí fecham um longo ciclo de 72 anos vividos Brasil afora, incluindo passagens rápidas mundo afora. 
Pois é, pessoal, ainda me acho em estado um tanto tonto, inebriado, pela presença salutar de queridos e queridas pessoas que tive a capacidade de fazê-las amigas minhas. 
No último dia 27, de Cosme e Damião, reunimos aqui no meu cafofo gente de sensibilidade e talento. 
Comigo estiveram  grande dama do forró Anastácia, o cantor e compositor Daniel Gonzaga, filho de Gonzaguinha e neto de Gonzagão; a produtora cultural Carol, neta de Anastácia; o radialista Carlos Silvio, o historiador Darlan Zurc, o jornalista Woile Guimarães e sua companheira também jornalista Regina, o craque do cordel Marco Haurélio e a sua mulher a xilogravurista Lucélia, a graciosa circense Poliana Helena e o maridão Julian, a jornalista Cilene com a irmã Cida, Lucia Agostini, a jornalista e produtora cultural Sylvia Jardim, acompanhada do marido Marcelo e do filho Felipe; a jornalista Vanira e a filhona Mariana, a maravilhosa Nalva, minhas filhas Clarissa e Ana Maria ao lado do companheiro Geremias; Flor Maria, que tanto a mim tem ajudado; o colega Marcelo Cunha, o cartunista Fausto e seu amigo Robson Rodrigues, o músico e roteirista de tudo Paulo Garfunkel, Magrão e ainda a coleguinha Patrícia, do time de ouro de Sylvia Jardim, que chegou acompanhada da sua cara metade André. 
Pelo grambell recebi parabéns dos jornalistas Marco Antonio Zanfra, diretamente de Floripa, Wilson Seraine, do Piauí, Manoel Dorneles, de Natal... E de Sampa mesmo Júlio Medaglia, Luiz Carlos Bahia, Wilson Baroncelli, Célia e Selma...
Deixaram mensagens no WhatsApp o parceiro musical Jarbas Mariz, que estava a fazer show em Vitória, ES; Tom Oliver, Klévisson Viana, de Fortaleza; Raimundo José, Simon Widman, Afanasio Jazadji...


TÉO AZEVEDO 

Ontem 28 o poeta Moreira de Acopiara passou por cá e me levou até a Praça Benedito Calixto onde o agitador cultural Edson Lima promoveu um belo agito em homenagem ao querido cantador e violeiro Téo Azevedo. Muita gente boa esteve presente: Pedro Monteiro, Cacá Lopes, Luiz Wilson, Fatel, Dantas do Forró, Lucas da Sanfona, Marlus e Genivaldo, os três últimos integrantes do trio Golada. 
Foram vários os artistas que contaram causos e cantaram em memória do grande artista mineiro.
Cantaram músicas que fiz em parceria com o Téo: Clarissa e Minha Rendeira.
Tocaram também, com acompanhamento da plateia, a música que eu fiz junto com Cacá Lopes e Luiz Wilson: O Cantador de Alto Belo
Fica o registro.


CHICO BUARQUE 

O cantor e compositor Chico Buarque foi figura lembrada hoje de manhã pelos seus 80 anos de idade, recentemente completados. 
A homenagem a Chico contou com a belíssima apresentação da Big Band do Guri, sob a regência do maestro Daniel Lopes Filho. Foi legal e o palco do evento foi o Theatro São Pedro, cá no bairro paulistano da Barra Funda. Fui até lá levado pela jornalista Cris Alves e seu irmão Eduardo.
No repertório apresentado hoje de manhã no São Pedro um leque de clássicos assinados por Chico. Entre esses Construção, Gota d'Água e Sabiá, esse em parceria com Tom Jobim. 
Os arranjos do maestro Daniel pessoalmente achei incríveis, originalíssimos.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

POR QUE ESQUECEMOS NOSSOS ARTISTAS?

Foi não foi, ouço dizer que o Brasil é um país sem memória, desmemoriado.
Sim, acho mesmo que somos um povo sem memória. Quer dizer, o povo faz e o que faz o vento leva.
Vários personagens da nossa música popular completaram em brancas nuvens o centenário de nascimento. Entre esses o compositor e violonista Billy Blanco, o instrumentista Manezinho da Flauta e a violeira Helena Meirelles.
Pois é, esses artistas não poderiam sumir de vez da nossa memória. Se assim for, afunhenhadas estarão as próximas gerações de brasileiros e brasileiras. 
Eu conheci de perto Billy Blanco, um cara bom de papo e violão. Mais: excepcional compositor, autor de uma obra extensa e rica. Foi parceiro de artistas como Tom Jobim. Com Tom, Billy compôs Sinfonia do Rio de Janeiro. Beleza! Foi em 1960.
No início da década de 70, Billy compôs sozinho títulos que couberam certinho no LP Paulistana, homenagem sensibilíssima à Capital paulista. O disco foi à praça pela Odeon, em 1974. Dele participaram os cantores Pery Ribeiro, Claudya, Elza Soares, Miltinho...
Muitas músicas de Billy Blanco foram gravadas por muita gente boa como a paulistana Inezita Barroso.
E Manezinho da Flauta, hein?
A rigor, Manezinho, sobrinho de Pixinguinha, não era compositor. Era músico. Adotou, muito cedo, a flauta como instrumento para nos encantar. Gravou dois LPs. O primeiro O Melhor dos Chorinhos, lançado em 1967; e Gente da Antiga (1968).
Helena Meirelles foi uma figura e tanto. Uma pessoa incrível. Uma pessoa desabrida, que durante a juventude comeu e pagou o pão que o Diabo amassou. Sua casa foi um cabaré onde tudo fez para sobreviver. A sua história ela me contou com graça, sem raiva, sem amargura. Mulher fortíssima, de personalidade contagiante. Seus discos, poucos, saíram pela extinta gravadora Eldorado.
Além de saudade, esses artistas nos legaram uma obra marcante.
Foi neste ano de 2024 que Paulo Vanzolini, misto de compositor e cientista, completou 100 anos de nascimento. Era paulistano, como Inezita Barroso.
Bom, no próximo dia 21 de dezembro completam-se 100 anos de nascimento do flautista Altamiro Carrilho. Vamos homenageá-lo?
Foi em São Paulo que nos encontramos pela última vez. Em 2012, acho. Confira aí, clicando:



quinta-feira, 29 de agosto de 2024

O FOLCLORE NA OBRA DE TARSILA


O mês de agosto, muitos dizem, é o mês do cachorro louco. Mas nesse agosto, não custa lembrar, é comemorado internacionalmente como o mês do Folclore. E isso, sim, é coisa boa.
São muitos os personagens que habitam o enorme e imaginário campo do folclore. Tem Curupira, Saci-Pererê, Caipora, Boitatá, Mãe d'Água, Boto, Negrinho do Pastoreio, Lobisomem, Mula Sem Cabeça, Homem do Saco, Corpo-Seco, Cuca...
As origens da Cuca remonta há muito tempo. Vem das bandas europeias. Ali dos lados da Espanha, Portugal. Quando chegou ao Brasil? Não sei.
Ainda menino eu ouvia muito sobre a Cuca.
A Cuca é bruxa, uma velha bruxa. Horrorosa. Com cabeça de jacaré, pés de pato e unhas de vampiro. Não houve, no meu tempo, criança que não se assustasse ao falar da Cuca.
O folclore é riquíssimo de causos, cousas, lendas e tal.
Isso tudo me faz lembrar das artes. Plásticas, inclusive.
Em 1924 a pintora paulista Tarsila do Amaral criou um quadro bem bonito a que intitulou A Cuca. Vejam só!
Faz 100 anos que Tarsila legou ao Brasil o quadro que retrata a imaginária Cuca.
Faz 100 anos também que a mesma artista legou ao Brasil a obra Morro da Favela.
Tarsila do Amaral é a autora da obra-prima Abaporu, criada em 1928.
Dessa mesma Tarsila é o quadro mais caro de um artista plástico brasileiro: A Caipirinha, pintado em 1923 e vendido num leilão, em 2020, pela bagatela de 57,5 milhões de reais. 
Tarsila do Amaral morou alguns anos na França. Voltou ao Brasil em 1922, mesmo ano da Semana de Arte Moderna. Dessa Semana ela participou. Em 26 casou-se com Oswald de Andrade (1890-1954) e, três anos depois, separou-se.
Tarsila do Amaral nasceu no dia 1º de setembro de 1886 e morreu no dia 17 de janeiro de 1976.
Pois é, em 1924 Tarsila do Amaral pintou dois belos quadros. A Cuca e Morro da Favela.
A propósito de Morro e de Favela lembro de um cara conhecido como MC Daleste. Seu nome verdadeiro era Daniel Pedreira Sena Pellegrini, que foi morto a tiros no interior de São Paulo quando apresentava um show. Isso foi em 2013. A polícia não achou o autor dos disparos que acabou com a vida do artista. No ano seguinte, em 2014, o processo praticamente parou. E é assim que a coisa está. Ouça Daleste cantando o tema pintado por Tarsila:



quinta-feira, 22 de agosto de 2024

ESSE 22 DE AGOSTO É HISTÓRICO!


O dia 22 de agosto é um dia muito importante na minha vida. 
Esse dia é importante por muitas razões. A primeira delas diz respeito a minha chegada em Sampa.
Hoje faz exatamente 48 anos que pisei o solo paulistano, vindo diretamente da capital paraibana.
Vim a passeio, depois de receber alta de um hospital em João Pessoa. Na ocasião eu estava aparentemente livre dos bacilos de Koch.
Depois disso devo lembrar que o dia 22 de agosto foi o dia, em 1942, que o Brasil declarou guerra contra a Alemanha nazista e contra a Itália fascista, cuja pronúncia é "fachista".
O Brasil declarou guerra depois de ter cinco navios mercantes afundados por forças submarinas alemãs. Foi aí que o governo Vargas tomou providências mandando pracinha botar pra quebrar na terra de Caruso. 
O dia 22 de agosto foi também, pra mim, dia importante porque foi o dia que a história registrou a morte do ex-presidente JK.
JK morreu carbonizado após seu carro perder a direção e chocar-se frontalmente contra uma carreta carregada de gesso. Foi na Dutra, Km 165. Eu vi o estrago resultante desse choque, pois estava eu no ônibus que me trouxe à capital paulista.
Notícia leve: o dia 22 de agosto marca o Dia Internacional do Folclore. 
Eu já falei muito sobre folclore cá nesse Blog e em livros. 
No dia 22 de agosto de 1998, por iniciativa da Câmara Municipal de São Paulo, fui agraciado com o título de Cidadão Paulistano. O meu já encantado amigo José Ramos Tinhorão estava lá formando à mesa de ilustres convidados no nobre salão da Câmara.  Falou de improviso enaltecendo valores que duvido ter até hoje. Isso tudo dito após a apresentação da Banda da Polícia Militar, tocando o Hino Nacional. 
Nesses anos todos de vida (nasci em 52) poderia eu dizer que já posso morrer em paz, certo? Errado!
Se depender de mim jamais morrerei até porque julgo ter ainda muito o que dizer. E se não bastasse, ainda tenho uma bela flor para cuidar... No meu jardim, esse flor recebeu o nome de Maria.
Bom, à Sampa eu cheguei para ficar. 

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

PROCISSÃO PARA O REI DO BAIÃO



Atenção! Atenção!
Amanhã 2 completam-se 35 anos da partida do Rei do Baião para a Eternidade.
Foi no dia 2 de agosto de 1989 que o pernambucano Luiz Gonzaga entrou no hospital Santa Joana, de Recife, e de lá não mais saiu com vida. Seu falecimento deveu-se a um maldito câncer de próstata e outros problemas como osteoporose. Está sepultado na sua cidade berço, Exu.
Pouco antes de ser internado no Santa Joana, Gonzaga não se fez de rogado e atendeu a um telefonema meu. Ele estava saindo de casa para fazer promessa no Canindé, CE. À época, eu trabalhava na Rádio Jovem Pan. A entrevista foi ao ar no mesmo dia. Não lembro o dia.
Há alguns anos, o professor Wilson Seraine criou o que ele chama de "Procissão das Sanfonas". Uma beleza! Reúne dezenas e dezenas de sanfoneiros e sanfoneiras rua a fora.
O evento, que já se acha na 16ª edição, tem lugar amanhã 2 na Capital piauiense, mais precisamente da Igreja Catedral de Nossa Senhora das Dores até o Museu do Piauí. Na foto acima, registros de bate-papos de Seraine com amigos, incluindo o neto de Gonzagão Daniel Gonzaga e sua produtora musical, também produtora da rainha do forró Anastácia, Carol.
Confira abaixo bate-papos de Wilson Seraine sobre o Rei do Baião e o acervo que criou.


Confira aí como foi a última Procissão:

sexta-feira, 26 de julho de 2024

DRAUZIO VARELLA E NÓS...


Esta semana o médico Drauzio Varella esteve por cá. Tivemos uma ótima conversa. Tudo gravado para em breve ser mostrado num podcast semanal.
O podcast, ainda sem título, tem como integrantes os craques Alex, Abreu, Magrão, Cilene e eu.
O papo com o Drauzio começou com lembranças à memória do biólogo e compositor paulistano Paulo Vanzolini (1924-2013) e seguiu por aí afora.
Drauzio contou um pouco da sua história e do tempo em que Vanzolini foi seu professor na Faculdade de Medicina na USP. Contou também do tempo em que atendia presidiários na velha casa de detenção, que também frequentei como repórter da Folha. E também como repórter frequentei a Penitenciária Feminina do complexo Carandiru. Mas essa é outra história...
Durante certo período, Drauzio distribuiu na penitenciária uma revista em quadrinhos intitulada Viralata. Essa revista, com roteiro assinado por Paulo Garfunkel (Magrão) e quadrinhos por Libero Malavoglia, foi de especial importância para conscientizar os presidiários aidéticos no período mortal da doença.

terça-feira, 2 de julho de 2024

E O PANNUNZIO POR ONDE ANDA, HEIN?

A TV Jovem Pan já não existe, o que existe é a rádio "com imagens".
A TV Pan estava instalada no bairro da Barra Funda, região de origem do samba de São Paulo. No lugar da Pan, funcionam hoje a TV e rádio Record.
Não lembro bem, mas sei que faz tempo, quando o apresentador da TV Jovem Pan era o querido amigo Fábio Pannunzio, hoje com 63 anos de idade e com muita história pra contar.
Pois bem, no tempo que Pannunzio era apresentador da TV Pan eu certa noite lá estive junto com o craque baiano Tom Zé e a pernambucana de São José do Egito Edelzuíta Rabelo.
Edelzuíta foi a mulher que completou o rei do baião, Luiz Gonzaga, nos últimos anos de sua vida após a separação de Helena.
Enquanto rodava o Brasil de cabo a rabo, Gonzaga deixava a sua espera Helena naquele tempo morando em Recife num pequeno apartamento que ele comprou pra ela.
Luiz Gonzaga morreu em 1989 e Edelzuíta, em 2005.
Ah! Sim: Gonzaga conheceu Edelzuíta no São João de Caruaru, em 1968. Um pouco dessa história eu conto no livro Dicionário Gonzagueano de A a Z (2006).

quinta-feira, 27 de junho de 2024

AINDA FESTA NO METRÔ

Interessante e oportuno o evento joanino que está se realizando na Estação República do Metrô paulistano. Interessante por ter alguém do Metrô lembrado do mês em que se comemora São João, de tabela Antônio e Pedro. De lambuja, São Paulo, no dia 29. E oportuno por tudo isso, ora ora.
Com sensibilidade e delicadeza o pessoal do Metrô instalou barraquinhas com comes e bebes, próprios do período, uma exposição sobre dois concursos de literatura de cordel que promovi nos tempos em que passei por lá e até um palco para apresentações musicais. Gostei.
Nas barraquinhas havia também folhetos de cordel à venda por seus autores.



ADÉLIA PRADO

A poeta e romancista mineira Adélia Prado acaba de ganhar mais dois prêmios. Um da Academia Brasileira de Letras, ABL, e o outro Camões. O da ABL leva o nome de Machado de Assis, fundador.
A primeira mulher a ganhar o prêmio Machado de Assis foi a Tetrazzini de Almeida Nobre de Teffé, mais conhecida como Tetrá de Teffé. O romance que deu-lhe o prêmio foi Bati à Porta da Vida, publicado em 1940.


quarta-feira, 26 de junho de 2024

METRÔ COM FESTA É MELHOR

Assis com a filha Clarissa passeando no Metrô de São Paulo

O Brasil está em festa. De São João.
O São João brasileiro está espalhado de Norte a Sul. É coisa antiga. 
No início não havia festa nenhuma de São João ou a São João. Tampouco aos santos Antônio e Pedro.
Nos tempos de colheita lá pras bandas da Europa, do velho mundo, agricultores colhiam o que plantavam meses antes. Havia fartura e pra comemorar a fartura colhida dos campos os agricultores comiam, comiam e enchiam a cara. Eram pagãos. Portanto, eram pagãs as festas improvisadas pelo povo.
De olho no que sucedia nos tempos de colheita, a Igreja logo cuidou de por carimbo naquilo em seu benefício. E assim foi. E assim é.
E assim, trazida pelos portugueses, comemos e bebemos em louvor aos santos juninos ou joaninos.
Logo mais às 15h tem festa junina na estação República do Metrô de São Paulo.
Andei falando a respeito. Veja:



OUÇA TAMBÉM: RAÍZES DO BRASIL COM ASSIS ANGELO

terça-feira, 25 de junho de 2024

QUE TAL UM DIA DA RABECA?

Na foto, sentados: Serrador, Cego Sinfrônio, Cego Aderaldo e Jacob Passarinho. Em pé, Leonardo Mota

A rabeca é um belo instrumento, não é mesmo?
Esse instrumento tem origem muito antiga. Surgiu ali nas lonjuras do Oriente Médio, África do Norte e Europa toda. Chegou ao Brasil através dos portugueses e espanhóis.
No começo de tudo, a rabeca tinha uma ou duas cordas.
No Nordeste brasileiro ganhou fama através de hábeis rabequeiros como Cego Sinfrônio, Jacob Passarinho, Serrador e Aderaldo; Cego Aderaldo.
A rabeca fazia parte praticamente do corpo de Aderaldo.
Batizado de Aderaldo Ferreira de Araújo, o grande rabequeiro cearense perdeu a visão ao chegar à idade de 18 anos.
Órfão de pai e mãe, Aderaldo aprendeu a tocar rabeca para se sustentar. Encontrou na escritora Raquel de Queiroz (1910-2003) e no historiador Leonardo Mota (1891-1948) o apoio que precisava.
O Cego Aderaldo nasceu num dia de São João e morreu num dia de São Pedro, com 89 anos de idade.
Há um livro muito interessante que fala a respeito da vida e trajetória profissional de Aderaldo. Título: Eu Sou Cego Aderaldo.



segunda-feira, 24 de junho de 2024

SÃO JOÃO PRA TODO MUNDO!



O Brasil e o Nordeste, principalmente, está em festa. Motivo?
O Brasil está em festa porque hoje é Dia de São João, o santo que batizou Jesus nas águas do rio Jordão.
Aliás, o Brasil está em festa no correr de todo este mês, notadamente em Caruaru-PE e Campina Grande-PB.
Falar de São João, Antônio, Pedro e Paulo é uma beleza, sejamos cristãos ou ateus.
Festa é festa, sejamos gregos ou troianos.
O São João como festa é uma herança de Portugal.
A história desses santos eu já andei contando de trás pra frente, de frente pra trás. No rádio, inclusive. Ouça:



sexta-feira, 21 de junho de 2024

ALMOÇO COM BOM PAPO, BOULOS E ERUNDINA...



Fazia tempo que eu não comparecia ao restaurante Amigos do Picuí, na Freguesia do Ó. Assim que me viu dona Maria, a chefa, veio correndo me abraçar e lembrar de tempos idos quando lá eu ia junto com o ator Jackson Antunes, ou o compositor e cantor Téo Azevedo e outros mais da linha de ponta da nossa cultura popular.
Ontem 20, no princípio da tarde, voltei ao Picuí levado que fui pelos cantores Dantas do Forró e Fatel.
Quando chegamos ao Picuí, lá já estavam Guilherme Boulos e amigos.
Boulos é o nosso candidato à prefeitura de São Paulo.
Logo após juntaram-se a nós o deputado estadual Paulo Fiorilo e os federais Alfredinho e Luiza Erundina (registro acima). O papo foi bom. Falamos de tudo. Dos nordestinos em São Paulo e da nossa Paraíbeabá.
Lá pras tantas foi anunciado o aniversário de Boulos.
Pra Boulos de repente apareceu um belo bolo. Todos nós comemos e brindamos.
É isso aí!


terça-feira, 18 de junho de 2024

SÃO JOÃO NO METRÔ DE SÃO PAULO



É sempre bom receber amigos, pessoas queridas, como Rodrigo, Marcelo e Reginaldo.
No final da tarde de ontem 17, eu tive a alegria de escancarar a porta para os cabras aí citados. Trabalhei com Rodrigo e Marcelo. Faz mais de 30 anos. Por esse tempo, concluía o curso de jornalismo o bom Reginaldo, hoje linha de ponta das rede sociais que envolvem o Metrô paulistano. Foi um encontro maravilhoso, bem posso eu dizer assim. E tenho dito!
Rodrigo, Marcelo e Reginaldo fizeram-me relembrar os bons tempos que vivi na labuta metroviária. Foram tempos que andei cuidando da assessoria de imprensa do Metrô.
Realizamos exposições e apresentações musicais no Metropolitano. Lembro que levei as queridas Inezita Barroso e Carmélia Alves, Rainha do Baião, para se apresentar na área livre da Estação São Bento. Coisa bonita e de ótimas lembranças.
À propósito, Reginaldo contou que nos próximos dias 26 e 27 a estação República estará aberta para comemorar o São João. Pois é. Merecemos a alegria que nos dá São João. É isso.
Ah! Sim: eu fiz uma música falando do Metrô. Foi gravada por Costa Senna. Ouça:



Quer saber mais? Clique: 

SÃO JOÃO DE TODOS NÓS



O São João continua espalhado Brasil afora, principalmente no Nordeste.
Tem São João bonito em Sergipe, Paraíba e Pernambuco. Vai vendo...
No último dia 8 no chamado maior São João do mundo, a grande atração foi o craque Dantas do Forró. Foi muito legal, ele disse. "Pretendo voltar a Caruaru no próximo ano", acrescentou.
No Dia dos Namorados, 12 de junho, o pernambucano Luiz Wilson e a mineira Fatel botaram pra quebrar no palco do São João de Caruaru: "Só deu coisa bonita e ficamos muito felizes", contou a cantora Fatel.
Luiz Wilson, radialista de primeira nas ondas do rádio paulistano, entusiasmou-se todo ao sentir ser mais do que bem vindo a Caruaru. "Senti-me alegre que nem uma criança chupando pirulito", disse.
Bom, eu gosto muito da chamada Capital do Agreste. Morei lá e até editei um jornal chamado Diário do Agreste.  Começo dos anos 70.
Eu conheci bem de perto a famosa Feira de Caruaru, que o rei do baião Luiz Gonzaga cantou. É isso, e mais não digo.



quinta-feira, 13 de junho de 2024

HOJE É DIA DO SANTO CASAMENTEIRO


Nada melhor do que um dia atrás do outro.
Ontem foi 12, hoje é 13.
O 13 de junho é pra todos nós, do Brasil e além mar, o Dia de Santo Antônio.
Depois do dia desse santo tem ainda o dia de São João, que é 24 de junho.
O mês de junho finda praticamente com comemorações ao Santo Pedro e ao Santo Paulo.
O mês de junho é o mês dito de São João. É o mês de festas e de culinária de altíssimo nível baseada no milho.
Santo Antônio é pras moçoilas carentes de marido chamado de O Santo Casamenteiro. Mas a Anninha da Hora, curiosa nos movimentos e crenças da vida, diz: "Mas o santo casamenteiro não é o Antônio, é o Joaquim!". Ainda Anninha: "Por ser tão judiado por quem quer se casar, atirando de cabeça pra baixo nos cacimbões da vida, o Santo Antônio finda por se vingar encontrando qualquer tranqueira pra quem quer se casar. Ao contrário de São Joaquim, que procura oferecer a quem lhe pede, o melhor partido. Ele é o santo da família".
Hmmm...
Andei compondo com o saudoso Téo Azevedo uma música dedicada ao período junino. Falamos da importância de não se soltar balão no céu. Emídio Santana gravou.


segunda-feira, 10 de junho de 2024

DE NOVO CHEGOU SÃO JOÃO!



Junho, como o mundo todo sabe, é o mês de São João (24), Santo Antônio (13), São Pedro (29) e São Paulo (29). 
Nesse mês de alegria, milho verde e muitas quadrilhas, o Brasil parece ficar mais bonito.
Claro que é no Nordeste a região mais alegre e dançante. As fogueiras desapareceram das ruas. Os balões, também.
Bom, a música dita junina começa a ser inventada e gravada ali pelos começos de 1930. 
O primeiro compositor a nos brindar com marchinhas foi o baiano Assis Valente.
É nesse período que os artistas da nossa boa música mais se divertem e nos divertem como Anastácia, Fatel, Dantas do Forró, Luiz Wilson, Alceu Valença e tal e tal, sem falar no Gonzagão, Jackson, Ari Lobo, Manezinho Araújo, Marinês, Carmélia Alves e tantos mais. 
A agenda do cantor e compositor Cacá Lopes está cheiinha, até a tampa. Começou a mostrar-se nos palcos antes mesmo de junho.
Cacá já se apresentou no chamado Maior São João do Mundo, há anos realizado em Caruaru, PE.
Vejam só o que o nosso querido Cacá anda fazendo por aí e mais ainda vai fazer. Da sua assessoria recebi:

A agenda de shows juninos do artista pernambucano Cacá Lopes começou ainda em maio, quando levou o seu forró na Virada Cultural pra Biblioteca Municipal Lenyra Fraccaroli no Bairro Vila Carrão –SP.
Dia 02 de junho fez sua estreia no São João de Caruaru com uma apresentação no Polo do Repente, acompanhado por três músicos da cidade e dois de São Paulo, a convite da Fundação Cultural de Caruaru.
Dia 08 o artista se apresentou em Mogi das Cruzes-SP na Mostra Eles e Elas que decantam o Nordeste, produção de Elielma Carvalho via Secretaria de Cultura. Também esteve neste evento os poetas: Moreira de Acopiara, Varneci Nascimento, Cidrão (filho de Patativa do Assaré) Peneira e Sonhador,  Lena Santos, o paraibano Jocélio Amaro, a escritora Nireuda Longobardi entre outros.
Dia 11 (amanhã) Cacá Lopes estará às 18h com o Bloco do Baião na Praça das Artes (Complexo do Theatro Municipal de São Paulo), no Lançamento da Circulação SP Forró que vai percorrer até o final do ano várias Casas de Cultura e Centros Culturais da Capital.
Dia 20 fará abertura do show de Alceu Valença em Araripina-PE, após um intervalo de 22 anos sem cantar no São João de sua cidade natal.
29 dia de São Pedro Cacá Lopes encerra o mês junino com show no Projeto Kombi Cultural em Itaquera –SP.
Esse ano (2024) o artista está completando 40 anos da gravação do seu primeiro disco, um compacto de produção independente com as músicas: BRILHAR e VOCÊ QUE SONHA, ambos de sua autoria.

Aí em baixo eu conto a história dos festejos juninos. Com muita música, claro:

LEIA MAIS: SÃO JOÃO DA PANDEMIA • A MELHOR FESTA DE SÃO JOÃO É AINDA NO BRASIL • ESTÃO DESCARACTERIZANDO O SÃO JOÃO • VIVA SÃO JOÃO!

segunda-feira, 3 de junho de 2024

HOJE É DIA DE JOSÉ LINS DO REGO

O ano começa em janeiro e termina em dezembro.
Janeiro traz como registro o Dia Mundial da Paz.
Dezembro, segundo o calendário cristão, marca o nascimento de Cristo, Jesus Cristo. Mas ele não nasceu em dezembro, tampouco no dia 25. Essa, porém, é outra história.
E junho, hein?
Junho é o mês dos santos famosos Antônio, João, Pedro e Paulo. Os três primeiros integram a agenda festiva das comemorações juninas, ou joaninas.
O dia 3 de junho de 1901 deveria entrar no calendário mundial por marcar o dia de nascimento do paraibano de Pilar José Lins do Rego, autor de dúzia e meia de belíssimos romances. Alguns clássicos como Menino de Engenho, Pureza, Fogo Morto e Cangaceiros.
Pureza é uma verdadeira obra de arte literária.
Menino de Engenho, publicado em 1932 de modo independente, abre o ciclo da cana de açúcar. É uma mistura de autobiografia e ficção. Aliás, essa é a marca literária do brasileiríssimo Zé Lins.
Outro grande paraibano de intelecto espantoso recebeu na pia batismal o nome de Ariano Suassuna. 
Suassuna nasceu no dia 23 de junho de 1927. Quer dizer, véspera de São João. 
Quando Zé Lins morreu Suassuna tinha 30 anos de idade.
Ariano Suassuna nasceu num quarto do Palácio da Redenção, em João Pessoa, PB. O pai, João (1886-1930), era à época o governador do Estado cuja capital ganharia o nome do seu principal adversário, pra não dizer inimigo político.
O pai de Ariano foi assassinado à bala no Rio de Janeiro. Covardemente, pelas costas.
O último romance publicado por José Lins do Rego foi Cangaceiros. Belo. Não custa lembrar, que já no seu primeiro romance, Menino se Engenho, o cangaceiro Antônio Silvino surge com seu bando como personagem. 
Depois desse romance, como se previsse a própria morte, Zé Lins lança os Meus Verdes Anos. Autobiográfico. 
Os grandes José Américo de Almeida e Gilberto Freyre foram os principais influenciadores da escrita reguiana. Mas não foram desses autores os dois primeiros livros que leu.
Antes de Américo e Freyre, Zé Lins leu Raul Pompéia (O Atheneu) e Machado de Assis (Dom Casmurro).
A obra de José Lins do Rego continua sendo lida em várias línguas: alemã, italiana, espanhola, francesa, inglesa, russa...
O nosso Zé Lins foi um escritor muito além do seu tempo. Ele falava de relações homoafetivas com a naturalidade de quem sabe o que dizer.
Já no seu segundo romance, Doidinho (1933), Zé Lins apresenta aos leitores a prática sexual entre pessoas do mesmo sexo: Manuel e Clóvis. 
No romance Usina (1936), o autor de Menino de Engenho cria mais dois "sem-vergonhas" ou frescos, como eram chamados os meninos que copulavam entre si.
Noutro romance, Água-Mãe (1939), Zé Lins brinda seus admiradores com um casal de lésbicas: Edna e Ester. A primeira aluna e a segunda, professora. E por aí vai.
Em Cangaceiros Zé Lins encerra seu ciclo criativo com mais sexo entre homens.
Essa história de sexo entre homens me faz lembrar uma historiazinha que ocorreu sobre o temível bandoleiro Virgulino Ferreira, o Lampião. Até um livro robusto foi escrito por um juiz de Direito cearense afirmando ser o famoso cangaceiro feito a prática de sodomia. Pois é. O livro do referido juiz tem por nome: Lampião Mata Sete (2011).
Adolfo Caminha, não custa lembrar, foi o primeiro escritor brasileiro a tratar do tema da homossexualismo em livro. No caso, o romance Bom-Crioulo.
Em 1956, ano do lançamento do último romance de Zé Lins, o cantor e compositor Zito Borburema, também paraibano, gravou em 78RPM a música Mata Sete. Engraçada. Ouça:



quarta-feira, 29 de maio de 2024

ATENÇÃO: RADIOCÊNICA NO AR!



A tal rede social levada avante por essa coisa chamada Internet acaba de ser enriquecida com a Radiocênica, criada e dirigida por Poliana Helena e Julian Cuccarese. Coisa de altíssimo nível. Digo isso não é porque estou nessa rádio encerrando o primeiro semestre do ano de 2024.
Pra falar a verdade, essa rádio que está sendo levada ao ar pelo Spotify é de fato ótima. Não, não, digo de novo: não é porque fui o escolhido a dizer certas coisas a respeito da nossa cultura popular e tal. O papo que rolou entre mim, Poliana e Julian girou basicamente em torno do bom mineiro, hoje saudade, Téo Azevedo (1943-2024).
Acompanhem a nossa conversa clicando aí no post.


 

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