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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

O LIRISMO DO NORDESTE EM CAICÓ

O Brasil sofre, O Nordeste sofre, sofremos todos nós, pela patifaria de quem elegemos para nos representar nas três esferas políticas e governamentais: municipal, estadual e federal.
Dizem que o Brasil ocupa o segundo ou terceiro lugares no ranking referente a presidiários.
O primeiro país com mais presos seria a Rússia, seguida dos Estados Unidos da América...
Os presídios brasileiros, segundo números do ranking, abrigam 500.000 ou 1.000.000 de pessoas condenadas ou esperando condenação por crimes, os mais diversos, que praticaram no correr da vida.
São centenas e centenas de cadeias e complexos penitenciários instalados nos 26 Estados e no Distrito Federal.
Nos presídios brasileiros há "pés de chinelo" e "colarinhos brancos", que vão de Zés das Couves ao ex governador carioca Cabral, passando por Zé Dirceu, Eduardo Cunha e Marcelo Odebrecht, que hoje cedo confirmou depoimento que, certamente, levará à diminuição da pena que já lhe foi imposta pelos pecados que cometeu contra o erário público.
E por falar de pecado...
O primeiro pecado de que se tem notícia, via Bíblia, foi cometido por dois tolos que não tinham o que fazer e viviam numa boa, no Éden.
Quem já não ouviu falar de cangaço e cangaceiros?
Os primeiros cangaceiros de que se tem notícia chegaram até nós nas naus cabralinas. Depois deles, à frente Cabral - não o de Bangu, claro -, os bandeirantes paulistas. Depois deles, à frente Jorge Velho, Antonio Silvino.
Antonio Silvino foi um cangaceiro dos infernos, mas menos famoso do que o capitão Virgulino, que bateu as botas e foi degolado numa emboscada em Anjico, SE, aos 39 anos de idade. E esse é o ponto!
As degolas estão virando moda nos presídios brasileiros. A inspiração talvez venha do bando que forma o estado islâmico, nas terras secas da Sérvia e redondezas. 
De uma só vez, feras degolaram feras, inaugurando o ano de 2017. Isso na capital amazonense.
Logo depois, foi a vez de outras feras degolarem feras na capital do Rio Grande do Norte. 
Na primeira degola do ano, foram 56... Na segunda, 26...
Nenhum cangaceiro ou bando de cangaceiros fez o que foi feito em Manaus e em Natal, com tanta raiva e rapidez.
Incrível, não é?

Mas um detalhe me chamou a atenção: dois ou quatro presidiários tombaram em circunstâncias idênticas, no presídio Pereirão, de Caicó, RN. Isso tudo agora!

Pois bem, ali pelos fins dos anos de 1930, o carioca Villa-Lobos compôs suas Bachianas. Dessa obra faz parte o movimento Sertão de Caicó. Clique:


A tragédia da degola também me fez lembrar o lundu Isto é Bom, que tem letra de Xisto Bahia. Essa foi a primeira música gravada no Brasil, em 1902. O intérprete, Manuel Pedro dos Santos, entrou para a história com o pseudônimo de Bahiano. Foi, portanto, o nosso primeiro cantor profissional, e como tal, deixou gravadas mais de 400 músicas A letra de Xisto Bahia, uma cena nordestina, digamos assim, faz referência à Minas Gerais e ao Rio Grande do Norte.


Pois é, um Estado tão bonito, e em que nasceu mestre Câmara Cascudo e o embolador Chico Antonio, personagem do paulistano Mário de Andrade, não merecia isto, essa tragédia.
Você sabia meu amigo, minha amiga, que na origem, Minas tem mar e que esse mar foi tomado a pulso pelos baianos?
Voltaremos ao assunto.



TINHORÃO E OSWALDINHO DA CUÍCA



Tinhorão acabou de sair, mas ele chegou dizendo que estava cansado, que estava se achando esquisito, que estava desanimado. Perguntei a razão e ele falou do problema que vem enfrentando com seus olhos que já não são de lince. Já perdeu o esquerdo e o direito tá bobeando, mesmo depois de uma cirurgia feita há poucos dias. Mudando de assunto, perguntei-lhe se sabia ou lembrava que a letra do lundu de Xisto Bahia Isto é Bom, faz referência à Minas e ao Rio Grande do Norte. Em dúvida, começou a cantarolar e confirmou: de fato, cita Minas e o Rio Grande do Norte.
Tinhorão diz que já está de saco cheio e que não vai mais escrever coisa nenhuma. Achei graça e perguntei se este ano teremos livro novo com sua assinatura, Ele riu...
Voltarei ao assunto.
Oswaldinho da Cuíca telefonou-me há pouco para dizer que não quer saber mais de música, nem tocar cuíca nem coisa nenhuma, que está de saco cheio por causa da ladroagem generalizada.
Oswaldinho da Cuíca gravou há uns quinze anos, o lundu Isto é Bom. Clique e ouça a faixa 3:



 

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