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quinta-feira, 22 de abril de 2021

ROBERTO, NOS TEMPOS DA DITADURA

Filho de um relojoeiro com uma costureira, Roberto sempre foi um menino bem comportado.
Ele foi um dos quatro filhos de dona Laura e de seu Robertino, mas o único que daria pra música.
Um dia, por onde passavam trens, o pequeno Roberto brincava quando de repente…
Com 9 anos de idade, o menino já mostrava pendores para a música.
Ele nasceu em Cachoeiro do Itapemirim, ES, no dia 19 de abril de 1941.
Uma vez o capixaba Carlos Poyares (1928-2004), flautista dos maiores, contou no programa São Paulo Capital Nordeste que eu apresentava na rádio Capital, AM 1040, que fora o responsável por levar Roberto à cantar na rádio da cidade onde nascera. “Pequenininho, com aquele problema da perna, eu o punha no colo pra ele cantar ao microfone”.
Se não fosse um trem a provocar uma tragédia na família de dona Laura e seu Robertino, essa seria uma história comum. Como tantas.
Seria a história de alguém que, desde cedo, almeja alcançar o estrelato pela via musical.
Em 1959, com 18 anos de idade, aquele Roberto grava o primeiro disco com duas músicas: João e Maria e Fora do Tom.
Em 1961, aquele Roberto começa a firmar o nome de Roberto Carlos diante um público carente de novidades. Nesse ano ele lança seu primeiro LP: Louco Por Você.
Até aí nada demais acontece na carreira do candidato à fama.
Mas tudo acontece de modo muito rápido.
Carlos Imperial (1935-92), um agitador cultural dos infernos, foi o “anjo” de Roberto Carlos. No Rio.
E a partir daí, muita gente passou a saber de muita coisa sobre Roberto.
Em 1964, os militares partiram com tudo pra derrubar o presidente democraticamente eleito: João Goulart (1919-76).
A partir do golpe, Roberto passou a se aproximar do poder.
Em 1966, quando os brasileiros dos grandes centros se dividiam na torcida por Banda (Chico Buarque) e/ou Disparada (Geraldo Vandré), Roberto Carlos recebia num programa do Chacrinha o “título” de rei.
E a partir daí tudo mudou na vida do “Rei da Juventude”.
Dois anos depois, Roberto voltava da Itália com o prêmio de primeiro lugar conquistado ao interpretar Canzone Per te, de Sérgio Endrigo, no festival de San Remo.
O ano de 1968 foi o ano do AI-5. AI-5 NUNCA MAIS!
E o nome do Roberto cada vez mais crescendo, nas mídias. Ele mesmo autoriza lançamentos de livros com o seu nome e poetas de cordel lançam sua história em versos.
Os militares botando pra quebrar: prendendo, torturando, matando.
E nas telas dos cinemas, o filme Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, de Roberto Farias.
Chico, Caetano, Vandré e tantos, e tantos outros brasileiros sendo obrigados a deixar o país.
E Roberto crescendo…
Na Itália, Sérgio Endrigo grava Pra Não Dizer que Não Falei de Flores, Caminando, de Vandré.
Em 1971, Roberto ganha todas as paradas com Detalhes.
Nessa década, ele passa a brilhar mais junto com as estrelas dos generais. Convidado, aceita cantar nas olimpíadas verde-oliva.
A esse altura, demite o mordomo Nichollas Mariano, de batismo José Mariano da Silva
Aí começa um problema: Nichollas, pra se vingar, escreveu um livro bombástico, O Rei e Eu.
Esse livro, porém, não alcança o que pretendia o autor.
Não alcança porque Roberto, através dos seus advogados, consegue brecar na Justiça todos os 70 mil exemplares impressos.
O gosto pela censura Roberto adquire aí.
Em 2007, Roberto processa o jornalista e historiador baiano Paulo César de Araújo, por escrever o livro Roberto Carlos em Detalhes. Uma bela escrita, diga-se de passagem, lançado no programa São Paulo Capital Nordeste.
Em nenhum momento da sua vida como cidadão e profissional, Roberto Carlos abriu a boca para manifestar-se a favor dos oprimidos, dos censurados, dos perseguidos, das vítimas dos poderosos de
Em primeiro plano o empresário Marcos Lázaro e Assis;
Ao fundo Roberto numa passagem de som no Ibirapuera


plantão. Pelo contrário.
Em 1986 ele participou da campanha do empresário Antônio Ermírio de Moraes (1928-2014), a governador do Estado de São Paulo.
Ermírio perdeu, mas Roberto ganhou.
Dessa campanha também participaram vários outros artistas, entre os quais o mineiro Téo Azevedo. “O cara é, realmente, esquisito”, diz Téo. Detalhe: anos depois, Roberto processou Téo Azevedo por produzir um disco no qual duas músicas dele eram interpretadas pelo cantor Carlos Pinho. Disco independente, no rigor fora de lucros.
Evidentemente que não dá pra dizer que Roberto Carlos não canta bem. Canta. Em várias línguas, incluindo inglês e francês. Mas é difícil ouvi-lo agradecendo a Pinochet por sabe se lá o quê. DE NOVO, ROBERTO CARLOS
Ia-me esquecendo: num ano qualquer dos 70, fui incubido pela Folha a cobrir uma passagem de som de Roberto Carlos no Ibirapuera. KUROSAWA E ROBERTO CARLOS, ALGO EM COMUM?
Roberto Carlos é o artista que mais gravou músicas no Brasil. E no mundo, talvez. Desde 1959 até agora ele gravou 1.138 músicas, das quais 676 de sua autoria com parceiros.Em 1977, ele abre um poporrí com Asa Branca. Ouça:

QUE VERGONHA...

Falando uma língua esquisita, embora parecida com a língua portuguesa, o presidente Jair Bossal dirigiu-se ao mundo pra pedir dinheiro.
Coisa triste, feia.
O Brasil não é mendigo. O Brasil é um País riquíssimo, em tudo. 
Além de pedir dinheiro ao mundo, o presidente mais uma vez mentiu, mentiu, mentiu, e não apresentou plano nenhum para combater o desmatamento ilegal, o garimpo ilegal e tudo o mais que ocorre na região amazônica. 
O desmatamento na Amazônia está batendo record.
Juro, fiquei com uma vergonha danada de ser brasileiro pela boca de vocês sabem quem. 
Ah sim: Bolsonaro foi um dos últimos presidentes a falar hoje 22 na Cúpula do Meio Ambiente. 

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