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domingo, 28 de julho de 2024

LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (118)

O romance da grande escritora cearense lembra um pouco o romance As Meninas da paulistana Lygia Fagundes Telles. As personagens de Lygia não são irmãs, mas amigas. Ana Clara cursa Psicologia, Lorena cursa Direito e Lia, Ciências Sociais.

Lembra também a história de Raquel o romance Toda a Luz que Não Podemos Ver do norte-americano Anthony Doerr.

A história traçada por Doerr se passa no decorrer da Segunda Grande Guerra: uma garotinha órfã de mãe, Marie, perde a visão aos seis anos de idade e é até os 13, 14 anos criada pelo pai, chaveiro do museu nacional de história natural (França) que é preso pelos nazistas e tal. Emociona. É fantástico este livro. Tem muito palavrão e prostitutas pegando clientes a pau nas ruas alemãs. Tem também estupros praticados por soldados russos. Ganhou o Prêmio Pulitzer em 2015.

Tão grande quanto a brasileira Júlia Lopes de Almeida foi a inglesa Barbara Cartland (1901-2000), autora de mais de 700 livros. Entre esses livros, o romance O Duque e a Filha do Reverendo.

O duque no livro de Barbara é um cara bem apessoado e rico, muito rico, mas sem herdeiros. É solteiro e depois de descobrir que a mãe traía o pai, jurou a si próprio jamais se casar. É quando entra na história uma jovem de 19 anos chamada Bianca.

Em 2019, o mineiro Itamar Vieira Junior estreou na literatura publicando o livro Torto Arado. Excelente a partir do título. É uma história já conhecida, mas aqui contada de maneira excepcional. Envolve pessoas pobres, negras, em luta pela sobrevivência no interior baiano. Tem amor e muito sexo. A trama começa assim:


Quando retirei a faca da mala de roupas, embrulhada em um pedaço de tecido antigo e encardido, com nódoas escuras e um nó no meio, tinha pouco mais de sete anos.

Minha irmã, Belonísia, que estava comigo, era mais nova um ano. Pouco antes daquele evento estávamos no terreiro da casa antiga, brincando com bonecas feitas de espigas de milho colhidas na semana anterior. Aproveitávamos as palhas que já amarelavam para vestir feito roupas nos sabugos. Falávamos que as bonecas eram nossas filhas, filhas de Bibiana e Belonísia…


Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora

 

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